Fogaça defende apoio de todos os candidatos a acordo com FMI
O senador José Fogaça (PPS-RS) apelou a todos os candidatos à Presidência da República para que se comprometam com um acordo emergencial do governo brasileiro com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a fim de atenuar a crise cambial que o país enfrenta. Segundo Fogaça, um acordo até 31 de dezembro deste ano, por exemplo, seria inteiramente inócuo, porque depois seria o salto no escuro, com o novo presidente.
- O recurso ao FMI, neste momento, não deve ser visto como um sacrifício, mas como um alívio. Nenhum investidor vai se acalmar com um acordo firmado apenas até o final do ano - disse o senador.
Fogaça admite que o candidato a presidente que apóia, Ciro Gomes, errou ao anunciar que vai acabar com as chamadas contas CC-5, que permite a remessa de dólares para o exterior. O anúncio, disse o senador, precipitou a remessa de dólares, o que agravou a crise. Fogaça entende que a única forma de controlar a legalidade dos dólares que saem do país pelas CC-5 seria por meio da lei de quebra do sigilo bancário.
Para Fogaça, a crise cambial tem um componente artificial, que é a eleição, e um estrutural, que é a crise de confiança que atingiu em cheio os Estados Unidos, com as fraudes nos balanços das empresas. Há ainda o esgotamento do acordo feito com o FMI depois da crise da Rússia, em 1999. O senador teme que a crise cambial traga uma brutal recessão ao país, porque 20% do trigo consumido no Brasil é importado, assim como 20% do petróleo, e mais 70% dos componentes de vários setores industriais de ponta, inclusive a telefonia.
- A desvalorização que o real vem sofrendo e o impulso que isso pode dar às exportações nem de longe vão compensar os enormes perigos que atravessamos. Grande parte da dívida pública, por exemplo, é em dólar, e os efeitos disso tudo podem ser desastrosos - afirmou o senador.
31/07/2002
Agência Senado
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