Fortunati deixa PT após 22 anos de militância



Fortunati deixa PT após 22 anos de militância O vereador José Fortunati comunicou ontem, em entrevista coletiva, o seu desligamento do Partido dos Trabalhadores por divergência dos métodos e pelas contradições enfrentadas, nos últimos cinco anos, entre o discurso e a prática política do partido. Membro da comissão provisória formada em 1979 e que originou o PT em 1980, Fortunati também anunciou que abre mão da indicação à presidência do Legislativo Municipal, cargo a que teria direito, conforme acordo formalizado com outros partidos no início da atual legislatura. Os motivos alegados pelo vereador foram o desconforto em permanecer na sigla após ter sido "preterido", em 1998, no processo de escolha do candidato a vice-governador e, em 2000, quando foi "atropelado" por um projeto que visava alcançar o governo do Estado e não o de administrar Porto Alegre. Para o vereador esse forte processo de desgaste conduzido por tendências do PT mostrou que muitas forças internas "se consideram mais fortes que o próprio partido". Fortunati lamentou tomar a decisão de sair do PT, mas disse que as circunstâncias o obrigavam a fazê-lo, afirmando que, a partir de agora, vai refletir sobre o seu futuro até cinco de outubro. Ele confirmou as conversas que vem mantendo com vários partidos, destacando os encontros com as lideranças pedetistas, entre as quais o próprio Leonel Brizola, com quem esteve no final de semana no Rio de Janeiro; também os contatos feitos com Ciro Gomes e Roberto Freire e a direção regional do PPS, na pessoa do deputado Bernardo de Souza; e com o PSB, num encontro com o governador Garotinho. Ele também foi procurado pelas direções do Partido Humanista da Solidariedade (PHS), Partido Liberal, PTB e PSDB. Ele ainda defendeu-se das críticas de que sua atitude se deveria à garantia de vaga para o Senado ou para o governo do Estado. "Saio do PT, que é o partido de maior ascensão política e onde poderia facilmente me eleger deputado federal, além de ocupar a presidência da Câmara Municipal no ano que vem. Não saio por cargos. Difícil foi ser petista quando éramos perseguidos e demitidos por enfrentarmos o sistema e defender as lutas populares", salientou. Fortunati disse que, "infelizmente, o PT trata seus próprios companheiros como inimigos. Distanciou-se dos movimentos sociais; está se afastando das lutas populares, está atuando numa visão engessada onde as decisões são tomadas pela cúpula sem ouvir a base dos filiados, que não tem mais voz no partido", observou. O parlamentar ainda comunicou que manterá sua postura crítica e autêntica, sem transformar a sua saída em inimizade com a antiga legenda e ex-companheiros. Disse que como homem de partido, apesar de já ter anunciado que apoiaria Lula para a presidência, irá assumir a posição tirada no debate interno da opção partidária que vier a tomar. O presidente regional do PDT, Airton Dipp, demonstrou satisfação ao comentar a decisão do vereador José Fortunati de deixar o PT. Para Dipp, Fortunati será bem recebido se decidir se filiar ao PDT. O deputado, porém, foi cuidadoso ao admitir o desejo dos trabalhistas por Fortunati. "Não estamos propondo cargos. A decisão de sair do PT foi de caráter pessoal e, se optar pelo PDT, apesar de reconhecermos o seu patrimônio político, ele deverá somar-se aos mais de 200 mil filiados do partido no Estado", destacou. Sobre as criticas de Alceu Collares, limitou-se a dizer que são pessoais e não representam maioria no partido. O deputado federal Alceu Collares disse que o partido deve ter cautela para não incorrer em outros erros cometidos pela legenda ao abrigar pessoas que apenas visavam o seu interesse pessoal em detrimento de um projeto coletivo. Citou os casos de Emilia Fernandes, Dante de Oliveira, Almino Alfonso, Jaime Lerner, Cézar Maia, Marcelo Alencar e Valdir Pires, "que usaram o PDT como degrau para ascensão pessoal. Collares lamentou estar sozinho na defesa dos princípios trabalhistas, como "joãozinho do passo certo", ironizou. Ele afirmou que quer ver Fortunati defendendo o programa do PDT, como as escolas de tempo integral (Cieps) e a oficialização do Orçamento Participativo. Deputados retomam hoje discussão sobre a LDO A Assembléia Legislativa retoma hoje, pela terceira vez consecutiva, a votação do veto à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O governador Olívio Dutra vetou 37 itens da LDO, referentes a emendas apresentadas por parlamentares e comissões. Um requerimento da bancada do PT garantiu preferência para a votação de oito itens. Destes, quatro já foram apreciados e um teve a discussão interrompida na sessão extraordinária do dia cinco, por falta de quórum. Outros três itens do requerimento de preferência devem ser votados antes da análise do restante da matéria. O plenário já rejeitou o veto ao item que garante a execução de obras originadas de emendas do Fórum Democrático e da participação popular. Os deputados também rejeitaram o veto à emenda que obriga o governo a apresentar um demonstrativo analítico, com o respectivo valor, de todos os recursos que compõem o Caixa Único, com posição em 31 de dezembro do ano anterior e 30 de junho do ano corrente. Na sessão desta tarde, os deputados retomarão o debate do veto ao item que diz respeito a emenda da Comissão de Finanças e Planejamento. Ela determina que a proposta orçamentária para 2002 tenha a previsão de recursos suficientes para repor os saques a descoberto no Caixa, efetuados pela atual gestão. Depois de votar o veto aos 37 itens à LDO, os deputados devem apreciar outros seis vetos do Executivo a projetos de origem parlamentar e do próprio governo. Haverá reunião da mesa diretora, às 12 horas, para definição da ordem de votação. Fórum Democrático debate desigualdades regionais As primeiras audiências do Fórum Democrático da Assembléia Legislativa ocorrerão a partir de quinta-feira. Os encontros, que debaterão as Desigualdades Regionais - Determinantes e Desafios Contemporâneos, acontecerão em São Sebastião do Caí, Caxias, Canela e Lajeado. O lançamento oficial do Fórum será realizado hoje, numa entrevista coletiva do presidente da Assembléia, deputado Sérgio Zambiasi (PTB). Também estará presente o deputado João Luiz Vargas (PDT), relator da Subcomissão Mista para tratar das desigualdes regionais. O evento conta com a parceria dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento, da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul e da União dos Vereadores do Estado. As audiências do Fórum são independentes das questões levantadas nos casos da Metade Sul e da Metade Norte. Temer reafirma candidatura própria à Presidência O novo presidente do PMDB, Michel Temer, reafirmou ontem, em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, que não há possibilidade alguma de o partido não lançar candidatura própria à Presidência da República, em 20 de janeiro. Segundo ele, além do partido querer chegar à presidência, a candidatura própria pretende também ajudar os candidatos aos governos estaduais e ao Congresso Nacional. Segundo Temer, estatisticamente está provado que quando o PMDB teve candidato à Presidência da República o número de deputados estaduais e federais eleitos foi maior. "Esta é a razão que nos leva muito racionalmente a termos candidato próprio", afirmou. Ao referir-se à ala de dissidentes dentro do partido, Michel Temer defendeu a coerência, lembrando que o PMDB apoiou, em convenção anterior, o governo Fernando Henrique. "Nós apoiamos o governo por seis, sete anos, participamos dos avanços que naturalmente o governo teve. Por isso temos que ser coerentes. Agora transparentemente estamos sustentando a tese da candidatura própria e naturalmente, assim que lançado o candidato à Presidência da República, haverá o afastamento do partido do governo", disse Temer. O novo presidente do PMDB disse que o partido não vai abandonar o senador Jáder Barbalho, que responde a uma série de acusações. Ele ressaltou, no entanto, que as acusações são pessoais e que nesse caso cabe a Barbalho se defender. Vai ser difícil para o PMDB superar o racha aberto na disputa pela presidência do partido. O grupo governista, vencedor na convenção nacional de domingo, se declara magoado com a ala perdedora, ocupante da presidência do PMDB até domingo. Para os governistas, a forma como o senador Maguito Vilela conduziu o partido durante a disputa foi marcada pela falta de ética e por ataques pessoais desnecessários Onze municípios estão em situação de emergência As prefeituras de Ernestina e Passo Fundo, no Planalto Médio, e Tupanciretã, na Região Central, oficializaram ontem pedido de emergência devido aos prejuízos causados pela chuva de granizo no final de semana. Com isso, o número de municípios gaúchos nessa situação aumentou para onze. A situação ainda é crítica em Caçapava do Sul e Dom Pedrito, na Campanha; Cerrito e Cristal, na Região Sul; Lagoão e Tunas, no Vale do Rio Pardo; e Quaraí e Rosário do Sul, na Fronteira Oeste. Segundo a Defesa Civil, 230 famílias estão desabrigadas e 632 desalojadas por causa do mau tempo. Até agora, quatro pessoas morreram devido às cheias. O governo do Estado enviou mais 500 agasalhos e 80 cestas básicas, além de 2 mil telhas. Secretários defendem uso do carvão A utilização do carvão como combustível para a geração de energia elétrica foi um dos temas do encontro entre o presidente da Câmara de Gestão da Crise de Energia, ministro Pedro Parente, e os secretários de energia do Sul do País. Segundo Dilma Rousseff, secretária estadual de Minas e Energia, a geração desse tipo de energia beneficiará o Rio Grande do Sul, onde estão localizadas 90% das reservas de carvão do País. "A utilização do carvão gaúcho vai permitir geração de renda no Estado", destaca. Juntamente com os representantes dos Sindicatos da Indústria do Carvão, os secretários pediram que incentivos fiscais como isenção de IPI, dados para o gás, sejam estendidos ao carvão. "Também foi solicitada uma política de fomento da produção, através da compra de 3 mil MW dessa energia pela Eletrobrás", informa Dilma. Segundo ela, o País também sairá ganhando com a utilização do carvão. "Precisamos de fontes alternativas de energia, e essa é uma boa opção, já que não é necessário pagar a matéria-prima em dólar", afirma. Paraná e Santa Catarina, que também possuem reservas, endossaram o pedido. O ministro deixou a reunião com o compromisso de propiciar o desenvolvimento de um estudo sobre o tema para que possam ser tomadas as providências a fim de ampliar a exploração das reservas. Outro ponto enfatizado na reunião foi a necessidade de que o Governo Federal acompanhe a situação energética dos três Estados do Sul. "Por estarmos fora do racionamento, nós sentimos que estamos sendo um pouco relegados nesse acompanhamento", explica Dilma. Os secretários pediram que seja feito uma análise quinzenal dos reservatórios do Sul, a fim de evitar qualquer tipo de problema futuro. Para garantir o abastecimento, o grupo defendeu a manutenção dos atuais critérios para permitir que os reservatórios continuem cheios. Um exemplo, citado pela secretária gaúcha, é a manutenção das térmicas e da importação de energia, em níveis moderados, mesmo que não obedeçam o critério de menor preço, mas sim, o de maior nível dos reservatórios. Colunistas Cenário Político - Carlos Bastos Celso Bernardi está em vantagem no PPB O candidato Celso Bernardi, há dez dias da realização das prévias do PPB, se encontra em vantagem sobre seu concorrente deputado federal Fetter Junior. A disputa entre os pepebistas está sendo mantida em alto nível e os debates entre os dois pré-candidatos está servindo para motivar a militância, como ficou evidenciado, de forma especial, no debate realizado em Bento Gonçalves. A afluência aos debates é significativa em todos os quadrantes do Estado, e a realização da prévia está servindo para motivar os pepebistas. A vantagem a ser obtida por Celso Bernardi não será tão acentuada como se acreditava inicialmente. O deputado Fetter Junior, cuja carreira política está muito vinculada à região sul do Estado, conseguiu conquistar apoiadores em outras regiões. O favoritismo, no entanto, continua a pender para Celso Bernardi. Diversas A nominata de candidatos do PPB à deputação federal terá três reforços significativos. Um deles é o ex-presidente da Assembléia, José Otávio Germano, que terá como base o Grêmio e a região de Cachoeira do Sul. Está acertado, também, que o deputado estadual Érico Ribeiro vai concorrer a deputado federal. Outra candidatura de peso é a do ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra. Ele fará dobradinha na região de Passo Fundo e Marau, onde foi prefeito, com o professor Edson Nunes, que vai concorrer a deputado estadual. Para a Assembléia, o PPB também terá como candidata Leila Fetter, esposa do deputado federal Fetter Junior, que disputou o segundo turno da eleição para a Prefeitura de Pelotas contra o petista Fernando Marroni, que acabou ganhando o pleito. Outros dois reforços significativos para a legenda pepebista serão os nomes do ex-governador Jair Soares, que vai concorrer à Assembléia Legislativa, e também do ex-prefeito de Porto Alegre, Guilherme Socias Villela. Jair Soares já exerceu todos os cargos públicos e eletivos. Foi Secretário de Estado, governador, ministro, vereador da Capital e deputado federal. Para completar seu ciclo, faltam apenas a prefeitura da capital, a deputação estadual e a senatória. O deputado estadual Francisco Áppio, que é eleito pela região de Vacaria e Lagoa Vermelha, está em dúvida se disputa a reeleição ou uma cadeira na Câmara dos Deputados. Quem deve disputar uma vaga na Assembléia é Denise Kemps, que na última eleição em Caxias do Sul foi candidata a vice-prefeita na chapa encabeçada pelo deputado José Ivo Sartori, do PMDB. Lauro Hagemann se filiou ao PT ontem. A decisão era esperada há três meses, quando o ex-verador deixou o PPS. Deve concorrer a deputado federal em 2002. O anúncio da saída do vereador José Fortunati do mesmo partido, o PT, ontem, movimentou os meios políticos. Diversas siglas ofereceram mais "espaço" para o parlamentar. Segundo Fortunati, nos últimos tempos o PT adotou uma posição de partido de anjos e salvadores. "Os que estão do outro lado são os pecadores", arrematou. Última A informação que circulava ontem nos corredores da Câmara Municipal de Porto Alegre é de que o governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PSB), ligou pessoalmente, do hospital onde está internado para tratar de problemas na coluna, para o vereador José Fortunati (ex-PT) para convidá-lo a ingressar no partido. Começo de Conversa - Fernando Albrecht A máquina do tempo O secretário da SMT e presidente da EPTC, Luiz Carlos Bertotto, afirma que colocou em dia os cerca de 80 mil processos de multas; isso feito, a bola passa para a junta de recursos, a Jari. E nelas, o problema. Mais e mais leitores relatam multas estranhas. Um comprou um Brava dia 28 de outubro do ano passado, zero Km, direto da revenda e depois recebeu duas notificações, uma por um agente de trânsito e outra por um pardal. Só que com data do dia 26 do mesmo mês e ano. Ou seja, foi multado quando o carro nem placa possuía e ainda estava na revenda. Recorreu à Jari e não levou. Inventaram ou a multa retroativa ou a máquina do tempo. Imposto de Renda O advogado tributarista Ivar Piazzeta, da Pactum, é cético em relação à possibilidade de correção da tabela do IRpessoas física em 35,29%, como propõe o senador Paulo Hartung (PPS-ES). Segundo Piazzeta, a criação de uma alíquota de 35% já é um contra-ataque à possibilidade da correção da tabela, o que assusta a Receita. Lembra que no início do governo Fernando Henrique a alíquota máxima era de 25% e hoje é de 27,5%. Problemas da cidade A propósito do mau estado da calçada próxima ao Margs, a Smov informa que deu prazo de 15 dias para que o passeio seja consertado. Quanto à pavimentação falha na Duque de Caxias e Riachuelo, a secretaria vai verificar as condições e programar os reparos. Outra para a Smov: às 14h15min de ontem um pedaço de madeira caiu do edifício Roma, na Vigário José Inácio, quase atingiu uma senhora, apesar da tela de proteção usada nas reformas. As contas de Franco Na última Veja o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, contesta o peso dos juros na dívida interna. Franco mostra que, embora os juros tenham realmente sido forte componente da dívida, representam 29%, contra 71% do déficit primário. Excluindo 1998, um ano atípico seguindo ele, teremos 18% da conta juros e 82% no resto. O resto é da “gastança”, incluindo os esqueletos dos armários dos planos econômicos anteriores. Caderno dos bons Com uma edição primorosa e assuntos idem, o Caderno de Literatura da Ajuris faz uma bela presença. O último número traz uma matéria antológica com fotos idem de Tom Jobim e familiares, mais o depoimento de Helena, sua irmã. A revista também publica poemas do gaúcho de São Gabriel, Jorge de Oliveira Jobim, pai de Tom. Questão de método... A saída de José Fortunati do PT já estava desenhada há muito tempo e reforçou-se ainda mais quando sua disposição se tornou pública, ele que sempre se mostrou reservado no assunto. Sem espaço do lado xiita e sem espaço também no chamado grupo light, que de light não tem nada. Aliás, há algum tempo Fortunati queixou-se a amigos das sérias divergências quanto aos métodos. Muita gente no PT é a favor da luta armada, disse ele, “mas eu não sou”. ...e de futurologia Um exercício de futurologia é adivinhar se uma eventual candidatura ao Piratini com José Fortunati na cabeça beneficiaria mais a oposição ou o PT. Quem crava a segunda hipótese afirma que o voto do PT é cativo, que Fortunati só levaria votos que eventualmente iriam para candidatos de outros partidos. E quem acha que o sonho petista já acabou, conclui que o mais votado vereador da cidade vai tirar, sim, votos do candidato do PT a governador. Mi Buenos Aires Quem esteve em Buenos Aires no feriadão constatou que, se a miséria não é realmente tão grande assim, a classe média sofre e a vida anda muito cara para os brasileiros turistas. Uma Coca-Cola custa US$ 2,50 em qualquer lugar, e US$ 1,20 nos supermercados. Um entrecot ou bife de choriço, só ele, sem acompanhamento, custa US$ 10,00. Acrescentando os 10% mais salada e bebida, dá um balaio. Argentina, quem te viu e quem te vê... Renan é candidato O presidente da Fiergs, Renan Proença, teve seu nome indicado à reeleição por dirigentes de sindicatos e entidades industriais de Pelotas e Rio Grande. “Recebo com humildade a indicação de vocês”, disse Renan, que até agora não havia assumido oficialmente sua candidatura. “Já que vocês me julgam merecedor desse apoio, estejam certos que estou e estarei firme na luta pelo desenvolvimento”. Ou seja, habemus candidato na Fiergs. A Legalidade Leitor concorda com nota em que comenta que a mídia esqueceu abnegados que enfrentaram forças inimigas de peito durante a Legalidade, caso de episódio na fronteira com Santa Catarina relatado por ele. Assim como este, seguramente outros personagens deram duro e passaram anônimos pelas comemorações. Miúdas Anúncio de hoje da campanha de doação de órgãos do JC é da artista plástica Ana Baladão. Lançado o Portal da Comunicação Comunique-se (www. comunique.se. com.br), voltado para os profissionais da área. Otto Peters, fundador da Fernuniversität (Universidade a Distância), fala hoje e amanhã na Unisinos. Por proposição da deputada Maria do Carmo (PPB), o Hospital de Clínicas ganha homenagem hoje na Assembléia. Sinfac/RS promove às 9h do dia 14, encontro com presença de Luiz Lemos Leite, presidente da Anfac. Abre às 19h30min de quinta no Embaixador a 112ª Reunião do Conselho do IAB. Coordenadora do Projeto Autor Presente, Cida Simões vai à Paris com bolsa do Icatu. Claro Digital reúne hoje executivos de empresas para o II Workshop Integração de Dados e Voz em Telefonia Celular. Dia 17 inaugura o I Puritani Bistrô, na Hilário Ribeiro, 208, com atendimento em cinco idiomas. Conexão Brasília - Adão Oliveira O Congresso Nacional promulga hoje a emenda constitucional que restringirá o poder do presidente da República de reeditar medidas provisórias. O presidente FHC e o presidente do STF, Marco Aurél io Mello, foram convidados e devem participar da solenidade, marcando o congraçamento dos três Poderes. O clima de harmonia, no entanto, deve ser passageiro. Deputados e senadores devem abrir a semana criticando o governo por ter baixado dez medidas provisórias na véspera da mudança nas regras de tramitação. Fogaça Autor do texto original do projeto da PEC das MPs, na condição de relator da matéria, o senador José Fogaça (PMDB) diz que a promulgação da matéria hoje representa "uma virada na história constitucional do País". Relatórios Além da promulgação da PEC das MPs, outros dois assuntos devem atrair as atenções dos parlamentares. No Senado, a apresentação dos relatórios dos senadores Pedro Piva (PSDB-SP) e José Agripino (PFL- RN) sobre o projeto que altera a Lei das Sociedades por Ações (Lei das S/A). Está prevista para hoje uma sessão conjunta das Comissões de Assuntos Econômicos e de Constituição e Justiça. Câmara Na Câmara, o plenário deve continuar a votação dos destaques de emendas ao projeto de lei complementar que regulamenta a previdência complementar dos servidores públicos. A principal dificuldade do governo será derrubar o destaque que retira do projeto a obrigatoriedade de os planos de previdência dos servidores serem apenas na modalidade de contribuição definida. Sem comentários O governador Itamar Franco (PMDB) continua não comentando os resultados da convenção nacional do PMDB que ontem elegeu o deputado Michel Temer (SP) presidente do partido. Questionado ontem sobre o significado da eleição de Temer e da promessa em fazer do PMDB um partido independente do governo federal, Itamar respondeu apenas que não teria "nada a declarar". Candidatos Franco disse ainda que "está analisando e ainda há tempo", para definir se irá ou não disputar as prévias que escolherá o candidato peemedebista para concorrer à Presidência da República em 2002. As prévias deverão ser realizadas em 21 de janeiro e até o momento, os candidatos são o senador Pedro Simon (RS) e o governador Jarbas Vasconcelos (PE). Bahamas O governo brasileiro firmou na semana passada um acordo com as Bahamas - um dos principais paraísos fiscais do mundo - que vai permitir o rastreamento do dinheiro desviado das obras do Fórum Trabalhista de São Paulo, que ainda estaria em bancos daquele país caribenho. O acordo permite o repatriamento dos recursos e apreensão dos bens adquiridos ilicitamente por envolvidos na fraude. Editorial Recessão mundial e as opções da UE e Alca O desemprego e bolsas em queda alastram-se no rastro da globalização. Milhares de postos de trabalho são cortados, os setores mais atingidos são os de informática, eletroeletrônicos e telefonia celular. A saturação dos mercados chegou antes do esperado. Não durou mais do que cinco anos a euforia da Nova Economia. Apenas os Estados Unidos, berço da idéia e dos produtos que inundaram o planeta, passaram incólumes pelas crises do México, da Ásia, da Rússia, do Brasil e da Argentina. Não somente superaram as dificuldades como, com 30% e a maior participação decisória no FMI, ajudaram a solucioná-las, embora a contragosto, eis que os norte-americanos desejam que os países endividados por desajustes fiscais se socorram nas redes bancárias privadas, pagando juros superiores aos apetitosos 4% a 8% anuais do Fundo Monetário, Banco Mundial e similares. Nesta crise, quem entra nela mal estruturado leva a pior. Como as empresas nacionais endividadas em dólares e que amargaram a alta de quase 30% da moeda dos EUA no primeiro semestre de 2001. Em meio às dificuldades, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai querem acordos com a Alca e União Européia e existe corrida entre a Alca e a UE, cortejando os latinos. A globalização deixa marcas profundas e ONGs, que lançam hoje o II Fórum Social Mundial em Porto Alegre, revezam-se nos ataques, esgrimindo números contra os quais, de fato, há fracos argumentos. As vantagens da Associação de Livre Comércio das Américas são poucas, porém claras e ajudaram o México e sair do sufoco. O Nafta foi criado em 1º de janeiro de 1994. O México tinha média tarifária de importação de 10% e teve prazo maior que os EUA e o Canadá para diminui-la. As tarifas dos EUA passaram da média de 2,9% para 1,3%, caindo para 0,5%, em 1999. Se antes o petróleo mexicano respondia por 3/4 das exportações para os EUA, agora os bens manufaturados representam 45%. O comércio trilateral entre o México, EUA e Canadá passou de US$ 288,8 bilhões para US$ 659,2 bilhões, corrente de US$ 150 bilhões nas importações/exportações mexicanas, contra parcos US$ 65 bilhões do Brasil. Entre 1993 e 2000, o México aumentou em 70% sua produtividade, mesmo com a crise de 1995, a entrada no Nafta gerou 2,2 milhões de empregos, mais 22%. O salário médio, entretanto, continua estancado desde 1993, em US$ 2 por hora no setor industrial, contra a média de US$ 14 nos EUA, e 95% da economia está nas mãos dos estrangeiros. A Alca deverá representar produtos melhores e mais baratos, acesso preferencial a um mercado que representa 36% do PIB mundial, o combate às tendências neoprotecionistas e a atração de mais investimentos diretos. Esta última vantagem é contestada, pois com a Alca as matrizes das multinacionais exportarão em condições de igualdade, sem precisar se transferir à AL. A Alca trará perdas com os impostos de importação, que o Brasil pratica com sucesso e como proteção à falta de competitividade de alguns setores. Os países do Mercosul têm tarifas de importação altas, tendo mais a perder. Com a queda das barreiras alfandegárias, as leis norte-americanas antidumping teriam boa eficácia. Do lado da União Européia, se não caírem as barreiras contra o agronegócio, pouco adiantará abrirmos as fronteiras. Afinal, carnes de frango, bovina e suína, açúcar e café continuam a ser sobretaxados, escandalosamento, na maioria dos 15 países que formam a UE e Lionel Jospin foi claro, continuará a proteger seus médios e pequenos agricultores. Alca ou União Européia, o ideal seria parceria com ambos, a questão a ser detalhada com a participação do empresariado e dos governadores, principalmente os do RS e PR. Topo da página

09/11/2001


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