Garibaldi volta a lamentar a colisão das CPIs dos cartões



Em entrevista no início da tarde desta quarta-feira (9), o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, voltou a lamentar a coexistência de duas comissões parlamentares de inquérito (CPIs) para investigar os cartões corporativos . Nesta terça-feira (8), por exigência da oposição, foi feita a leitura do requerimento de criação da comissão parlamentar de inquérito formada apenas por senadores, para investigar o uso de cartões corporativos pelo governo federal.

- CPIs são bem-vindas do ponto de vista da investigação parlamentar, mas quando começam a se chocar umas com as outras, como no caso dos cartões, a investigação é prejudicada - disse o presidente.

O assunto já é investigado numa comissão parlamentar mista de inquérito, de deputados e senadores. Porém, a oposição argumenta que o governo tem maioria nesse colegiado e, portanto, maior poder de pressão, o que tem impedido a aprovação de requerimentos apresentados pela oposição, como o de convocação da ministra Dilma Rousseff. Os oposicionistas esperam que, na CPI do Senado, o governo possa interferir menos, apesar de numericamente a situação ser favorável aos partidos da base governista.

Garibaldi disse que pretende insistir na busca de um entendimento entre os líderes, atuando como articulador, em encontros semanais, para encaminhar as votações do Plenário.

Congresso na UTI

O presidente do Senado voltou a comparar o Congresso a um "paciente na UTI" que "ora melhora, ora piora". O presidente disse que o Congresso, assim como esse paciente, "precisa respirar para exercer suas habilidades tranqüilamente", o que, como frisou, não tem acontecido em meio à enxurrada de medidas provisórias e à avalanche de CPIs.

- É como se você vivesse permanentemente em guerra, sob ameaça de bombardeio. Mas você vai adquirindo uma certa resistência e constrói aqueles abrigos que lhe permitem sobreviver. Então, não vamos apenas sobreviver. Vamos também avançar - disse.

Recuperação da credibilidade

O presidente também pediu "calma, paciência e serenidade" para conduzir o Legislativo. Ele lembrou pesquisa Datafolha realizada no fim de março que apontou queda de 45% para 39% no índice de pessoas que consideravam ruim ou péssimo o trabalho do Congresso, em relação ao levantamento de novembro.

- Vocês poderiam dizer que não vale nada, mas vale. Não vamos ser tão pessimistas - disse.

Garibaldi disse que não está na Presidência "só para cumprir tabela".

- Não tenho a pretensão de ganhar o campeonato, mas esperava uma situação melhor, a ainda espero. Na verdade, a utopia da representação popular, de que o Parlamento possa alcançar uma tal satisfação junto ao sentimento popular, isso é difícil. Agora, não podemos marchar para a decepção - alertou.



09/04/2008

Agência Senado


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