FRAGA CONCORDA: TAXA DE JUROS CONTINUA INACEITÁVEL



O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, reconheceu, durante depoimento nesta quinta-feira (dia 4) na Comissão de Assuntos Econômicos, que as taxas de juros no Brasil continuam excessivamente altas, mas que o governo está atento ao problema e agindo para reduzir progressivamente os percentuais.
- A taxa de juros para pessoa física chegou a atingir os 100% no começo do ano passado e hoje está em cerca de 40%. Isso demonstra que a equipe econômica do governo tem adotado medidas para baixar os juros, que já caíram bastante mas ainda não estão em um patamar satisfatório - afirmou Fraga.
O presidente do Banco Central compareceu à comissão para atender requerimento do senador Pedro Simon (PMDB-RS), que se disse "inconformado" com o apoio que o governo concede à prática de juros capitalizados. O senador criticou especificamente a medida provisória editada pelo governo que cria a Cédula de Crédito Bancário (CCB).
- A CCB é um embuste, fruto de reivindicação das instituições financeiras para legitimar a capitalização de juros - denunciou o Simon, que considerou insatisfatórias as explicações de Fraga sobre o assunto.
O presidente do BC disse que o sistema de juros capitalizados é o mesmo adotado para o cálculo dos ganhos da poupança, por exemplo. "Se alterarmos isso agora, iremos criar um novo problema para o sistema", disse Fraga. "Devemos agir para reduzir o custo do dinheiro e isso o governo está fazendo".
Fraga disse também que a expectativa de crescimento da economia neste ano é positiva, com previsão de um índice em torno de 4%. "Nós não temos mais a vulnerabilidade anterior às crises internacionais que levaram à mudança cambial, as exportações estão reagindo, os investimentos externos são crescentes e, com a reforma tributária, a redução dos juros será uma conseqüência natural", garantiu Armínio Fraga.

04/05/2000

Agência Senado


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