Garotinho critica modelo que "privilegiou os bancos"








- Garotinho critica modelo que "privilegiou os bancos"

- Apesar de aparecer nas pesquisas eleitorais em quarto lugar, o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, acredita que tem chances de chegar ao Palácio do Planalto. "Sou o único candidato realmente à esquerda. Ciro se aliou a Antonio Carlos Magalhães e aos "colloridos". E Lula tem o apoio de Orestes Quércia e do Partido Liberal", disse o candidato pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) à Presidência da República.

Como parte do projeto Agenda Brasil - parceria entre o "Jornal do Brasil", revista "Forbes", "O Dia" e "Grupo Bandeirantes" com o intuito de discutir as soluções para o Brasil nos próximos 25 anos -, o ex-governador do Rio criticou o modelo econômico atual, segundo ele, baseado nos juros altos, "que encheram os cofres de bancos e prejudicaram empresários e trabalhadores".

Advertiu que "essa mamata vai acabar, ou porque vou ganhar, ou porque o País vai quebrar". Nas duas últimas semanas, já participaram da Agenda Brasil os candidatos Ciro Gomes e José Serra. O próximo a ser sabatinado será Luiz Inácio Lula da Silva. (pág. 1 e A-8 e A-9)

- A pesquisa de intenção de voto mais recente, feita pelo Instituto Vox Populi, mostra que o candidato do PPS cresceu três pontos em relação ao levantamento anterior. Ciro Gomes chega a 30% e se aproxima do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, com 34%, um a menos que no dia 23 de julho. Como a margem de erro da pesquisa é de 2,2%, esse resultado configura um empate técnico entre os dois.

Também há empate técnico na simulação do segundo turno. Neste caso, as posições se invertem. Ciro chega a 45% e Lula a 43%. José Serra (PSDB) também caiu 1 ponto percentual e aparece com 13% das preferências Anthony Garotinho (PSB) se mantém com 10%. Também nesse caso, os dois estão tecnicamente empatados. (pág. 1 e A-3)

- Documentos esquecidos no Arquivo Nacional do Rio revelam o difícil caminho que levou à criação, na primeira metade do século 20, da Vale do Rio Doce e da CSN, ambas, hoje, na mira dos estrangeiros. O processo gerou polêmicas, que se perpetuaram por 20 anos. (pág. 1 e A-18)

- O real perdeu quase 35% do seu poder de compra diante do dólar desde o início do ano. Mas não está sozinho. Como a moeda brasileira, as demais da América Latina enfrentam a desvalorização. Todos os países do continente registram ativos mais baratos. E enfrentam, com sérios problemas, a crise de confiança mundial gerada pelos escândalos contábeis de empresas americanas.

No Mercosul, bloco comercial formado por Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil, nenhum deles escapou. Todos foram obrigados a recorrer ao FMI em busca dos dólares que não conseguem mais atrair. "Estamos todos baratos e competindo para exportar", diz o diretor da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro.

No rastro dos terremotos financeiros que abalam a região desde 1995 - ano da crise mexicana -, a América Latina nunca foi tão atrativa pelo baixo preço. A esperança é que esta liquidação atraia investimentos diretos de longo prazo. (pág. 1 e A-23)

- (Anhangüera, GO) - No menor reduto eleitoral do País, o poder é compartilhado entre PMDB e PSDB, os dois partidos que integram a aliança do candidato do governo à Presidência da República, José Serra. Mas a preferência dos eleitores está concentrada em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PPS), que lideram as pesquisas.

Com 772 cidadãos aptos a votar em outubro, o município de Anhangüera, no sul de Goiás, é um retrato em perspectiva dos meandros da política nacional. (pág. 2)

- (São Paulo) - Não será por falta de opção que o eleitorado paulista deixará de votar para governador. São nada menos do que 15 os candidatos que disputarão a cadeira. Há bancário, engenheiro, advogados, economistas e jornalistas.

A maioria não terá tempo sequer de apresentar suas propostas. Faz parte de partidos menores e terá que se contentar com míseros segundos de propagada eleitoral gratuita na TV. (pág. 4)

- Aumentar o número de policiais nas ruas custa caro, mas não só para o Governo. Para ser aprovada no concurso da Polícia Federal, Priscylla Stern Porto gastou R$ 2.370 com exames médicos, viagens ao local de prova e cursinho. Isso sem contar a mudança para Brasília, onde fará o curso de formação. (pág. 7)

- Sobre a mesa da desembargadora Zelite Andrade Carneiro, do Tribunal de Justiça de Rondônia, repousa um processo com 32 volumes que trata de um dos casos mais bárbaros da história recente do Brasil: o massacre de Corumbiara. Doze pessoas morreram, dez trabalhadores rurais e dois policiais militares.

Às vésperas de completar sete anos do conflito - ocorrido em 9 de agosto de 1995 - entre sem-terra e PMs ajudados por pistoleiros, a desembargadora promete para este mês a revisão que pode levar à anulação do processo.

Seria uma reviravolta no caso, que significaria colocar PMs novamente no banco dos réus. "A decisão sairá este mês, impreterivelmente", disse a magistrada. (pág. 7)


Colunistas

COISAS DA POLÍTICA - Dora Kramer

Os candidatos à Presidência da República que logo mais à noite participam do primeiro debate na televisão, dariam uma bela demonstração de apreço ao eleitor/telespectador, se mantivessem seus discursos em sintonia com os fatos e evitassem os jargões de efeito meramente retórico que simplificam a realidade, mas não constroem possibilidades.

Muito menos guardam relação com as probabilidades.

A despeito da crise mundial cujo agravamento é acompanhado pelo País diariamente nos noticiários de rádio, jornal e televisão, os candidatos - cada qual no seu estilo - continuam tratando o cidadão como um ser inepto desprovido de discernimento, pronto a cair na primeira conversa enfeitada que lhe é oferecida como solução para todos os males. (...)

Considerando o volume atual de 7,5% de desempregados, de duas uma: ou FH dedicou-se ao exercício do sadismo neste segundo mandato ou, de fato, não teve como cumprir a promessa. Mas Serra, "o mais preparado", assegura que pode fazer diferente, embora não explique como nem por quê. (pág. 2)

(Informe JB - Gustavo Krieger) - Acusado de manipular questionários para favorecer o candidato Ciro Gomes, o instituto Sensus foi à forra. Entrou com notificações contra o marqueteiro de José Serra, Nelson Biondi, e o deputado Jutahy Magalhães Júnior (PSDB-BA). Quer que eles confirmem as acusações. Se fizerem pode ser o primeiro passo para um processo por calúnia. (pág. 6)
(Ricardo Boechat) - Agentes da Receita Federal apreenderam, no Aeroporto Tom Jobim, há dias, meio quilo de drogas asiáticas.

Estavam num malote do Serviço Postal Internacional, despachado para o Rio.

O maior volume era de ópio, produto que o tráfico carioca parece empenhado em estrear no mercado.

  • O Brasil pedirá à Unesco, até o fim do mês, que declare a cosmologia e a linguagem gráfica da tribo Wajãpi, do Amapá, patrimônio oral e intelectual da humanidade.
    São boas as chances de a instituição acolher o pleito. (pág. C-2)


    Editorial

    A DUPLA FACE

    Em desabafo sobre a recente crise cambial, o presidente Fernando Henrique afirmou que "o Brasil não sabe mais onde apertar para se ajustar a um mundo que enlouqueceu". O diagnóstico é corretíssimo. A economia mundial está mesmo de pés trocados. Tudo o que, há menos de um ano, era positivo e saudável ganhou cores sombrias nas últimas semanas.

    Conceitos firmados e comprovados na prática já não inspiram confiança. Estruturas sólidas começaram a fazer água. E já há gente que fala até mesmo em "débâcle" do capit alismo, confundindo desejo com realidade.

    Não está longe da verdade, porém, quem atribui parcela da insegurança mundial aos desacertos do governo dos Estados Unidos.

    Poucas vezes se assistiu a tanta incompetência. A equipe do presidente George W. Bush é arrogante e desastrada. Comete erros seguidos na política interna e nas relações internacionais. Não entende o que é a globalização (para a Casa Branca, via de mão única) e não tem a credibilidade necessária para lidar com as fraudes que abalaram Wall Street.

    Fernando Henrique acerta em cheio quando acusa o irmão do Norte de usar dois pesos e duas medidas. (...)

    Deu a louca no mundo. Mas há tempo para retomar o caminho do desenvolvimento. É preciso coerência, transparência e sabedoria. Artigos que, infelizmente, não são vendidos na esquina. (pág. 12)


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    08/04/2002


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