Garibaldi lembra admiração pelo adversário



Ao prestar sua homenagem ao ex-senador Dinarte Mariz em sessão especial pelo transcurso do centenário de nascimento do político potiguar, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) lembrou que sempre foram adversários.

- Nunca fui seu correligionário, pois quando me dei conta da política, embora ainda na adolescência, já estávamos em campos opostos, e assim permanecemos até sua morte - assinalou.

Mas o tempo e -a distância marcante das lutas travadas, às vezes ferozes embates eleitorais e políticos-, acrescentou o senador nesta quinta-feira (14), -me decantou no espírito serenidade para o julgamento desta figura de enorme importância para a política do Rio Grande do Norte e do Brasil, credenciando-me, por convicção de consciência, a render também minhas homenagens a Dinarte de Medeiros Mariz-.

Garibaldi disse ter recolhido, ao longo da sua vida pública, testemunhos sobre a dimensão humana e política de Dinarte Mariz que o ajudaram a fixar a imagem de um homem solidário e de um político servidor. Ele lembrou a histórica divergência política entre o seu tio Aluízio Alves e Mariz, que os levou aos limites da inimizade pessoal, e da reconciliação num encontro junto ao leito de morte do ex-senador, -onde o perdão recíproco sepultou 25 anos de inimizade-.

- Homem de palavra e de ação, hábil articulador e conversador exímio, sabia ouvir, ser solidário, e possuía o mais aguçado poder de conhecimento e decisão. Ouvi de todos que com ele conviveram mais de perto, ter sido Dinarte Mariz homem sincero, leal e amigo.

No plano administrativo, Garibaldi destacou como -a grande obra de Dinarte Mariz- a criação da Universidade do Rio Grande do Norte, implantada quando era governador do estado, de 1956 a 1961. Hoje a universidade, que foi federalizada graças ao esforço e prestígio de Dinarte Mariz, de acordo com Garibaldi, é o referencial maior das potencialidades culturais potiguares.

- Fui seu admirador conquanto seu adversário e nas contradições descobríamos afinidades, as divergências eram superadas pelas contingências, e até pelas convergências, e no horizonte, que parecia distante, havia um instante de paz, de compreensão, de renúncia e de perdão, que eventual e casualmente presidem os atos humanos, mostrando que todas as coisas importantes da vida giram em torno do homem, sua condição e sua circunstância.



14/08/2003

Agência Senado


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