Flexa Ribeiro contesta Lula: "É o governo que não quer votar o Orçamento"



O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) contestou em discurso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, em pronunciamento na Bahia, afirmou que as oposições vêm dificultando a votação do projeto do Orçamento da União para este ano e, assim, impedindo a liberação de verbas para os municípios. Flexa Ribeiro é integrante da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização.

- A história é bem diferente do que disse o presidente Lula. A culpa pelo atraso na votação é do próprio governo do PT e da sua base. O governo mandou um Orçamento capenga para o Congresso, onde não tinha nem dinheiro para o aumento do salário mínimo - sustentou o senador.

Com vários "buracos" no Orçamento, a Comissão de Orçamento foi obrigada a reestimar as receitas e, com isso, arrumar verbas para o salário mínimo, para o aumento do funcionalismo público e para ressarcimento aos estados exportadores (Lei Kandir). O relator-geral e os líderes do governo concordaram com tudo isso, segundo Flexa Ribeiro, mas na última hora o governo informou que não irá aceitar os acordos assinados pelos líderes partidários.

- Ontem [terça-feira], foi um líder da base do governo que pediu verificação de quórum para que não houvesse votação dos destaques feitos no relatório-geral. Ou seja, eles não querem votar nada, ao contrário do que disse o presidente Lula - acrescentou.

Para provar que o problema não está com as oposições, Flexa Ribeiro pediu para que fosse transcrito nos Anais do Senado o acordo partidário da semana passada, "assinado por todos os líderes e aprovado pela Comissão de Orçamento".O acordo informa claramente que a Lei Kandir terá verbas, neste ano, de R$ 4,2 bilhões, podendo receber outros R$ 900 milhões se houver excesso de arrecadação.

- A tática do governo é simples. Complica a aprovação do Orçamento de 2006 para concentrar ainda mais no Executivo a gestão dos recursos arrecadados. O governo ignora a atribuição do Congresso de discutir, aprovar, fiscalizar e controlar o orçamento - afirmou o senador.



22/03/2006

Agência Senado


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