FREITAS NETO DIZ QUE SACRIFÍCIOS DEVEM SER IGUAIS



Ao louvar hoje (dia 27) o espírito cívico e a coragem do presidente Fernando Henrique Cardoso no lançamento do programa de ajuste fiscal, o senador Freitas Neto (PFL-PI) defendeu "uma distribuição mais justa dos sacrifícios que o plano impõe". Ele entende que isso é necessário até para garantir a legitimidade do programa e a eficácia das medidas impostas.

- Infelizmente, algumas das propostas incluídas nesse conjunto trazem consigo uma carga que atinge a população brasileira de forma desigual ao extremo. Por necessárias que sejam, essas medidas precisam sofrer correções - argumentou.

Segundo Freitas Neto, cabe ao Legislativo e ao Executivo aperfeiçoar essas medidas, até para torná-las mais viáveis. Ele apontou "os fortes golpes desferidos contra os incentivos fiscais", dizendo que no Orçamento de 1995 o Sudeste ficava com 44,3% dos incentivos fiscais, enquanto o Nordeste contava com apenas 11,95%. "A situação pouco mudou desde então", observou o parlamentar.

Ele disse ainda que o funcionalismo público é atingido pelo ajuste fiscal de forma mais dura que outros segmentos da população, "como se fosse o único responsável pelo déficit público". E afirmou que esses funcionários, "que já amargam quase três anos sem aumento, vêem-se agora expostos a novas sanções". Para Freitas Neto, a população entende que o momento é de sacrifícios, mas, para aceitá-los, é preciso que eles sejam distribuídos de forma equânime.



27/11/1997

Agência Senado


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