Fogaça critica conduta "esquizofrênica" do PMDB



O senador José Fogaça (PMDB-RS) afirmou que o PMDB não pode continuar a abrigar políticos que defendem intransigentemente o governo ao lado de candidatos às próximas eleições de viés nitidamente oposicionista. "O eleitor do partido não vai entender essa conduta esquizofrênica e hamletiana de ser e não ser governo e abandonará os nossos candidatos em 2002", advertiu.

Para Fogaça, um partido político precisa, em primeiro lugar, definir um programa de ação governamental, um projeto para exercer o poder, antes de ficar lançando candidatos à presidência da República. O nome do eventual candidato deve surgir numa segunda etapa, aceitando o programa consensual negociado dentro do partido, sustentou.

Ele aconselhou o líder do PMDB no Senado, senador Renan Calheiros (AL) e o presidente do partido, senador Maguito Vilela (PMDB-GO), a negociarem com os demais líderes dos partidos da base governamental um código de comportamento ético para harmonizar a responsabilidade de garantir a governabilidade do presidente Fernando Henrique Cardoso com seu compromisso de permanecer imparcial diante das várias candidaturas que podem sair de sua base governamental.

Segundo Fogaça, no momento atual de crise do país, o PMDB não pode abandonar o governo de repente, depois de passar mais de seis anos apoiando quase incondicionalmente o presidente Fernando Henrique. "Seríamos responsabilizados pela instabilidade que poderia acontecer", alertou.

Em aparte, Maguito afirmou que o PMDB precisa, em primeiro lugar, ouvir suas bases partidárias antes de definir programa de ação e candidatura presidencial. O partido, disse, sofreu derrotas humilhantes com as candidaturas Ulysses Guimarães e Orestes Quércia porque a cúpula escolheu nomes que as bases não queriam e, por isso, os candidatos foram abandonados. "Será na convenção de setembro que teremos a ocasião de saber como pensa e o que quer nossa militância", afirmou.

Também em aparte, o senador Amir Lando (PMDB-RO) defendeu o direito do PMDB de preservar sua identidade. "Precisamos sustentar esse governo, votando a favor do projetos de interesse da nação, caso contrário as eleições de 2002 podem até não acontecer. Nada impede, porém, que definamos, desde já, um nome e um programa de ação governamental, visando vencer as eleições"- afirmou.

22/06/2001

Agência Senado


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