FRANCELINO REPUDIA MANIFESTAÇÃO DO FMI SOBRE FUNDO DE COMBATE À POBREZA



 FRANCELINO REPUDIA MANIFESATAÇÃO DO FMI SOBRE FUNDO DE COMBATE À POBREZA

O senador Francelino Pereira(PFL-MG) manifestou seu repúdio às declarações do representante do Fundo MonetárioInternacional (FMI) no Brasil, Lorenzo Perez, com ressalvas ao modelo do Fundo de Combatee Erradicação da Pobreza. Para ele, trata-se de uma ingestão do órgão internacionalem assunto de interesse interno do país.
Afirmando que o Brasil não poderia ficar indiferente diante das manifestações de Perez,Francelino leu nesta sexta-feira (dia 11), no plenário do Senado, a nota divulgada no diaanterior pelo Ministério da Fazenda. Ele disse que o ministro Pedro Malan, embora nãotenha sido votado por ninguém, "falou em nome de 170 milhões de brasileiros".
Na nota, o governo afirma que a alocação de recursos orçamentários é uma prerrogativados poderes Executivo e Legislativo brasileiros e "não é nem nunca foi" temade discussão com o FMI. Para Francelino, a nota "sai do coração e das entranhas dopovo brasileiro para responder a um representante do FMI que não merece o respeito doCongresso Nacional".
O senador lembrou que o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza foi proposto pelopresidente do Senado Federal, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), "dentro dosentimento de que o Brasil precisa urgentemente construir uma sociedade justa".
Francelino lamentou, ainda, a omissão do governo brasileiro diante de declarações doembaixador norte-americano, há pouco mais de dois meses, a respeito de assunto interno dopaís, embora relacionado com empresa americana. Segundo ele, "as declaraçõesofenderam o Brasil e cabia ao presidente da República manifestar também a repulsa emrelação a essa intromissão".
O vice-presidente do Senado, Geraldo Melo (PSDB-RN), na presidência da sessão, tambémmanifestou sua indignação com relação à intervenção de um funcionário do FMI emassuntos internos do Brasil.
- Faço questão de registrar essa posição por considerar intolerável e inadmissívelesse tipo de postura e indispensável uma reação enérgica e firme do Parlamento.Tolerância com a primeira posição não significa que devemos consultar o FMI sobredecisões que devem ser tomadas soberanamente pelas instituições que a democraciabrasileira, com o apoio da sociedade, criou e mantém - disse Geraldo Melo. Tambémparticipou do debate, em aparte, o senador Sérgio Machado (PSDB-CE).



11/02/2000

Agência Senado


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