FREIRE DEFENDE UMA ESQUERDA DEMOCRÁTICA



O senador Roberto Freire (PPS-PE) reafirmou, nesta quinta-feira (dia 18), o compromisso de seu partido, sucessor do antigo Partido Comunista Brasileiro (PCB), com os princípios democráticos, e criticou tanto o Movimento dos Sem Terra (MST), pela radicalização, quanto o presidente Fernando Henrique Cardoso, por "endurecer" o discurso e ameaçar recorrer à Lei de Segurança Nacional (LSN), considerada um "entulho da ditadura".- Ser de esquerda é reafirmar sempre a democracia, como método e como conteúdo - pregou Freire.
O senador recordou as lutas dos movimentos de esquerda ao longo do século. Ele fez um histórico dos acontecimentos políticos e sociais do país, e comentou as atitudes e decisões tomadas, frente a eles, pelos comunistas. Em tom crítico, reconheceu diversos erros cometidos pela esquerda brasileira, que optou pela radicalização e acabou desencadeando reações violentas por parte das elites autoritárias, principalmente durante o regime militar. - Da parte do PCB, ocorreu uma mudança importante: não capitulamos sob nenhuma pressão, não demos mais passagem ao golpismo e ao voluntarismo. Combatemos o antidemocratismo e submetemos à crítica as concepções e ações das organizações da luta armada, sem nenhuma conciliação com elas - afirmou Freire.
O senador lembrou o episódio caso do seqüestro do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, em 1969, quando um dos presos políticos trocados pelo diplomata foi um dos líderes de seu partido, Gregório Bezerra. Apesar de trocado pelo embaixador, Gregório divulgou uma carta, em seu nome e do partido, discordando dos métodos das organizações empenhadas na luta armada contra o regime.
Roberto Freire disse que apresentará um projeto para revogar a LSN, e deplorou a truculência da polícia paranaense, que provocou a morte de um trabalhador sem- terra. Ele também criticou o governo pela falta de diálogo com o MST e pela demora em realizar a reforma agrária.
Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) anunciou o encontro entre os líderes do MST e os ministros da Política Fundiária, Raul Jungmann, e da Justiça, José Gregori, que ocorrerá no próximo dia 30. Suplicy comentou que não ficou comprovado que as depredações a prédios públicos e o seqüestro de servidores do Incra tenham sido cometidos por integrantes do MST.

18/05/2000

Agência Senado


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