FREIRE PROTESTA CONTRA INCLUSÃO DE SEU NOME À SUA REVELIA COMO ORADOR NA HORA DO EXPEDIENTE



O senador Roberto Freire (PPS-PE) protestou em plenário contra a inclusão de seu nome, à sua revelia, como primeiro orador da Hora do Expediente da sessão desta quarta-feira (dia 2). O parlamentar afirmou acreditar que seu nome foi incluído pela Mesa diretora devido ao seu requerimento para que essa primeira parte da sessão do Senado fosse dedicada ao Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, que se comemora em 29 de novembro, conforme resolução da Organização das Nações Unidas. Como o requerimento não foi aprovado, a inclusão de seu nome na lista de oradores teria sido, então, uma espécie de compensação para a negativa ao pedido. Freire disse que sua solicitação "inexplicavelmente foi negada", pelo que pedia desculpas ao povo palestino. O senador afirmou que a recusa à solicitação da homenagem entrava em confronto com a política externa brasileira, que lhe foi transmitida pelo Itamaraty.O senador Geraldo Melo (PSDB-RN), na presidência da sessão, afirmou que o requerimento de Freire foi negado em obediência a ato da Mesa de 21 de outubro do ano passado, que limita em apenas uma vez por mês as homenagens e comemorações durante a Hora do Expediente. E que o Senado já havia aprovado em 17 de novembro, para o dia 10 de dezembro, a realização de uma homenagem aos 50 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.Freire novamente protestou, argumentando que seu requerimento datava de 2 de setembro e que só recentemente havia assinado a sugestão de homenagem à Declaração Universal dos Direitos Humanos. Melo respondeu não ter conhecimento da existência de um requerimento anterior que não fora votado. E esclareceu que, em vez de dedicar toda a Hora do Expediente de hoje para a comemoração, a Mesa incluiu o nome de Freire como primeiro orador para que ele fizesse a devida homenagem.O senador por Pernambuco protestou novamente, afirmando que o caso não estava ainda devidamente esclarecido. - Isso teria de ser dito oficialmente. Fui inscrito à minha revelia. Que não se faça mais isso. Que se oficie legal e claramente o que foi negado. Estou falando de algo que simplesmente ouvi falar. Isso não é algo menor, até porque não sei o que dizer ao povo palestino - afirmou.Geraldo Melo então ponderou ser importante que a questão não fosse colocada como uma manifestação contrária do Senado brasileiro contra o povo palestino. Disse também desconhecer ato do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, contrário a qualquer ação de solidariedade àquele povo.Para resolver o impasse, Roberto Freire sugeriu que fosse revista a posição da Mesa e se marcasse para qualquer data, possivelmente em um mês subseqüente, a sessão de homenagem. Geraldo Melo concordou, sugerindo um novo requerimento de Freire. O senador Roberto Requião (PMDB-PR), em discurso seguinte, solidarizou-se com Freire e afirmou que desde já se inscrevia como orador na sessão de homenagem ao povo palestino. Melo sugeriu que, para que não houvesse esquecimento, a solicitação fosse encaminhada por escrito.

02/12/1998

Agência Senado


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