Flávio Arns: trabalho escravo 'é fruto da negação histórica dos direitos humanos'



O senador Flávio Arns (PSDB-PR) afirmou que a existência de trabalho escravo no Brasil "é fruto da negação histórica dos direitos humanos" e mostra que o país não conseguiu concretizar direitos essenciais da pessoa humana. Acrescentou que o trabalho escravo também é consequência da falta de justiça e da negação da cidadania. Para que esta prática seja erradicada, assinalou, o Brasil precisa garantir o acesso à educação e à saúde aos menos favorecidos, além de moradias decentes, alimentação e trabalho digno.

O senador disse que a sociedade brasileira precisa se rebelar contra este estado de coisas, ressaltando que a solidariedade e a conscientização da população são essenciais para que o trabalho escravo seja erradicado.

Arns também criticou o Brasil por importar produtos de países cujos trabalhadores não têm seus direitos assegurados. Disse ainda que o Brasil precisa de leis e de fiscalização que "impeçam a degradação do ser humano".

- Quem favorece o trabalho escravo deve ser exemplarmente punido - afirmou o senador.

Zilda Arns

O senador aproveitou para homenagear a memória de sua tia Zilda Arns, morta no violento terremoto que atingiu o Haiti no início do ano. Ele destacou a importância do trabalho dos cerca de 300 mil voluntários que trabalham na Pastoral da Criança, instituição criada e coordenada por Zilda Arns.

- Promovendo a vida, promovendo a saúde, numa rede ampla de solidariedade, mostrando que a mudança pode acontecer e deve acontecer a partir da organização e mobilização do povo; isso a minha tia, Zilda, costumava dizer que é o fundamental. Todos nós somos importantes nessa caminhada, todos nós temos um papel a desempenhar - declarou.

Em apartes, os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Romeu Tuma (PTB-SP) também elogiaram a trajetória de vida de Zilda Arns. Flávio Arns também elogiou os militares brasileiros que já trabalharam ou trabalham na força de paz da ONU no Haiti.



10/02/2010

Agência Senado


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