FHC DIZ QUE MUDANÇAS DO ESTADO AINDA NÃO ACABARAM



Na mensagem de reabertura do Congresso, o presidente Fernando Henrique Cardoso afirma que, apesar do muito já feito, o processo de transformação do Estado brasileiro ainda não terminou. Para ele, as mudanças introduzidas com as privatizações e a concessão de serviços públicos devem ser complementadas por um total e definitivo ajuste fiscal do Estado no Brasil - incluindo União, estados e municípios.Para isso, é fundamental que seja aprovada pelo Congresso a Lei de Responsabilidade Fiscal, já votada pelos deputados e em discussão no Senado. De acordo com Fernando Henrique, só um Estado ágil, flexível e preparado terá condições de lidar com os desafios e demandas de um mundo globalizado e carregado de transformações sociais. Depois de destacar o decisivo apoio do Congresso nas mudanças estruturais do país, o presidente lembra que o Brasil só conseguiu superar sem traumas mais profundos os choques das recentes crises asiática e russa por causa das reformas implantadas nos últimos anos. Ele considera ainda de suma importância a aprovação final, pelo Senado, da Desvinculação de Receitas da União (DRU), o que possibilitará ao governo manter superávits primários superiores a 2,6% do PIB (descontados gastos com juros da dívida pública). Os superávits, a seu ver, são básicos na credibilidade da política econômica nacional.Em seus comentários sobre o ajuste fiscal da União, o presidente da República diz que as mudanças na área de previdência social para funcionários de empresas privadas, especialmente a introdução do chamado "fator previdenciário" (que coloca contribuição e expectativa de vida na fórmula de cálculo da aposentadoria), permitiu "interromper a trajetória explosiva do déficit do INSS", que ameaçava até mesmo o pagamento de aposentadorias.Já a previdência dos funcionários públicos, no entanto, é um capítulo em aberto, conforme o presidente. Ele elogia o trabalho do Congresso, que aprovou uma emenda permitindo a cobrança de contribuição dos inativos, mas o STF suspendeu tal contribuição. O Executivo enviou nova proposta com essa finalidade, na tentativa de evitar as inconstitucionalidades vistas pelo Supremo, e Fernando Henrique diz contar novamente com o apoio do Parlamento. No momento, a matéria encontra-se em debate na Câmara.- O Estado tem enormes desafios pela frente. É necessário construir um modelo que permita o crescimento sustentado e a melhoria da qualidade de vida da população. Urge aumentar a competitividade da economia, promover a descentralização das decisões e o respeito ao meio ambiente. Enfim, reduzir as disparidades regionais e sociais - proclama o presidente.

15/02/2000

Agência Senado


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