Pedro Simon diz que Brasil vive "tumulto de fatos e acontecimentos"



Ao discursar nesta segunda-feira (7), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) analisou recentes fatos políticos e sociais do Brasil e chegou à conclusão de que o país passa por um "tumulto de fatos e acontecimentos". Afirmou que o "grande drama" pelo qual passa o Congresso Nacional é "a dobradinha PT/PSDB", avaliando que o PT desempenhou bem o papel de oposição durante os oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso. Mas, agora, o governo Luiz Inácio Lula da Silva não seria tão diferente do governo anterior.

- O PT, no governo, é um governo igual ao do PSDB. Os dois são iguais. Nada é mais igual ao governo do Fernando Henrique que o governo do Lula. Nada mais igual ao governo do Lula do que o governo do Fernando Henrique - sustentou.

Na opinião de Pedro Simon, a recente disputa entre os dois partidos sobre o suposto dossiê com informações sobre gastos do governo FHC pode estar confundindo a população. O peemedebista defende a vinda da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos para falar sobre o episódio.

Para Simon, "é triste" a disputa entre os dois partidos, pois o PT diz que as informações são um "banco de dados", enquanto o PSDB afirma que constituem um "dossiê". Para o PT, acrescentou Simon, o crime foi o vazamento das informações do "banco de dados" para a imprensa. Já para o PSDB, o crime é a elaboração do "dossiê".

- E, nesse jogo de palavras, a sociedade fica sem saber o que é - lamentou.

Na interpretação do senador, a CPI Mista dos cartões corporativos "está fazendo um papel muito triste", pois a base governista impede a aprovação de qualquer requerimento de interesse da oposição. E demonstrou receio sobre a criação de outra CPI para investigar o mesmo assunto apenas com senadores participando.

- A Mesa do Senado vai decidir se cria ou não a CPI do Senado. Olha! Eu não queria estar no lugar do presidente Garibaldi, eu não queria estar! Não sei o que vai acontecer nesta Casa com a CPI do Congresso e a CPI do Senado, eu não sei - declarou.

Para Simon, os congressistas deveriam é investigar "a instituição cartão corporativo", com o objetivo de agilizar e melhorar os gastos públicos e a transparência por meio desse dispositivo.

Em apartes, os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e José Agripino (DEM-RN) elogiaram o pronunciamento do colega. Cristovam afirmou que o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, não pode deixar de tomar as medidas para a instalação de uma CPI dos Cartões Corporativos exclusiva do Senado, pois seu pedido de criação já tem as assinaturas necessárias ao seu funcionamento.

- Mas que vai ser um desastre, vai, porque nós vamos paralisar ainda mais o funcionamento do Parlamento - opinou Cristovam.

Já Agripino afirmou que o papel da oposição em qualquer regime democrático é fiscalizar o governo, considerando que "parte da sociedade se sente interpretada e estimulada pela voz da oposição".

Protestos na UnB

Pedro Simon também comentou os recentes protestos estudantis na Universidade de Brasília (UnB), que culminaram na ocupação da reitoria por estudantes exigindo a renúncia do reitor Timothy Mulholland, acusado de cometer irregularidades na compra de mobiliário de luxo para o apartamento funcional por ele ocupado.

Na opinião do senador, o Supremo Tribunal Federal (STF) deveria determinar um prazo maior para a desocupação da reitoria pelos estudantes e disse que o reitor poderia pedir licença do cargo, o que seria "uma saída feliz".



07/04/2008

Agência Senado


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