Garotinho admite ser derrotado









Garotinho admite ser derrotado
RIO - O candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, admitiu anteontem, pela primeira vez, a possibilidade de não chegar ao segundo turno da eleição. Garotinho, respondendo à pergunta do pastor da Igreja Metodista de Copacabana, Paulo Vieira, em palestra no Clube Israelita Brasileiro, no Rio, afirmou que, no segundo turno, deverá apoiar um candidato de oposição. Ele insinuou que esse candidato poderia ser o petista Luiz Inácio Lula da Silva. O pastor tinha perguntado se Garotinho estaria disposto a sacrificar sua candidatura em nome da vitória da oposição.

"O segundo turno é para que haja recomposição das forças políticas. No segundo turno, estaremos ligados a um candidato de oposição. E só há dois candidatos de oposição. Os outros dois, um é candidato do Governo e o outro do sistema. Ciro Gomes não é de oposição", respondeu Garotinho. Apesar do apoio velado, o ex-governador fez críticas a Lula durante a palestra, afirmando que o petista não tem quadros para governar o País.

O fantasma do ex-presidente Fernando Collor também anda assombrando a candidatura de Garotinho. O candidato afirmou que não conhecia o passado de Daniel Tourinho, presidente do PTC e ex-presidente do antigo partido de Collor: "Eu não sabia que ele tinha sido presidente do PRN, mas do Partido da Juventude". O PTC compõe a Frente Brasil Esperança, com o PGT, e ontem foi o dia da gravação de participação de candidatos às eleições proporcionais.

Garotinho respondeu ao ex-senador Antonio Carlos Magalhães, que lhe enviou telegrama criticando suas declarações no debate de domingo na Rede Bandeirantes: "Com que autoridade ele pretende questionar minha família, meu caráter e minha vida? O ex-senador, que não é candidato a presidente, quer se inserir num debate a que não pertence".


Lula diz que não é preciso ser "doutor"
SÃO PAULO - O candidato petista à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, disse ontem que, para ser presidente, não é necessário ser "doutor", em referência ao diploma universitário. "Para ser Presidente da Republica, eu acho isso (diploma) uma bobagem", afirmou. Lula estudou até o 5º ano primário e fez curso técnico de torneiro mecânico.

O petista citou exemplos de empreiteiros. "Muitas pessoas construíram um patrimônio sem ter estudado. É o caso do Silvio Santos, Roberto Marinho e do Camargo Corrêa.

Para governar o País, as pessoas precisam ser doutores em povo brasileiro, ter capacidade de comando". Apesar disso, Lula disse que estimula os filhos a cursarem universidades.

CRÍTICAS - Lula disse que o Governo de Fernando Herinque está "paralisado" quando ainda faltam seis meses para o fim do mandato. Em entrevista ao Jornal da Globo, ele cobrou de FHC uma "política mais agressiva de exportações" e o envio de uma mini-reforma tributária ao Congresso Nacional como saídas para a fragilidade provocada pela necessidade de dólares da atual política econômica.

Por mais de uma vez o petista fez alusão ao potencial do Brasil para resolver os atuais problemas econômicos e os de arrecadação que podem surgir do aumento do investimento em áreas sociais em uma eventual gestão sua. Lula disse ainda que o PT errou em alguns momentos, ao exigir explicações de diversos políticos baseando-se em acusações sem provas. "É um erro. Já fui vítima disso. Temos que ir ao Ministério Público, temos que abrir uma CPI, mas tem que haver indícios de irregularidades" afirmou, ao ser questionado sobre denúncia de corrupção envolvendo integrantes do PT.

SEGUNDO TURNO - Lula da Silva, disse acreditar que está garantida sua ida ao segundo turno das eleições, independentemente dos resultados de pesquisas de opinião.

Lula acha que os candidatos José Serra (PSDB) e Ciro Gomes (PPS) brigam para disputar o segundo turno com ele. "A briga é para ver quem vai para o segundo turno comigo. Eles podem brigar. Eu só exijo respeito dos meus adversários porque respeito eles". Apesar de exigir respeito, o candidato não descartou eventuais brigas com Ciro.

"Eu ainda não briguei com Ciro, mas se tiver que brigar, vou brigar", confessou.


Juiz mantém aliança do PPS com Collor
Militância da campanha do presidenciável Ciro Gomes comemora, em Alagoas, decisão judicial

MACEIÓ - O juiz Fernando Tourinho Filho, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AL) decidiu ontem indeferir o pedido do diretório nacional do PPS de anular a coligação do PPS de Alagoas com os partidos que dão sustentação à candidatura do ex-presidente Fernando Collor de Mello ao Governo do Estado, pelo PRTB. Com essa decisão, fica mantida a aliança do PPS de Alagoas com o ex-presidente. Além do PRTB e do PPS, fazem parte da coligação collorida outros três partidos: PTB, PFL e PPB.

O magistrado disse que tomou essa decisão porque entendeu que "o delegado nacional do PPS, Inácio Almeida, não tinha legitimidade para solicitar o pleito analisado".

Para Tourinho Filho - como o PPS faz parte da coligação nacional com o PTB e o PDT - o pedido deveria ter sido subscrito por um dos três delegados dessa coligação, cujo candidato à Presidência da República é o ex-ministro Ciro Gomes (PPS). "Se o pedido tivesse sido feito por um delegado da Frente Trabalhista, a minha decisão poderia ter sido outra, embora o documento do diretório nacional do PPS tenha sido protocolado dentro do prazo legal, mas com 11 minutos de atraso", comentou o juiz Fernando Tourinho Filho.

Segundo ele, pelos argumentos utilizados, "o diretório nacional do PPS demonstrou que não tinha esse interesse todo em ver o seu pleito deferido". Se realmente quisesse desfazer a aliança com Collor, o documento deveria ter sido assinado por um dos três delegados da coligação de Ciro: Hélio Parente Filho, Itapuã Prestes de Messias e Ronaldo Jorge Vieira Júnior.

comemoração -O secretário geral do PPS de Alagoas, Juca Carvalho, disse que não acredita que a diretório nacional do PPS recorra da decisão do juiz Tourinho Filho. Para Carvalho, a decisão do magistrado já era esperada, mesmo assim será comemorada pela militância do partido, em Alagoas. "Isto não quer dizer que o PPS de Alagoas apóia Collor. Estamos nessa coligação por conta da sobrevivência política, porque a Frente Trabalhista em Alagoas não teve capacidade de lançar candidatura própria, sendo obrigada a aceitar a candidatura de Collor, deixando nosso partido sem opção", comentou Carvalho.

O ex-presidente Fernando Collor disse ontem que a decisão de apoiar a candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República, não é só dele, mas de todos os partidos que fazem parte da sua coligação em Alagoas - PRTB, PTB, PPS, PFL e PPB. "O primeiro a defender Ciro no nosso palanque foi o deputado federal José Thomaz Nono, do PFL", afirmou Collor.

Para o ex-presidente, essa tentativa da mídia nacional de vincular o seu nome ao nome de Ciro - com o objetivo de prejudicar o candidato do PPS - "não vem dando certo". "Toda vez que vinculam meu nome ao dele, ele sobe nas pesquisas", repetiu Collor, referindo-se a Ciro.


TSE pressionado para mudar urna
BRASÍLIA - Parlamentares de partidos de oposição entregaram ontem uma representação no Tribunal Superior Eleitoral pedindo uma mudança no programa da urna eletrônica. Eles querem que, nestas eleições, volte a valer a regra adotada nas eleições passadas para o eleitor que, por algum motivo, abandone a urna eletrônica antes de concluir o voto. Até 2000, se a pessoa escolhesse, por exemplo, os seus candidatos ao Legislativo e desistisse da operação antes de indicar os aspirantes aos cargos executivos, os votos digitados até então por ela seriam computados. Com a modificação aprovada em junho pelo TSE, se o eleitor abandonar a urna antes de digitar o seu


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