Fogaça diz por que sai do PMDB



Fogaça diz por que sai do PMDB O senador José Fogaça oficializou ontem a desfiliação do PMDB e responsabilizou a direção nacional e a liderança partidária no Congresso Nacional por sua saída. Deixou o partido em que atuava desde 1974, e pelo qual foi eleito senador duas vezes, em 1986 e 1994, criticando “o acúmulo de erros, contradições e práticas condenáveis de um grupo que usa a relação com o Governo Federal em benefício próprio e para eternizar-se no comando do partido”. Ele confirmou o ingresso no Partido Popular Socialista (PPS), destacando que desde janeiro de 1992 era convidado a aderir à sigla pelo presidente nacional do partido, senador Roberto Freire. Fogaça isentou o presidente regional Cezar Schirmer e também o senador Pedro Simon de terem influenciado sua decisão. “O PMDB gaúcho não é causa e nem razão da mudança, mas é impossível fazer política só no Rio Grande do Sul e esquecer o PMDB nacional”, declarou. Limitou-se a comentar que “a participação do ministro dos Transportes Eliseu Padilha no grupo pensante do comando nacional é problema do PMDB” e descartou a conivência do presidente da República Fernando Henrique Cardoso com a cúpula do partido. A adesão de Fogaça representa uma cadeira a mais para o PPS no Senado, que já conta com Freire e Paulo Hartung. Em 2002, ele poderá disputar a terceira legislatura como senador. Governo busca modelo de crédito O Governo do Estado firmou ontem um protocolo de intenções com representantes da região italiana do Vêneto para realizar um estudo sobre a criação de entidades de garantia de crédito para micros e pequenas empresas nos moldes existentes naquela região. O Governo e a Junta Regional do Vêneto vão enviar uma carta-consulta ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) pedindo financiamento para o estudo. Se aprovado, o estudo será realizado em quatro meses com o assessoramento de um técnico da Associação Industrial da cidade de Vicenza. A previsão é de que em abril ou maio de 2002 o estudo esteja formatado. O diretor de Relações Internacionais da Junta Regional do Vêneto, Gianlorenzo Martini, disse que as entidades de garantia de crédito existem há 30 anos na Itália. Segundo ele, esses consórcios começaram com o apoio do governo regional e hoje se mantém com recursos das entidades associadas, que administram um Fundo de Garantia, que no caso do Confidi (Consórcio de Limite de Crédito) é de US$ 20 milhões, e este, no ano de 2000, conseguiu desenvolver concessões de créditos de US$ 250 milhões.” Martini diz que na Região do Vêneto existem de 15 a 20 consórcios de garantia de crédito. Na cidade de Vicenza são quatro que congregam 850 associados. As empresas associadas pagam um pequeno percentual sobre o crédito tomado, que será aplicado no Fundo de Risco ou Garantia das entidades. A cada ano, o governo regional estabelece um percentual de contribuição para ser dividido entre as entidades de garantia de crédito do Vêneto. Consultor elogia empresariado gaúcho A norte-americana OntheFrontier, consultoria especializada em desenvolvimento de estratégia e competitividade no mercado global para empresas de países emergentes, está iniciando atividades no Rio Grande do Sul. Um levantamento realizado pela empresa no Estado mostrou que os empresários gaúchos são inovadores e buscam soluções estratégicas para alavancar seus negócios. “As empresas gaúchas estão preocupadas em entender seus clientes e melhorar os seus produtos”, disse o diretor de marketing, Juan Solé. A pesquisa revelou que a necessidade dos clientes fica em primeiro lugar, com pontuação 6,3 numa escala de importância de zero a sete. Manter os clientes internos e externos satisfeitos foi um dos principais desafios atuais apontados pela grande maioria dos empresários que responderam ao questionário distribuído pela consultoria. Cerca de 58% das empresas dizem estar satisfeitas com os atuais clientes, mas a busca de estratégias para conquistar o mercado dos Estados Unidos foi uma das questões de maior importância citada em relação aos desafios atuais. Ficar atento aos movimentos do setor, buscar qualidade total e diferenciação dos serviços, implantar sistemas de gestão da qualidade e realizar investimentos em informática foram algumas das atividades citadas pelos empresários que são adotadas para tornar a empresa mais competitiva. “Um dos aspectos importantes é que a internet foi classificada pela totalidade dos empresários que responderam à pesquisa como uma grande ferramenta para tornar a empresa eficiente”, destacou Solé. A grande penetração da internet no País foi uma das características que determinou a vinda da empresa para o Brasil. De acordo com Solé, a Frontier realizou pesquisa de mercado no Brasil, México, África do Sul e Índia. “A escolha do Brasil também foi impulsionada pelo fato de o empresário brasileiro ser empreendedor e otimista. Ele quer fazer sua empresa crescer e tenta resolver seus problemas sozinho”, comentou o executivo. Solé afirma que o empresariado no Brasil já resolveu os problemas operacionais do dia-a-dia de seu negócio e agora deve investir na estratégia de crescimento das exportações. “A questão principal é não encarar o cliente como adversário, e sim como coestrategista. Se a empresa consegue conhecer bem seu cliente e satisfazê-lo plenamente, ela vai conseguir fazer um produto com maior valor agregado e alto preço de venda”, observou. Depois de desenvolver uma pesquisa sobre as necessidades das empresas brasileiras, a multinacional investiu US$ 10 milhões na criação do software Strategy Builder, uma ferramenta que permite ao executivo fazer pesquisas de mercado e testar projetos de expansão e conquista de clientes de acordo com o seu setor de atuação, em pouco tempo. O programa auxilia na identificação de segmentos atrativos de clientes, na diferenciação dos produtos em relação à concorrência, no ingresso em novos mercados, gerenciamentos de custos e fortalecimento da estratégia financeira da empresa. “A licença do serviço pode ser de seis meses ou um ano. Além do software, a Frontier também auxilia no projeto de aumento de competitividade. O custo é semelhante ao de uma contratação de pesquisa de mercado ou consultoria. No entanto, o próprio executivo realiza seu plano estratégico e em menor tempo”, explica. A empresa está negociando com a Fiergs e Federasul um convênio para reduzir custos para as empresas gaúchas, principalmente neste momento de instabilidade da economia e de esforço do Governo Federal para aumentar as exportações. “Quando o cenário econômico não é favorável, significa que apenas as empresas competitivas vão sobreviver. Estas companhias têm que aprender rapidamente quais são as novas necessidades dos clientes, pois uma pesquisa de mercado feita há um ano ou há seis meses já não reflete mais a realidade”, afirma Solé. Um dos pontos positivos do Rio Grande do Sul nesta situação, destacou ele, é que as empresas já estão preocupadas em atender seus mercados bem e em descobrir o que precisam melhorar. Encontro do terceiro setor reúne 21 países Começou ontem em Porto Alegre o IV Encontro Internacional de Fundações - Terceiro Setor. A reunião é promovida pela Fundação Irmão José Otão (Fijo) e pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RS) e conta com representantes de 21 países ibero-americanos. As discussões sobre o terceiro setor vão até o próximo sábado. A Fijo promove o Encontro Internacional de Fundações desde 1995 a cada dois anos em Porto Alegre, com o objetivo de melhorar a integração entre os três setores da sociedade. “Queremos facilitar as relações entre o primeiro setor, que é o governo, o segundo, que é o mercado, e o terceiro, que são as fundações, organizações não-governamentais, instituições e associações”, diz a presidente da Fundação Irmão José Otão, Maria Cecília Kohler. Ela diz que a preocupação dos cidadão brasileiros com o terceiro setor tem crescido nos últimos anos. “As pessoas estão entendendo que essa integração entre os setores é a saída para os problemas sociais enfrentados hoje.” O Encontro Internacional de Fundações vai trazer os ministros do Trabalho e Emprego, Francisco Dornelles - que fala hoje sobre a relação do governo com o terceiro setor -, e da Educação, Paulo Renato de Souza, que fala no sábado sobre o papel das universidades no processo. Durante os três dias de debates serão abordados temas como criatividade na administração de instituições sem fins lucrativos, ética no setores da economia, responsabilidade social das fundações de empresas, ausência de responsabilidade social, profissionalização, dinâmica operacional, terceiro setor e o mercado, a sua relação com o Ministério Público Brasileiro, pobreza mundial, meios de comunicação e trabalho voluntário. Hoje, serão realizados os painéis “A criatividade como administração de uma organização com fins sociais”, “Relações do Terceiro Setor com o governo e com o mercado”, “A ética como determinante da ação social no Primeiro, Segundo e Terceiro Setores”, “A expressão objetiva e real da responsabilidade social das Fundações das empresas”, “Caminhos que levam à ausência de responsabilidade social das empresas” e “Terceiro Setor na perspectiva do homem como ser social.” CPI na Câmara de Vereadores contra CRT A Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos da Câmara Municipal de Porto Alegre protocolou ontem pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para a investigar denúncias contra a CRT Brasil Telecom. O documento foi assinado por 32 dos 33 vereadores. Cerca de 150 pessoas ligadas a entidades de classe estiveram presentes ao plenário para acompanhar a sessão. Em seguida, promoveram uma manifestação em frente ao prédio da companhia, no Centro, acompanhados inclusive por integrantes de movimento sociais, como os Sem Terra. A empresa informou através de sua assessoria que só se manifestará se oficiada pela Câmara. As denúncias giram em torno de prejuízos a mais de um milhão de acionistas e irregularidades na cobrança de tarifas e no processo de privatização da empresa, além de críticas pelo fechamento de lojas em mais de 150 cidades e demissões de cerca de 900 empregados. “O que essa empresa privada está fazendo com nosso serviço público é um crime. Os assinantes residenciais, de 1994 para cá, tiveram suas tarifas aumentadas em 3.723%, e a variação da inflação no período foi de 108,2%”, critica José Jurandir Leite, do Sindicato dos Telefônicos no Estado (Sinttel). O aumento das tarifas, segundo ele, fez com que, de junho a agosto deste ano, a CRT recuperasse, devido à inadimplência, mais de 44 mil linhas, das 83.560 instaladas. “Com essas linhas, a CRT reduz a necessidade de novos investimentos, sinalizando uma maquiagem no cumprimento das metas determinadas pela Anatel”. A empresa já está sendo investigada pelo Ministério Público Estadual e há processos contra ela no Programa de Defessa do Consumidor do Estado, com 10 ações coletivas, somando cerca de duas mil reclamações de consumidores. As reclamações envolvem supostas irregularidades como a transmissão de linhas telefônicas para terceiros. Essa também foi uma das denúncias feitas em agosto numa audiência pública na Comissão de Serviços Públicos da Assembléia Legislativa. Um funcionário licenciado da CRT acusou a companhia de se omitir em relação a irregularidades de empresas terceirizadas, que segundo ele desligam um telefone para instalar outro na mesma rede, provocando novo serviço. Na audiência da Assembléia, o superintendente de Operação e Manutenção de Rede da CRT, José Salcedo, disse que a companhia alterou a forma de pagamento das terceirizadas, “remunerando sobre metas de qualidade”. A superintendente jurídica da CRT, Susi Mari de Assis Brasil, salientou que a empresa atende as 35 metas de qualidade da Anatel, que faz auditoria na empresa, a pedido da Comissão de Serviços Públicos do Legislativo. Colunistas NOMES & NOTAS Incubadora A Univates mantém uma incubadora virtual de projetos em software livre que já conta com mais de 90 projetos hospedados, de mais de 700 desenvolvedores. A instituição é usuária de sistemas em software livre desde 1997 e, em 1999, iniciou um projeto de migração de toda a sua plataforma para este ambiente. O Sistema Aberto de Gestão Unificada, desenvolvido pelo CPD do Centro Universitário, é o responsável pela automação do relacionamento dos alunos com a instituição, desde sua inscrição no vestibular e o processamento de sua classificação até a emissão de seu diploma de graduação, passando por todo o processo de matrículas, emissão de históricos, cadernos de chamada, etc. Os alunos do campi de Encantado já estão tomando contato com o sistema de gestão de acervo, empréstimo e colaboração para bibliotecas, que está sendo testado desde o final de setembro e entrará em produção em todos os demais campis no início de 2002. Expansão no Estado A Sul América Seguros está apostando no mercado do Rio Grande do Sul como uma das principais praças para a venda de seus produtos no País. A companhia prevê um crescimento de 15,2% neste ano no Estado de suas receitas de R$ 110,8 milhões atingida em 2000, mesmo com as turbulências no mercado segurador mundial, por conta dos atentados nos Estados Unidos. Somente na área de previdência individual as expectativas são de que o volume de negócios cresça 350% na região. Crescimento O Banco Central tem enfatizado a deterioração da demanda agregada resultante dos choques externos. O quadro internacional adverso tem se refletido negativamente sobre a demanda, superando a restrição de oferta imposta pela crise energética, sendo ambas influenciadas pela trajetória ascendente dos juros a partir de março, conforme o Lloyd TSB. O resultado em 2001, segundo o BC, deverá ser um crescimento moderado (2%) com pressão de baixa sobre os preços ao consumidor. No curto prazo ainda prevalece o mau humor do mercado, assim os ataques terroristas conjugados a possível ofensiva americana e a situação argentina deverão continuar pressionando o real. Feira na Alemanha Industriais da Região Metropolitana de Porto Alegre e da Serra Gaúcha participarão da K2001 - Feira Internacional do Plástico e da Borracha que ocorre de três em três anos em Dusseldorf, na Alemanha, programada para este ano de 25 de outubro a 1º de novembro. A mostra é especializada em equipamentos, ferramentas, máquinas para elaboração do plástico, materiais auxiliares, matérias-primas, produtos de plástico e semimanufaturados. Em 1998, contou com 2.653 expositores, dos quais 1.582 estrangeiros e recebeu um público profissional de 223 mil pessoas. Semana da Água Desde 1994, comemora-se no Rio Grande do Sul, nos primeiros dias de outubro, a Semana Interamericana da Água. Seu objetivo é formar uma consciência ecológica e de preservação dos recursos hídricos. A edição deste ano será promovida em Pelotas. Atualmente, estão formados no Estado 17 Comitês de Gerenciamento de Bacias Hidrográficas. A previsão é a formação de 20. A eles estão atribuídos o ordenamento e a racionalidade dos usos da água, a intermediação de conflitos entre usuários e a previsão de medidas para recuperar e manter a qualidade da água para a maximização da quantidade, dentro das condições das bacias hidrográficas. Rota do Sol Os empresários da Serra Gaúcha estão empenhados em mostrar a importância da conclusão da RST 453, conhecida como Rota do Sol. Essa rodovia liga a Fronteira Oeste ao Litoral gaúcho e é reivindicada pela região desde a década de 30, mas que começou a ser construída em 1972. Possui uma extensão de 773 quilômetros e atravessa 25 municípios, a partir de São Borja. Para a sua conclusão, restam ainda 40 quilômetros, no trecho entre Tainhas e Terra de Areia. Topo da página

10/04/2001


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