Para Fogaça, candidatos devem assumir consolidação do Mercosul



O senador José Fogaça (PPS-RS) sugeriu nesta segunda-feira (17) que os candidatos à Presidência da República devem assumir o compromisso de consolidar o Mercosul. Esse projeto de integração regional é que, na avaliação do senador, permitirá que a América do Sul possa enfrentar a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), num futuro próximo. Para o senador, a Alca virá, e -suas regras serão tão piores ou tão melhores para o Brasil e para os países da América do Sul, quanto mais ou quanto menos saibamos estruturar com seriedade um Mercosul sólido, vigoroso e duradouro-.

Para dar continuidade ao processo de integração entre o Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina, e também Chile e Bolívia, conforme pretende o Mercosul, é preciso que existam três pilares: vontade política, democracia e harmonia macroeconômica. Os dois primeiros, segundo o senador, são pacíficos: os povos daqueles países têm vontade política de se integrar no Mercosul e são democráticos. Mas, advertiu, não há harmonia macroeconômica, o que compromete a efetivação do bloco regional.

José Fogaça reconheceu que há várias opiniões sobre o assunto, mas é indiscutível o consenso de que faltam políticas comuns em relação a taxas de juros, dívida interna, política cambial, déficit público, médias de metas inflacionárias, ou seja, há uma discrepância total entre as realidades macroeconômicas dos integrantes do Mercosul. É a superação dessas discrepâncias que devem fazer parte da preocupação dos candidatos à Presidência, na opinião do senador.

Fogaça ressaltou que essa tarefa, na Itália e na França, foi assumida por partidos de esquerda, que conduziram seus países à integração na União Européia. Uma das condições para que a integração se desse foi a de que os países europeus não poderiam ter suas dívidas públicas internas equivalentes a 60% de seus respectivos Produtos Internos Brutos (PIBs). A Itália, assinalou, iniciou o processo de integração com uma dívida pública superior a 100% do PIB.

A constituição da União Européia é exemplo bem-sucedido de como estabelecer a harmonia macroeconômica entre nações interessadas na formação de um bloco regional, observou o senador. Isso -exigiu que os países integrantes abrissem mão de sua moeda e fizessem adaptações que exigiram sacrifícios às suas populações, mas deu-lhes uma soberania em relação a outros centros de poder de modo que, hoje, o euro é a única moeda capaz de confrontar o dólar-, afirmou.



17/06/2002

Agência Senado


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