Frases dos senadores que votaram a favor do relatório de Geraldo Mesquita
Jefferson Peres (PDT-AM) - -Os fatos são de uma evidência solar: o senador Antonio Carlos Magalhães se envolveu voluntariamente em delito grave por ação ou omissão. E infelizmente, é reincidente. Não há como provar que ele ordenou o grampo, mas ele, no mínimo, soube do grampo, e em vez de denunciar o crime ao governador do estado, fez uso do material ilícito. Se este Conselho de Ética votar pelo arquivamento, o senador não sai engrandecido. Mas o Senado, certamente, sai apequenado do episódio-.
Heloísa Helena (PT-AL) - -Já há jurisprudência aqui mesmo no Conselho de Ética e no Supremo Tribunal Federal: a gravidade do delito o torna intemporal em relação ao mandato. Houve quebra do decoro parlamentar, o crime é grave, o senador Antonio Carlos, se não mandou pelo menos sabia dos grampos, e ele é reincidente, o que é agravante em qualquer crime. A reincidência mostra obstinado desprezo pela lei e pelo magistrado. Por isso, temos que aprovar o relatório do senador Geraldo Mesquita Júnior.
Flávio Arns (PT-PR) - -Não é uma tarefa agradável julgar um colega, mas é uma obrigação de que não podemos fugir. É impensável, em termos de Bahia, imaginar um esquema de grampeamento de telefones desta magnitude sem o conhecimento do senador Antonio Carlos Magalhães. Não podemos afirmar que ele ordenou o grampeamento, mas é impossível achar que ele não tinha conhecimento, e se valeu do material ilícito. Além disso, as provas testemunhais, como a do jornalista Luís Cláudio Cunha, têm que ser levadas em consideração; são fundamentais em qualquer processo.-
Ana Júlia Carepa (PT-PA) - -Eu me sinto com o dever, pelos votos que recebi, de defender a instituição para a qual fui eleita, o Senado Federal. E o relatório do senador Geraldo Mesquita Júnior é perfeito, cristalino. Nós, afinal, não somos a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, somos o Conselho de Ética. Não somos o Judiciário. Ninguém em sã consciência pode garantir que o senador Antonio Carlos Magalhães não tinha ciência do esquema de espionagem telefônica. Nós temos a obrigação de preservar o Senado da República.-
Eduardo Suplicy (PT-SP) - -Nesta longa convivência no Senado, aprendi a respeitar as qualidades do senador Antonio Carlos Magalhães. Mas temos também que respeitar a instituição para a qual fomos eleitos. O relatório do senador Geraldo Mesquita Júnior traz para nós informações da maior importância, foram reflexões históricas, filosóficas sobre a ética na política e na vida pessoal que devem servir de exemplo para todos nós, senadores, e para todos os cidadãos. Devemos seguir com a apuração dos fatos, aprovando o relatório.-
Pedro Simon (PMDB-RS) - -É preciso aceitar, aprovar a peça acusatória do senador Geraldo Mesquita Júnior, e abrir o processo, dar seguimento às investigações, até para dar ao senador Antonio Carlos Magalhães a oportunidade de defesa. Se aprovarmos o relatório, não estamos condenando Antonio Carlos, mas admitindo que há indícios de crime. Não se deve deixar por conta do Supremo Tribunal Federal, porque o STF há de me perdoar, mas eles lá não condenam ninguém. Se arquivarmos o processo, estamos jogando fora uma luta de dez anos pela dignidade do Senado. Seria gravíssimo e seria muito triste.-
Geraldo Mesquita Junior (PSB-AC) - -Não tive qualquer propósito de satanizar o senador Antonio Carlos Magalhães. Preparei-me para elaborar o relatório com o espírito absolutamente isento, levando em conta que se trata de um senador eleito, com grandes virtudes e méritos em sua vida pública. Não tinha qualquer idéia preconcebida. Não sofri qualquer tipo de pressão, de qualquer dos lados, e muito menos da imprensa. Alguns jornalistas até devem estar me olhando de cara feia, porque recusei vários pedidos de entrevistas que me foram feitos.-
29/04/2003
Agência Senado
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