Gaúchos querem universidade, mas com muita discussão
Apesar do consenso em favor da criação da universidade estadual, durante a primeira audiência pública realizada, hoje(19), em Uruguaiana, reunindo mais de mil pessoas interessadas na questão, houve também uma divisão de opiniões, quando foi defendida a aprovação do projeto de lei do Governo do Estado tal como foi enviado à Assembléia Legislativa, e, por outro lado, uma discussão mais abrangente, profunda e bem fundamentada com a participação decisiva da sociedade gaúcha. Este primeiro encontro, dos 22 que serão realizados,foi aberto pelo presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sérgio Zambiasi(PTB), e reuniu representantes da comunidade escolar, deputados, prefeitos, Coredes, e até o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra.
A audiência pública foi realizada no Grêmio Recreativo Tiradentes, durante toda a manhã, e dois enfoques foram amplamente discutidos. As questões mais importantes dizem respeito a urgência de se ouvir a comunidade interessada na criação da universidade, com o único objetivo de enriquecer o projeto do Governo do Estado, sem levar em conta diferenças políticas. E a outra é a que defende o projeto do Estado, entendendo como ideal e que nada deve ser alterado.
O presidente da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa, deputado Onyx Lorenzoni(PFL), ressaltou que o objetivo do Fórum Democrático é instigar e provocar a reflexão do cidadão à respeito da necessidade da criação da universidade estadual. Ele disse que espera no dia 28 de maio, em Porto Alegre, receber todas as contribuições debatidas no Interior, e desta forma o Parlamento ser receptor de uma reflexão profunda. O deputado fez questão de deixar claro que " a Assembléia vem mais para ouvir do que para falar".
Já, o representante do governo, Francisco Xarão, coordenador da Comissão de criação da universidade, garantiu que o Estado vai criar a sua universidade. Quanto a lei encaminhada à Assembléia é realmente sucinta. " Todas as lei que criaram universidades do País são desta forma", afirmou. Ele, também, disse que a sociedade vai ser ouvida pelo governo. "O povo vai dizer que tipo de universidade deseja; quais os cursos necessários; e de onde virão os recursos.", garantiu.
O líder do governo na Assembléia, deputado Elvino Bohn Gass(PT), afirmou que o Rio Grande do Sul precisa da universidade, pois é um dos poucos estados que não possui uma . Ele é contra a mudanças no texto enviado para à Assembléia. Ele disse que o Orçamento Participativo ouviu o povo antes da redação do projeto. Enquanto isto, a deputada Iara Wortmann(PMDB), ex-secretaria de Educação do Estado, revelou que por isto mesmo o Fórum Democrático está ouvindo novamente à comunidade, pois as reivindicações do Orçamento Participativo não fecham com o texto do Governo. Para ela, o texto do Estado se resume num "projeto que não tem cara".
O prefeito de Uruguaiana, Caio Riela(PTB), representando a Famurs, disse que quer demais a universidade, mas a sua criação tem que ser discutida com profundidade, pois é um grande desafio permitir o acesso dos estudantes carentes. Já, Idelbrando Santos, representante do Coredes da Fronteira Oeste, entende que é um mérito o Fórum buscar aquilo que o povo quer e precisa. "Não há desenvolvimento sem investimento na educação. E há dois anos a universidade é uma prioridade do Orçamento Participativo, mas não é tirado do papel", afirmou.
O Fórum Democrático também foi realizado, ontem à noite, em Santa Maria, no Campus da Universidade Federal. Hoje pela manhã(20), ele ocorrerá em Bagé e à noite, em Pelotas.
04/19/2001
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