Garibaldi lamenta que matérias relevantes não sejam votadas



O presidente do Senado, Garibaldi Alves, afirmou nesta quarta-feira (23) que a Casa tem vários projetos relevantes aguardando votação e que essas deliberações não podem acontecer a "conta-gotas" em razão da prioridade concedida às medidas provisórias (MPs).Ele observou que o Plenário está praticamente em dia com a votação de mensagens de indicação de autoridades para exercer cargos públicos, mas ressalvou que isso não é o mais relevante.

- Tudo bem que estamos quase em dia com a votação de autoridades. É muito importante que se vote [a indicação de] autoridades, mas a maior autoridade mesmo é o povo que nos mandou para cá e que está esperando outra pauta de votação.

Na opinião do presidente do Senado, a Casa nunca acumulou tanta matéria à espera de deliberação, mas é o excesso de medidas provisórias, de um lado, e a falta de entendimento entre os líderes partidários, de outro, que têm dificultado o andamento dos trabalhos legislativos.

- Quando não é o governo, é a oposição. Não podemos também ficar só culpando as medidas provisórias, porque a oposição também está numa disposição muito firme de obstruir. Isso é legítimo, mas, às vezes, se obstrui tudo e não se vota nada - disse.

No seu empenho de fazer com que a Casa legisle, Garibaldi disse que não privilegia ninguém com suas reclamações. Ele afirmou que reclama do governo tanto quanto da oposição quando esses não contribuem para o andamento dos trabalhos.

- Eu não sou um presidente com o propósito de contemporizar com ninguém. Eu quero fazer justiça, dar a Cesar o que é de Cesar, dar ao povo o que é do povo e dar à sociedade o que é da sociedade. A sociedade quer que o Congresso vote, que o Congresso discuta e que a maioria aprove ou desaprove - declarou.

Na mesma entrevista, o presidente do Senado foi questionado sobre a crescente violência praticada contra crianças no Brasil. Não existiria um descompasso entre o aumento dessa violência e as ações do Congresso para reprimi-la? - indagaram-lhe.

Garibaldi respondeu que a violência contra crianças, jovens e adultos está exigindo um levantamento mais acurado porque, a cada dia, é mais grave e preocupante. Na opinião dele, a violência disseminou-se e a grande questão é estudar o que está levando a tantos crimes contra crianças.

- Isso precisa ser estudado e o Congresso não deve ficar omisso - recomendou.

O presidente foi indagado, ainda, se chamaria a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao Plenário para explicar o uso dos cartões corporativos do governo e denúncias de que teria responsabilidade sobre a elaboração de dossiê com dados sigilosos sobre Fernando Henrique Cardoso e sua mulher, Ruth Cardoso. Garibaldi disse que são tantas as comissões a chamá-la que não há o menor risco de ela vir a Plenário.

- Eu acho que já tem comissão demais querendo ouvir a ministra Dilma, não há perigo de ela chegar ao Plenário, não. Em uma dessas comissões, ela chega. Diz o senador Jucá que ela vem no dia 30, então...

- Mas ela virá para falar do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], não para falar do dossiê sobre os cartões corporativos - lembrou um jornalista.

- Há possibilidade de ela falar sobre os acontecimentos ligados a esses cartões. Pelo menos eu tenho informação de que ela não afasta essa possibilidade. Eu acho que ela deveria falar sobre esse episódio como tem falado em outros fóruns. Inclusive, ela já deu uma entrevista coletiva, já se pronunciou sobre o assunto. Eu acho que é hora de se ter um depoimento dela sobre isso - afirmou.

23/04/2008

Agência Senado


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