Frente Parlamentar pede mais R$ 8 bi para a saúde e ameaça com obstrução



Um pedido extra de R$ 7,97 bilhões para a área de saúde, um apelo da Frente Parlamentar da Saúde (FPS), está entre as indicações feitas pelo senador João Vicente Claudino (PTB-PI) no relatório da área da Saúde, para decisão por parte do relator-geral do projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2010, deputado Geraldo Magela (PT-DF). O relatório de Saúde foi um dos três documentos setoriais da proposta orçamentária aprovados pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) nesta quinta-feira (10), em seu primeiro turno de trabalhos, suspenso por volta das 13h.

João Vicente Claudino esclarece que o pleito encampado pela frente parlamentar traduz anseios dos conselhos formados por secretários de saúde dos estados (CONASS) e dos municípios (CONASEMS). Segundo ele, o relator-geral poderá apresentar solução satisfatória para essa demanda. Como observou, Geraldo Magela dispõe de uma reserva de R$ 13 bilhões da primeira reestimativa da arrecadação, sem contar uma possível reavaliação do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), possibilitando novas receitas para as despesas do ano que vem.

- O projeto foi elaborado com uma previsão de crescimento da economia de 4,5% no próximo ano, mas análises atuais estão indicando a possibilidade de um desempenho que variaria de 5,1% a 6% - observou.

Na reunião, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), que dirige a frente da saúde, disse que pelo menos metade do valor do pleito precisa ser assegurada. Do contrário, afirmou, a saúde enfrentará uma situação "dramática" no ano que vem. Os recursos devem ser destinados ao reforço das despesas do Sistema Único de Saúde (SUS) com atendimento hospitalar de média e alta complexidade (MAC), a ampliação do piso de atenção básica para estados e municípios (PAB) e compra de medicamentos excepcionais - para tratamento de câncer e problemas cardíacos, por exemplo.

Darcísio Perondi afirmou, à Agência Senado, que a frente está disposta a bloquear a votação do projeto do Orçamento no Plenário do Congresso, caso a reivindicação não seja atendida de forma satisfatória. Para isso, como disse, poderia ser solicitada a conferência de quórum na sessão. Ele disse que mais de 15 parlamentares já se comprometeram em apoiar o pedido, caso seja necessário.

Emendas

O governo havia remetido ao Congresso uma proposta de orçamento para o Ministério da Saúde com recursos da ordem de R$ 62,47 bilhões. Desse total, R$ 57,8 bilhões seriam destinados a financiar ações e serviços de saúde. Depois do relatório, graças às emendas parlamentares, a área ganhou um reforço de R$ 1,12 bilhão em recursos novos. Outros R$ 460 milhões foram destinados às emendas, a partir de cortes em despesas já previstas, seguindo critérios previstos no relatório preliminar.

Sem recursos para atender pedidos dos parlamentares para ampliação dos valores de emendas, o senador João Vicente Claudino rejeitou os pedidos formulados por meio de 39 destaques. Porém, da mesma forma como vem ocorrendo nos relatórios já votados, ele repassou os pedidos à relatoria geral. No relatório, ele já indicou uma alternativa para o relator ampliar o valor das emendas: usar os R$ 100 milhões reservados no relatório da área para os hospitais-escola universitários, transferindo a ação correspondente para a área temática da Educação, à qual pertenceria.

No total, foram aprovadas para o setor 2.082 emendas, sendo 54 de bancadas, sete de comissões e 2.021 individuais.



10/12/2009

Agência Senado


Artigos Relacionados


Frente Parlamentar da Saúde apresenta sugestão para garantir CPMF

Frente Parlamentar da Saúde inicia trabalhos e destaca metas para próxima gestão

Frente Parlamentar da Saúde quer evitar uso de recursos do SUS em ano eleitoral

Frente Parlamentar pede apoio de Renan Calheiros às Santas Casas

Frente Parlamentar e senadores protestam contra desvinculação de recursos na área de saúde

DEM anuncia fim de obstrução, mas ameaça com radicalização