FOGAÇA CHAMA DE AÉTICO PROGRAMA DO PMDB NA TV



O senador José Fogaça (PMDB-RS) manifestou hoje (dia 5), em plenário, seu protesto contra a forma como o PMDB veiculou pelas emissoras de rádio e televisão seu programa eleitoral. Ex-presidente da legenda, o senador considerou aético e imoral o partido divulgar apenas a posição de uma facção - a que prega o lançamento de uma candidatura própria na eleição presidencial e o desligamento do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Fogaça argumentou que será preciso ver o resultado da convenção partidária, marcada para o próximo dia 8, para saber qual a tese vitoriosa. Até agora, informou ele, majoritária é a tese favorável a que o partido continue dando sustentação ao governo de Fernando Henrique Cardoso, encaminhando-se para uma coligação na próxima eleição presidencial. Ele afirmou que a divisão interna do partido é conhecida, daí por que, na sua opinião, soou tão estranha a uniformidade do divulgado na televisão.

Numa análise do programa, José Fogaça considerou espantoso que os senadores Jáder Barbalho (PA) e Casildo Maldaner (SC) e o deputado Michel Temer (SP), presidente da Câmara, tenham aparecido exprimindo frases neutras em relação ao que era o objetivo global da facção que dominou a propaganda. Para o senador, no mínimo os responsáveis pelo programa deviam ter dado aos setores majoritários da legenda o direito de expressar seus pensamentos.

- Eu considero a utilização desses nomes, que têm uma opinião contrária, um ato contra a ética partidária, contra os princípios do partido e uma postura rigorosamente antidemocrática do ponto de vista político - declarou o senador. A seu ver, isso constituiu uma violência contra as normas mínimas do respeito à verdade, que todo e qualquer jornalista conhece.

Em aparte, o líder do PMDB,senador Jáder Barbalho (PA), disse que o mínimo que o partido deveria ter feito era dividir democraticamente o espaço do programa, gesto indispensável para preservar a convivência democrática entre companheiros de legenda. Jáder considerou grave o programa ter utilizado manifestações que ele fez em junho do ano passado, num contexto em que falava de estabilidade econômica e desemprego. E acrescentou: "O pior foi a exclusão das principais lideranças do partido. Nenhum dos nossos governadores, ministros ou candidatos a governos estaduais apareceu no programa".

06/03/1998

Agência Senado


Artigos Relacionados


Fogaça diz por que sai do PMDB

Fogaça comunica saída do PMDB

Fogaça critica conduta "esquizofrênica" do PMDB

Fogaça deixa o PMDB e oficializa ingresso no PPS

Fogaça deixa hoje o PMDB pelo PPS

Fogaça não gostou da solução apresentada pelo PMDB