Garibaldi diz que em 2008 Senado não vai abrir mão de agenda própria



Por estar no cargo há apenas dez dias, o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), enfatizou, durante a entrevista concedida por ele nesta quinta-feira (20), suas expectativas em relação a 2008. Ele destacou que a instituição viveu, em 2007, uma "crise sem precedentes", mas disse acreditar que, com o apoio das lideranças e de todos os senadores, o próximo ano será diferente.

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Entre as medidas que pretende implementar para melhorar o desempenho do Senado no ano que vem, Garibaldi Alves citou a atualização do Regimento Interno e a análise de uma solução para o acúmulo de vetos presidenciais sem deliberação e para a monopolização da pauta por medidas provisórias.

- O Congresso tem suas prioridades, e o governo tem outras. Não podemos deixar as nossas pra trás. Não podemos abrir mão de nossa pauta - afirmou.

Garibaldi reafirmou a intenção de levar adiante a promessa do senador Tião Viana (PT-AC), que, durante o período em que ocupou interinamente a Presidência do Senado Federal, comprometeu-se a divulgar na Internet os gastos com a verba indenizatória dos gabinetes dos parlamentares, a exemplo do que acontece na Câmara dos Deputados.

Um jornalista quis saber se, entre as mudanças que pretendia implementar, Garibaldi tinha a intenção de acabar com o nepotismo na Casa.

- Sozinho, não posso garantir nada. Não vou virar justiceiro no Senado. Tenho que ser realista para não perder condições de apoio. O Senado somos nós. Só quem garante são os senadores em conjunto - disse.

O presidente disse acreditar que uma eventual discussão sobre aumento dos subsídios dos senadores não seria oportuna.

- Um aumento deve ser dado numa hora em que se mereça esse aumento. E só se merece quando se está trabalhando bem - disse.

"Derrota anunciada"

Na entrevista concedida em seu gabinete, Garibaldi Alves Filho destacou as iniciativas tomadas pela instituição no combate ao crime organizado e na área social. Por outro lado, e afirmou que, da forma como foram conduzidas as negociações, a votação da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) foi uma "derrota anunciada".

- O Senado acertou porque esteve em sintonia com a população. Já o governo, além de ter perdido a batalha da articulação política, perdeu a batalha da comunicação - disse, reafirmando sua posição favorável à prorrogação.

Durante a coletiva, os jornalistas receberam o resultado de pesquisa de opinião realizada pelo DataSenado que revelou que 78% dos entrevistados (784 pessoas de todas as capitais brasileiras) concordaram com a rejeição da CPMF. A pesquisa demonstrou ainda que 52% dos participantes acreditam que o resultado da votação que acabou com a CPMF melhora a imagem do Senado.

Transposição

Questionado sobre a responsabilidade do Legislativo no debate sobre a transposição do Rio São Francisco, Garibaldi frisou que, a seu ver, não procede o argumento dos críticos do projeto que afirmam que não houve diálogo. Ele lembrou que várias audiências públicas foram realizadas antes do início das obras. Em sua opinião, a greve de fome do bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, é uma "radicalização muito grande".

- Na região que vai receber água, moram dois milhões de pessoas. Pode até ter água, mas é água poluída. É um projeto altamente válido do ponto de vista social e ambiental. A água que vai ser retirada não compromete o rio, e o governo está fazendo obras pela revitalização - disse.



20/12/2007

Agência Senado


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