Oposição do PSDB será dura e objetiva, diz Jucá
O PSDB está desenhando a sua estratégia de oposição ao governo Lula no Senado. Uma das providências nesse sentido, anunciada nesta terça-feira (18) pelo senador Romero Jucá (PSDB-RR), é a formação de um grupo técnico para estruturar as ações do PSDB, com levantamento de dados, sua sistematização e a fiscalização de assuntos importantes.
Baseado na 2ª vice-presidência do Senado, o grupo terá à frente três dos 12 senadores do partido: Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM), Eduardo Siqueira Campos (PSDB-TO), atual vice-presidente da Casa, e Romero Jucá. -Seremos vigilantes-, afirmou Jucá.
A linha de atuação do PSDB deverá ser -dura- e objetiva. Foi o que Jucá, ex-líder do governo Fernando Henrique Cardoso no Senado, transmitiu ao senador Aloizio Mercadante (PT-SP) no encontro que manteve com o líder do atual governo nesta segunda-feira (17). -Vamos jogar duro, mas vamos jogar na bola-, avisou Jucá.
Outro recado que Romero Jucá passou ao PT foi a necessidade de se cumprir acordos políticos. Para ele, o PT -está devedor-, porque no ano passado não respeitou o acordo feito para aprovar a minirreforma tributária que, entre outras mudanças, reabriu o Programa de Recuperação Fiscal (Refis) para os inadimplentes com suas obrigações para com a União. -O PT acertou um pacote de coisas para aumentar o imposto de renda e a Cide (Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico). Nós aprovamos e, na hora do presidente sancionar, o PT pediu para vetar-, lembrou.
O senador, que foi indicado pelo seu partido para ocupar a presidência da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), disse que o regimento do Senado não prevê a criação de comissão especial para estudar assuntos específicos, como a reforma trabalhista. Essa proposta do 1º vice-presidente, senador Paulo Paim (PT-RS), segundo Jucá, segue o regimento da Câmara dos Deputados, que prevê a formação de comissões especiais para dar celeridade à tramitação de determinados assuntos.
As mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovadas na Câmara, devem tramitar pelas comissões permanentes do Senado. E, conforme Jucá, caberá à CAS a análise do mérito da proposta. No entanto, a posição de Jucá é encaminhar a discussão do assunto só se o governo Lula assim solicitar. -Se não pedir, para mim morreu. Trata-se de um programa de governo, que poderá ser reapresentado-, afirmou, acrescentando que isso será avaliado com -os olhos críticos que o PT tinha-.
18/02/2003
Agência Senado
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