Freitas Neto denuncia degradação das estradas no Norte e Nordeste



O senador Freitas Neto (PSDB-PI) denunciou nesta quinta-feira (21) as péssimas condições em que se encontram as estradas do Norte e Nordeste do país, principalmente dessa última região, e apelou à sensibilidade do futuro presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, para que ele cumpra a promessa de campanha de reduzir as desigualdades regionais de renda no Brasil.

Citando recente pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Freitas Neto disse que das dez rodovias em melhores condições no país, nove delas cortam as regiões Sul e Sudeste, e apenas uma passa pelo Nordeste. Em contrapartida, frisou, das dez piores rodovias do país, só uma está no Sudeste. As demais, todas elas, atendem o Norte e o Nordeste.

A pior de todas as estradas do Brasil, segundo Freitas Neto, é a ligação entre Teresina (PI) e Barreiras (BA), trecho que, em 1999, era o quinto pior, deteriorando-se drasticamente de lá para cá, em vista da falta de reparos.

Freitas Neto disse que 38,8% das rodovias brasileiras estão em estado deficiente, ruim ou péssimo, o que corresponde a 18.275 quilômetros, 40% das estradas (18.841 quilômetros) não são sinalizados adequadamente e 22% não possuem acostamento.

A situação das estradas nas regiões mais ricas é melhor até em razão de haver ali um maior número de trechos privatizados, nos quais se cobram pedágios, quase sempre excessivos, comentou o senador, mas que propiciam recursos para a manutenção.

A precariedade das estradas nas regiões Norte e Nordeste, acrescentou, tem desestimulado investimentos e vem causando enorme desconforto à população usuária.

No entendimento do senador, o mau estado das rodovias onera em muito a produção das regiões menos desenvolvidas e empobrece ainda mais as populações de menor nível de renda. Para ele, só uma política coerente de investimentos será capaz de resgatar a infra-estrutura local e dar condições de gerar mais renda e maior competitividade naquelas regiões.

As áreas mais pobres do país precisam ser tratadas com -discriminação positiva-, como se prevê na Constituição de 1988, nos seus artigos 43 e 170, afirmou Freitas Neto. Em um país tão heterogêneo como o Brasil, completou, -eqüidade é tratar desigualmente os desiguais-, beneficiando-os para reduzir as diferenças.




21/11/2002

Agência Senado


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