Fogaça propõe que candidatos formalizem posição sobre dívida interna



O senador José Fogaça (PPS-RS) sugeriu nesta quinta-feira (13) que os quatro principais candidatos à Presidência da República (Luiz Inácio Lula da Silva, José Serra, Garotinho e Ciro Gomes) formalizem um documento explicitando como pretendem tratar a dívida interna mobiliária (em títulos), caso vençam as eleições de 6 de outubro.

Para o senador, a medida traria maior tranqüilidade ao país e evitaria novas turbulências no mercado financeiro, além de reduzir o chamado Risco Brasil e deter a corrida ao dólar que, observou, trazem graves prejuízos para as finanças públicas brasileiras.

- Seria um ato patriótico - salientou José Fogaça, para quem os candidatos à Presidência da República devem aprofundar os debates em relação ao problema. Com isso, notou, o próprio processo sucessório ganharia maior estabilidade.

José Fogaça fez a sugestão por estar preocupado com os pesados saques - da ordem de R$ 6,8 bilhões - que estão sendo feitos por investidores que aplicam em Depósitos Interfinanceiros (DI) e de Renda Fixa (RF). É que desde o dia 29 de maio, lembrou, o Banco Central baixou novas normas regulando esses fundos e até hoje, na visão do senador, elas ainda não foram bem compreendidas pelos investidores.

Fogaça explicou que o BC apenas exigiu dos referidos fundos transparência nas operações, ao determinar a atualização dos títulos públicos de suas carteiras pelo valor de mercado, impedindo que os bancos criassem "valores falsos e números enganosos", como vinha ocorrendo. Com isso, acrescentou, a rentabilidade de muitos fundos foi reduzida em cerca 3% a 4%, ocasionando perdas para os clientes, enquanto os bancos, na tentativa de corrigir perdas, optaram pela compra de dólar, levando à atual crise do mercado.

- O Banco Central exigiu dos fundos, portanto, lisura e visibilidade nas operações. O mercado financeiro tem que ser transparente para que as fraudes sejam evitadas. Mas se é verdade que alguns bancos tiveram informações privilegiadas antes de a medida do BC ser implantada, trata-se de um novo escândalo que deve ser apurado com todo rigor - observou Fogaça.




13/06/2002

Agência Senado


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