Fortunati ataca contradições do PT



Fortunati ataca contradições do PT Sem decidir sua nova opção partidária, o vereador revela que há um ano começou sua insatisfação A saída do vereador José Fortunati do PT foi marcada pelas críticas ao partido e às administrações do governo do Estado e das prefeituras petistas. Ele justificou a sua decisão dizendo que houve descaracterização com o crescimento das correntes internas, que ganharam maior dimensão que o próprio PT, com o afastamento dos movimentos sociais e dos filiados, além da burocratização, tornando-se antidemocrático. 'Os petistas que ocupam cargos nos governos olham com desdém, como se fossem inimigos dos que estão nos movimentos sociais. Os métodos foram alterados, não se pressupondo mais discussão com a base', argumentou. Ainda sem definir em qual partido irá se filiar, disse ser pré-requisito para o ingresso a aceitação do seu perfil, favorável ao amplo debate interno. Segundo Fortunati, a vontade de deixar o PT surgiu há cerca de um ano, quando a corrente PT Amplo e Democrático desistiu do lançamento de sua pré-candidatura à Prefeitura de Porto Alegre, após decisão tomada em convenção municipal da tendência, optando pelo apoio a Tarso Genro. O vereador destacou ainda as contradições do partido, salientando a defesa do financiamento público das campanhas e a rejeição ao instituto da reeleição e ao nepotismo. De acordo com Fortunati, as campanhas à presidência nacional estão sendo pagas pelas tendências, o que o estatuto do PT proíbe. Ele lembrou que as diferenças entre o discurso e a prática se refletiram na prévia pela indicação da candidatura a prefeito da Capital, no ano passado. 'Raul Pont sempre combateu a reeleição, mas para ele valeu. Tarso é isso que estamos vendo. Sua pretensão não era verdadeiramente a Prefeitura de Porto Alegre. Quer o governo do Estado', enfatizou. O vereador acrescentou que a contratação de parentes pelos administradores petistas se tornou constante, contradizendo a defesa histórica do partido. 'Nossa sogra, nossa cunhada e nossa irmã passaram a ser diferentes das outras. O que fazemos vale, somos anjos. Os outros partidos agem de forma errada, os seus integrantes pecam. Isso levou os companheiros a se interessarem mais pela sobrevivência pessoal, garantindo cargos no governo, do que por um projeto conjunto de mudanças', ressaltou. Fortunati estava filiado ao PT desde 1979, quando participou da criação da comissão provisória do partido no RS. Foi deputado estadual, federal, vice-prefeito e vereador de Porto Alegre, com a maior consagração eleitoral entre as câmaras municipais no Estado, com 39.989 votos. Cartilha da SEC é investigada O presidente da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa, deputado Onyx Lorenzoni, do PFL, entregou ontem à tarde ao Ministério Público cópia da cartilha produzida pela Secretaria da Educação (SEC) que trata da proteção ambiental. Conforme Onyx, o conteúdo da cartilha mostra posições político-partidárias, pois faz referência às eleições de 2002, ao Orçamento Participativo e ao Movimento dos Sem Terra. O documento que está sendo distribuído nas escolas, garante Onyx, tem conotação ideológica e deve ser investigado. Para o presidente da comissão, o doutrinamento de estudantes tem se constituído em prática contumaz da secretaria, através da edição de materiais como o citado. A cartilha foi publicada e distribuída há 15 dias, sob o título 'A proteção socioambiental', para comemorar a Semana da Pátria. O vice-presidente da comissão, deputado Edison Portilho, do PT, classificou de falsa a polêmica suscitada por Onyx e garantiu que não passa de um discurso frágil e oportunista. Ele defende que a publicação pretende subsidiar as reflexões nas escolas públicas estaduais e os temas estão relacionados ao meio ambiente e à soberania nacional. Líderes demonstram surpresa Integrantes do PT receberam com surpresa a desfiliação do vereador José Fortunati, apesar das informações de sua possível saída que circulavam havia um mês. As lideranças partidárias foram unânimes ao afirmar ontem que o desligamento se constituiu num equívoco. Para o ex-prefeito Raul Pont, a decisão pareceu pessoal e não por razões políticas. O presidente estadual em exercício, Selvino Heck, acha que foi uma perda para o PT, porém, considerou que o partido é maior do que qualquer militante. O presidente municipal, Valdir Bohn Gass, disse esperar a volta de Fortunati. Ele acredita que o vereador pensará melhor sobre seu futuro político, reavaliando a desfiliação. O prefeito Tarso Genro salientou que Fortunati passou a ser adversário respeitável. Ele admitiu que o partido possa ter se equivocado ao não conseguir manter o vereador. Ponderou, no entanto, que não houve erros de princípios. O vereador Estilac Xavier considerou lamentável a saída. Sobre as críticas ao apoio do PT Amplo e Democrático a Tarso na candidatura a prefeito, Estilac, coordenador da corrente, explicou que, à época, ele era o nome com mais condições de vencer. 'Apoiamos quem confiávamos e reunia condições de vitória naquele momento', salientou. Segundo o deputado Ivar Pavan, os argumentos não justificam a decisão de Fortunati: 'A história mostrará que ele está cometendo o maior erro político de sua vida'. ACM O ex-senador Antônio Carlos Magalhães (ACM), do PFL, está articulando com a bancada do partido e legendas coligadas na Bahia o reajuste do salário mínimo para R$ 250,00, conforme ele anunciou ontem a cem empresários. A matéria será defendida pelo senador Waldeck Ornelas, do PFL, como emenda ao projeto de orçamento da União de 2002. Em defesa dos R$ 250,00, Ornelas afirmou que o governo federal não pode mais usar como argumento a quebra da Previdência, pois, quando era ministro, desvinculou os reajustes do salário das contribuições previdenciárias Bate-boca impede Maluf de responder a perguntas O terceiro depoimento do ex-prefeito Paulo Maluf, do PPB, dado ontem para a CPI da Dívida Pública, foi marcado por bate-boca e brigas entre os vereadores de São Paulo que integram a comissão. Por mais de uma hora, Maluf não respondeu a nenhuma pergunta sobre as acusações de ter elevado a dívida do município na sua administração, além de supostas contas particulares que movimentava na ilha de Jersey. Brindeiro denuncia Itamar por difamação contra FHC A pedido do ministro da Justiça, José Gregori, o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, denunciou ontem na Justiça o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, do PMDB. Itamar pode responder a processo de difamação e injúria por ter acusado o presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) de ter liberado verbas para influir na convenção do PMDB. Segundo a procuradoria, Itamar cometeu crime ao acusar FHC de corrupção. Emília afirma que houve precipitação A senadora Emília Fernandes, um dos alvos do descontentamento de José Fortunati com o PT, afirmou ontem que o vereador se precipitou ao sair do partido. Segundo ela, em nenhum momento foi procurada por Fortunati para conversar sobre a suposta garantia da direção partidária de sua candidatura à reeleição. 'A direção ouviu a minha reivindicação quando entrei no PT. Fui eu quem pedi a vaga à reeleição pelo espaço que conquistei', ressaltou. Emília disse que iria propor aos pré-candidatos do PT ao Senado, após as eleições internas do dia 16, uma reunião para começarem a discutir com os filiados as candidaturas. Governador mineiro está no projeto dos pedetistas O PDT vai formalizar quinta-feira o convite para que o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, do PMDB, ingresse imediatamente no partido e seja o candidato à Presidência da República. Derrotado na convenção do PMDB realizada domingo, Itamar receberá em Belo Horizonte o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, e o deputado federal Vivaldo Barbosa, do Rio de Janeiro, articulador da formação de candidatura nacionalista. Hagemann volta a ter um partido O ex-vereador de Porto Alegre Lauro Hagemann se filiou ontem ao PT. Ele deixou o PPS em maio deste ano, descontente com os rumos do partido. Hagemann começou a trajetória política pelo PCB na década de 50 no movimento sindical e estudantil. Foi eleito vereador de Porto Alegre, e assumiu, pela primeira vez, em maio de 1964. Três anos depois, elegeu-se deputado estadual, tendo sido cassado pelo governo militar. Voltou à política em 1982, conquistando o mandato de vereador pelo PMDB e, em 1985, quando o PCB foi legalizado, retornou ao partido de origem. Ingressou no PPS em 1992, insatisfeito com a decisão da direção nacional do PCB de mudar o nome. JADER O senador Romeu Tuma, do PFL, integrante do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, disse ontem que o relatório sobre a investigação das denúncias contra o presidente licenciado do Congresso, Jader Barbalho, do PMDB, será entregue hoje ao presidente interino do conselho, Geraldo Althoff, do PFL. Segundo Tuma, o documento não define a punição contra Jader, mas deixa claro o pedido de abertura de processo por quebra de decoro porque ele mentiu em depoimento aos integrantes do Conselho de Ética ao negar ter se beneficiado com os desvios de recursos do Banpará. Mercadante acredita em idéia não amadurecida O deputado federal Aloízio Mercadante, do PT, afirmou ontem, em Porto Alegre, que a decisão do vereador José Fortunati de deixar o PT não foi amadurecida. 'Há alguns dias era candidato à presidência nacional e agora reclama da falta de democracia interna', comparou. Mercadante veio à Capital explicar o pré-programa econômico do provável candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva feito por economistas do partido ligados ao Instituto da Cidadania. Paim revela como recebeu o desabafo O deputado federal Paulo Paim foi uma das poucas pessoas que não se surpreenderam com a saída do vereador José Fortunati do PT. Paim ligou quinta-feira para Fortunati, que lhe confidenciou estar se desligando do partido. Entre os motivos, o vereador citou a existência de acordo para garantir uma das vagas ao Senado à Emília Fernandes. 'Essa foi a gota d'água. Porém, também pesou o fato de ele não ter sido escolhido candidato a vice-governador, em 1998, e a perda da vaga à prefeitura, em 2000', explicou. Segundo Paim, o vereador estava muito magoado com o partido. 'Foi uma forma de desabafo', disse. PDT convida hoje vereador e aguarda A executiva do PDT faz visita ao vereador José Fortunati hoje à tarde, em seu gabinete na Câmara Municipal de Porto Alegre, seguindo a decisão tomada na reunião do conselho político do partido ocorrida ontem à noite. Durante mais de três horas, as lideranças pedetistas discutiram o impacto da possível entrada do ex-filiado do PT. O deputado federal Alceu Collares foi a única voz discordante no encontro e manteve restrição ao ingresso de Fortunati. O presidente estadual do PDT, deputado federal Airton Dipp, assinalou que o vereador será bem recebido e deverá ajudar a costurar alianças políticas devido ao seu reconhecido trânsito partidário. PSDB decide a situação dos senadores do Paraná O futuro político do senador Álvaro Dias, do PSDB do Paraná, começa a ser decidido hoje, quando o conselho de ética do partido se reúne para votar o relatório de José Abrão, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento e Reforma Agrária e relator do processo de expulsão de Dias. Caso o pedido de expulsão de Álvaro e de seu irmão, senador Osmar Dias, seja aprovado, o processo irá para o diretório nacional, que analisará o caso. Homenagem pelos 30 anos hoje na AL O Hospital de Clínicas será homenageado hoje na Assembléia Legislativa do Estado. A proposta da deputada Maria do Carmo Bueno é alusiva aos 30 anos da instituição, que realiza anualmente 550 mil consultas, 30 mil cirurgias, 28 mil internações, dois milhões de exames e 160 transplantes. O presidente do hospital, Sérgio Pinto Machado, e a reitora da Ufrgs, Wrana Panizzi, estão entre os convidados para a cerimônia, que será às 15h. CPI convoca um depoente errado A CPI da Segurança Pública ouviu, ontem, na Assembléia Legislativa, o depoimento do delegado de polícia, Florisbaldo do Nascimento Cruz, e do coronel Paulo Roberto Mota, ambos do Departamento de Inteligência da Secretaria Estadual da Justiça e da Segurança. A CPI convocara, por engano, o tenente-coronel Mota, que falou sobre os serviços de escuta telefônica, ao invés do responsável direto pela Área de Inteligência da Brigada Militar, o major Ladmir da Silva, que deverá ser convocado nos próximos dias. Segundo o presidente da CPI, deputado Valdir Andres (PPB), o interrogatório teve como ponto central as denúncias de que esses órgãos continuariam a realizar atividades ilegais, como escutas telefônicas através de grampos. Florisbaldo Cruz disse que a finalidade das atividades do Departamento de Inteligência é produzir conhecimento para a elaboração de estratégias que coíbam o crime organizado no RS. Já o tenente-coronel Paulo Roberto Mendes, coordenador da Área de Operação e Treinamento do Serviço de Inteligência de Operação e Treinamento (Siot) da BM, destacou que a função é essencial para o policiamento ostensivo. Congrega as escolas da BM que atuam no treinamento específico e profissional. O deputado Ronaldo Zülke (PT) entregou ao presidente da CPI cópia do processo administrativo que cancelou compra de equipamento portátil para escuta telefônica. O parlamentar acredita que a entrega do documento sepulta o item 10, do requerimento inicial da CPI, que trata de suposta espionagem ilícita realizada pela Polícia gaúcha. Artigos EXPOINTER 2001 José Hermeto Hoffmann A Expointer 2001 foi um sucesso absoluto, premiando aqueles que, como nós, sempre acreditaram que ela seria maior e melhor do que as edições anteriores. Ela consagrou a vitória sobre a febre aftosa, recompensando o esforço dos que lutaram pelo direito de vacinar e proteger a nossa produção animal. Foi um êxito em todos os aspectos. No setor de animais, comercializamos 8% mais que em 2000, além de vendermos para outros estados e inclusive para o Uruguai - comprovando que esta não foi uma feira regional. Asseguramos também a criação do corredor sanitário. No comparecimento do público, superamos em 5,3% a feira anterior. Inovamos no setor de máquinas, criando o Dia de Negócios, que será ampliado no próximo ano. Aumentamos as vendas em 118% e acertamos com o setor a realização de uma feira dinâmica. O Banrisul teve papel fundamental no evento, oferecendo recursos para o setor de máquinas e uma linha especial para aquisição de animais. Foram liberados R$ 2,2 milhões, com juros reduzidos e pagamento em 30 meses. No total, o banco apresentou um acréscimo de 80,84% no volume de financiamentos. Criamos, também, a mostra da agricultura familiar, que, na próxima edição, será realizada em um pavilhão definitivo. Temos mais a comemorar. Superamos a febre aftosa. Fomos ágeis e eficientes no trabalho de vigilância sanitária e no mutirão da vacinação. Também lançamos o programa RS Rural Sanidade Animal, voltado ao combate da brucelose e da tuberculose, e liberamos R$ 1,6 milhão para a suinocultura através do Programa Pró-Produtividade. O sucesso da Expointer é reflexo da política implementada pelo governo gaúcho, que acredita na importância estratégica da agricultura para o desenvolvimento do Estado. Em dois anos e meio, liberamos R$ 535 milhões diretamente aos agricultores. Com certeza, uma das ações mais importantes de nosso governo é o seguro agrícola, reivindicação antiga dos agricultores familiares. Hoje, mais de 16 mil contratos já foram assinados e, ainda este ano, estenderemos o programa para a uva e o feijão. Ano após ano, comprovamos que a Expointer é o maior símbolo da pujança de nossa agropecuária e da força de nosso povo. Colunistas Panorama Político/A. Burd SOBRE A IMPACIÊNCIA Aos que atribuem precipitação ao vereador José Fortunati, que ontem deixou o PT, é preciso acrescentar que ele não teria paciência de esperar a disputa interna até 2008 e se habilitar a concorrer à Prefeitura de Porto Alegre. Para 2004, os pré-candidatos serão Miguel Rossetto e Maria do Rosário, alavancados por correntes fortes e organizadas dentro do partido, o que não é a característica de Fortunati. Ele abre mão de assumir a presidência da Câmara Municipal para concorrer ao governo do Estado pelo PDT, oportunidade que não teria nem em 2010 pelo PT. Sair de um partido que ajudou a fundar custou-lhe emocionalmente, o que ficou visível na entrevista que concedeu. Política se faz também com riscos, e isso Fortunati assume de frente. PARA ONDE VAI? As cadernetas de poupança detêm R$ 110 bilhões. Desse bolo, R$ 55 bilhões deveriam financiar a construção de casas. A aplicação não chega a R$ 5 bilhões. Quem no governo pode explicar o mistério? ÀS URNAS O PT escolherá, domingo, os novos diretórios nacional, estaduais e municipais. Há 851 mil filiados com cadastro e 300 mil deverão comparecer. São 6 mil chapas com 90 mil militantes em todo o país. A VEZ DO PFL 1) Em outubro, seguindo o rodízio, haverá troca na presidência do BRDE com o final da gestão do PT e a entrada do PFL. Está cotado o paranaense Aldo de Almeida Júnior, atual diretor financeiro. Antes, o PPB ocupou a presidência com o catarinense Luiz Heitor Ferrari; 2) uma das metas do governo gaúcho, em 1997, foi extinguir o BRDE. Queria transformá-lo em agência de fomento, seguindo a cartilha do Planalto. PAPO VAI, PAPO VEM Vicente Bogo, Airton Dipp e Giovani Cherini almoçaram juntos ontem. No menu, a chance de aliança. ÚLTIMA CHANCE As prefeituras terão até o dia 18 deste mês para contestarem estimativa da população de cada município feita pelo IBGE e publicada no Diário Oficial da União de 29 de agosto. O índice servirá de base para o cálculo do retorno do Fundo de Participação dos Municípios, do ICMS e das verbas para a saúde em 2002. PREVENÇÃO Até 1999, o oncologista radioterapeuta Luiz Alberto Fagundes dedicou-se ao tratamento do câncer. Desde então, passou a cuidar da prevenção. O resultado é o livro 'A Escolha dos Alimentos para Proteção Contra o Câncer', que autografa, a partir das 19h de hoje, no Mega Store do Shopping Praia de Belas. AUSENTES Lideranças do PT declararam, no começo da tarde de ontem, que não tinham conhecimento da entrevista coletiva que o vereador José Fortunati daria às 15h. Sem causar surpresa, havia uma assessoria de imprensa do PDT na Câmara Municipal acompanhando as declarações. APELO NO AR No programa Espaço Aberto, da Rádio Guaíba, ontem, o deputado federal Henrique Fontana fez um apelo ao companheiro Fortunati para que ficasse no PT. Não adiantou. COTADA 1) Há vereadores querendo votar em Fortunati para presidência da Câmara, em janeiro de 2002, conforme acordo; 2) outra hipótese é de que uma mulher assuma pela primeira vez o cargo de presidente da Câmara. Cotada a vereadora Helena Bonumá, que está no 3O mandato. APARTES Caixa único volta a debate na Assembléia Legislativa esta semana. Prefeito Caio Riela fará palestra, amanhã, em Uruguaiana. Tema quente: por que dividir o Rio Grande? PMDB com ouvidos atentos para o Dia do Fico de Itamar Franco. Nada a estranhar nas desavenças do PMDB nacional. Nasceu como frente de partidos e continuará assim. Túnel a ser construído na duplicação da BR 101 reduzirá em 11km a viagem entre Osório e Torres. O diretor do DEP, Airto Ferronato, não vai mais à chuva para se molhar. Arrumou um porta-voz bem treinado. Contagem: faltam 25 dias para fim do prazo de mudança de partido e poder concorrer em 2002. Debate do dia: Espaço Aberto, às 13h15min de hoje, na Rádio Guaíba. Deu no jornal: 'Moção contra corruptos constrange Jader'. PMDB quer mais do que constrangimento. 'Sem pressão social não há mudança possível' (FHC em 1978). Editorial BOAS INTENÇÕES, DIFÍCIL DE CUMPRIR A lei é feita, claro, para ser cumprida. É uma obviedade, mas, como todas as obviedades, vale ser relembrada sempre para não ser esquecida. No caso brasileiro, porém, é enorme o número de leis que, embora vigentes, caíram em desuso, em qualquer dos níveis da hierarquia político-administrativa. Aliás, cabe lembrar, igualmente, sermos um país com excesso de leis, até porque nossos poderes legislativos, nas três esferas, costumam praticar o erro clássico de avaliar a qualidade do parlamentar pelo número de projetos que apresenta. Nesse erro são incluídos os próprios órgãos de comunicação, que costumam mostrar grande apreço pelas estatísticas elaboradas pelas casas legislativas sobre a atuação dos respectivos componentes na produção de projetos. Decorre daí o fato de haver tanta lei sem aplicação. Uma vez sancionada, pouco depois cai em desuso e sobrevive apenas para inchar o universo legal. Não é outro o futuro da tal Lei de Responsabilidade Fiscal. Cuida apenas de impedir aumentos da despesa com o funcionalismo, mesmo que a criação de novos cargos seja exigida pelas necessidades públicas, e ainda que a revisão salarial seja imposição da Constituição, anualmente. Filha da descumprida Lei Rita Camata, que pereceu por inanição sem ter sequer se aproximado de seu objetivo, a de Responsabilidade Fiscal comete o erro de nivelar estados e municípios, grandes ou pequenos, ricos ou pobres. Exige deles o mesmo comportamento na composição de uma manutenção dos respectivos quadros de pessoal. A União invade indebitamente esfera de competência administrativa - incluída nessa, logicamente, a gerência financeira -, de estados e municípios, invalidando assim um dos mais salutares princípios da democracia, a competição entre os administradores. É dessa competição que surgem os grandes líderes políticos em escala nacional. Mas, desde que é lei federal que marca comportamentos, esses administradores de esferas menores estarão nivelados. Lei de difícil cumprimento, interpretada de maneiras diversas, sucumbirá com o tempo depois que passe a euforia inicial provocada pelas boas intenções. Topo da página

09/11/2001


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