Companhia aérea Nordeste vem praticando ¿dumping¿ no Norte, denuncia Sebastião Rocha
A companhia aérea regional Nordeste vem praticando operação de dumping no Norte do país de modo a estabelecer, na região, o monopólio em algumas linhas - denunciou nesta quinta-feira (20), da tribuna do Plenário, o senador Sebastião Rocha (PDT-AP). Segundo informou, o Departamento de Aviação Civil (DAC) já está sendo comunicado por ele sobre o procedimento da empresa.
Rocha relatou que a Nordeste cobrava R$ 120,00 pela passagem aérea no trecho Belém-Monte Dourado. Quando a empresa Meta, outra companhia aérea regional, passou a operar no mesmo trecho, a Nordeste reduziu o preço da sua passagem para R$ 99,00. A esse preço, impedida de operar, a Meta saiu daquela linha. Uma vez sozinha no setor, então, a Nordeste elevou o preço da passagem para R$ 320,00, ficando caracterizada, assim, uma típica operação de dumping (prática de preço a baixo custo, com o objetivo de eliminar o concorrente).
O senador fez um apelo à prefeitura de Laranjal do Jari (AP) para que destine logo a área que vai abrigar a instalação da primeira escola técnica da região. Fez também um apelo para que sejam liberados os recursos destinados à conclusão da BR 156, ligando Macapá a Laranjal do Jari, e elogiou a iniciativa privada na instalação do cabo subaquático, de 4,5 quilômetros de extensão, que vai levar a energia elétrica de Tucuruí para as populações da margem esquerda do rio Amazonas.
Ao falar sobre a necessidade de desenvolvimento da região amazônica, Rocha destacou, ainda, proposta de sua autoria, prevendo a criação de uma bolsa ambiental - um salário que seria pago ao extrativista para que ele proteja a floresta. A bolsa ambiental - explicou - teria o valor de um salário mínimo e seria um marco na defesa do caboclo da Amazônia.
Rocha disse que quer discutir o desenvolvimento regional sustentável da Amazônia com estudiosos, autoridades locais e do governo federal, incluindo-se aí o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em audiência pública que pretende realizar no seu estado.
Durante o seu pronunciamento em Plenário, o senador também criticou reportagem feita pela revista Terra sobre a região de Laranjal do Jari. Ele classificou a matéria de -vergonhosa, danosa e desrespeitosa- para com a população local, que ele considera vítima da urbanização descontrolada, e não agente causadora dos problemas apontados pela revista.
20/06/2002
Agência Senado
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