FOGAÇA AFIRMA QUE BLECAUTE NÃO É CULPA DA PRIVATIZAÇÃO
O senador José Fogaça (PMDB-RS) esclareceu nesta segunda-feira (dia 15) que o blecaute ocorrido na quinta-feira (dia 11) da semana passada não tem nenhuma relação com o processo de privatização de estatais. Referindo-se a comentários que tentam associar uma coisa à outra, o parlamentar comentou que parece não haver o entendimento claro de que o sistema se ordena em três partes: geração de energia, transmissão de energia e distribuição local de energia. Fogaça explicou que geração e distribuição foram dois setores em que houve privatização. "Mas não vi nenhum registro de que o sistema de transmissão tenha sido privatizado. A parte do sistema que ainda é estatal é a parte de transmissão, e é justamente a que foi objeto da crise", esclareceu o parlamentar.Salvo frações mínimas que estão privatizadas, o senador explicou que a chamada rede básica ainda está em poder de estatais. Ele ressalvou, porém, que não cometeria o erro de "dizer que é justamente por serem empresas estatais que houve o blecaute". O senador pediu que não se misturem alhos com bugalhos por falta de base informativa e manifestou seu entendimento de que o ideal é que o sistema de transmissão de energia tenha um controle único. Conforme José Fogaça, a Operadora Nacional de Sistemas (ONS) é a entidade coordenadora e não tem fins lucrativos. É independente e de interesse privado. Em sua opinião, está evidente que esse grande tronco de transmissão interligado gera dependência de uma área do país em relação a outra, o que constitui uma salvação para todos, visto que quando uma região necessita mais de energia, esta é trazida de longe.- Mas também, eventualmente, pela falta de investimento, o sistema fica sobrecarregado e pode gerar situações como a de quinta-feira passada - esclareceu ainda o parlamentar. Fogaça afirmou que a Eletrobrás precisava ter investido R$ 5 bilhões no sistema e não investiu mais que R$ 2 bilhões.
15/03/1999
Agência Senado
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