Frente de oposição reúne PSDB, PFL e PDT
O PSDB, PFL e PDT lançaram, nesta quinta-feira (25), a Frente de Oposição pela Ética e pelo Emprego. Na reunião, foi lida uma carta à nação explicando que esses partidos decidiram se unir em favor da ética e do emprego para fazer frente à "onda de frustração" que toma conta do país. De acordo com o texto da carta, a corrupção e o desemprego corroem a coesão social. Não há risco de golpe nem conspiração, mas há uma frustração crescente da população diante de promessas de campanha não cumpridas, afirmam os partidos oposicionistas.
O líder do PDT no Senado, Jefferson Péres (AM), afirmou que o pacto não visa as eleições. Ele explicou que a formação de uma frente com partidos tão diferentes não deve causar estranheza, uma vez que, atualmente, não há uma divisão política tão "preto e branco" como era no passado. "O que diferencia os partidos é sua posição de respeito à coisa pública", afirmou o senador, para quem o país amadureceu e os parlamentares querem fazer uma oposição madura.
O ex-senador José Serra, candidato derrotado do PSDB à Presidência, afirmou que o objetivo da reunião das oposições é unir forças políticas pelo bem do Brasil. Serra cobrou um programa de governo e afirmou que a situação é tensa no país, com desgaste do governo, estagnação econômica e aumento do desemprego. Serra afirmou que a intenção da oposição não é eleitoral no momento. "O objetivo é impedir que a crise se aprofunde e permitir o retorno da ética", afirmou.
O líder do PFL no Senado, Jorge Bornhausen (SC), disse que a nação reclama uma explicação do governo sobre o comportamento ético de seus membros e sobre o desempenho fracassado na conquista de novos empregos.
- Houve uma seqüência de erros. A sociedade civil precisa apresentar soluções e apontar equívocos - afirmou, observando que não há crise de governabilidade e sim de autoridade, citando como exemplo disso as greves prolongadas que vêm causando prejuízos ao país.
O senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB, se disse orgulhoso de participar da frente oposicionista e afirmou que esse segmento político está cumprindo seu papel de fiscalizar. Virgílio pediu a realização da comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a atuação do ex-assessor do Planalto Waldomiro Diniz. O senador José Agripino (RN), líder do PFL, declarou que a oposição precisa agir, sob pena de ser conivente com a situação. Para ele, o objetivo da frente é dizer "quem somos, quantos somos e o que queremos".
Participaram da reunião diversos parlamentares, como os senadores Antero Paes de Barros (PSDB-MT), César Borges (PFL-BA) e Efraim Morais (PFL-PB), além do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, e do presidente do Sindilegis, Ezequiel Nascimento.
25/03/2004
Agência Senado
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