Gaúchos reagem a importação de arroz
Gaúchos reagem a importação de arroz
A importação de 27 mil toneladas de arroz dos Estados Unidos, encaminhada por uma empresa gaúcha, desencadeou a mobilização do Governo gaúcho e arrozeiros a adotarem medidas de proteção à lavoura do estado.
O secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, José Hermeto Hoffman, afirmou ontem que vai se reunir na próxima semana com representantes da cadeia de arroz para propor que a elevação da Tarifa Externa Comum (TEC) de 13% para o teto de 35% seja negociada com o Governo Federal.
Hoffman informou que o País conta com uma produção de 13,1 milhões de toneladas e que o consumo interno é de 11,7 milhões. “Isto mostra que há um excedente de 1,4 milhão de toneladas”, destacou.
O secretário afirma que a importação é totalmente inoportuna e que vai acionar o Procon para fazer a análise de qualidade do arroz e verificar se o produto é transgênico. “O arroz dos Estados Unidos entra no mercado nacional com preço subsidiado e qualidade inferior”, afirmou.
RS desiste do Simples e altera lei antiga
O secretário substituto da Fazenda, Odir Tonollier, informou ontem que o Governo do Estado irá mudar a lei das pequenas empresas para estimular microempreendedores da indústria e do comércio do Rio Grande do Sul. A decisão de aperfeiçoar a lei 10.045 foi divulgada depois que Governo e empresariado encerraram as negociações sobre a implantação do regime simplificado de tributação (o Simples-RS), após um ano de debates.
Na última reunião sobre o tema, promovida ontem pela Frente Parlamentar de Apoio a Pequenas e Microempresas, no Hotel Embaixador, a Secretaria da Fazenda manteve a decisão de não tornar o Simples opcional como defendiam os empresários, o que inviabilizou o encaminhamento de proposta à Assembléia Legislativa ainda este ano.
Ao final do encontro, dirigentes de federações reconheceram que, não havendo o Simples como opção ao Regime Geral e à lei das EPPs, a iniciativa do Executivo se torna positiva, porque permitirá que maior número de empresas usufruam dos benefícios da legislação atual.
Entre as modificações definidas por Tonollier está a correção em 55% da tabela de enquadramento das empresas de pequeno porte (EPPs), composta por 20 faixas. A medida ampliará o atual limite máximo de faturamento anual de R$ 773 mil para R$ 1,2 milhão. A revisão atende a uma antiga demanda dos empresários, que reclamavam a atualização da tabela para garantir benefício efetivo às maiores receitas.
“A ação chega em boa hora, porque pequenas empresas que passaram a faturar mais com o crescimento da economia estavam ameaçadas de perder o benefício da lei”, argumenta o vice-presidente financeiro da Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado (Fecomércio), Luiz Carlos Bohn.
Tonollier admite que o Estado reduzirá sua receita com a alteração da 10.045, assim como o Simples impl icaria em renúncia imediata de R$ 30 milhões anuais. “O Governo entende que essa perda faz parte da negociação, como também é preciso ceder”, declara.
Receita da Marcopolo cresce 30% até outubro
A Marcopolo S/A, de Caxias do Sul obteve entre janeiro e outubro receita líquida consolidada de R$ 877,4 milhões ou 30,5% superior ao mesmo período do ano passado. O valor já supera o faturamento da Marcopolo de todo o ano passado, quando sua receia líquida totalizou R$ 833,5 milhões. A receita líquida somente da controladora foi de R$ 600,3 milhões, 35,3% superior aos primeiros dez meses de 2000.
As exportações da Marcopolo atingiram US$ 128,7 milhões, representando 52,0% da receita líquida, contra 39% em 2000. As operações externas, no entanto, já representam cerca de 60% do faturamento total.
A empresa consolidou sua liderança na produção nacional ao alcançar até outubro participação de 56,6%, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Carrocerias (Fabus). Até outubro de 2000, sua participação era de 48,5%. A internacionalização da empresa foi a grande responsável pelo desempenho positivo, que ainda contou com a influência da desvalorização do real frente ao dólar.
Neste ano, a Marcopolo fechou com a Iveco uma aliança estratégica para a venda de tecnologia na China, um super contrato de exportação de 1,5 mil ônibus para a Arábia Saudita para entrega até 2004 e recentemente uma joint venture para produção de carrocerias na Colômbia. Lá, a Marcopolo já possuía uma aliança estratégia com a Superbus.
Sua próxima missão ainda para este ano é a compra de uma fábrica na África do Sul. O diretor corporativo, Carlos Zignani, afirma que a operação será exclusivamente da Marcopolo. A empresa já possui uma linha de montagem na África do Sul em parceria com a Scania, que vendeu este ano 300 ônibus.
De janeiro a setembro, a Marcopolo elevou em 437% seu lucro líquido em comparação ao mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 42,4 milhões. As operações internacionais, que representaram 60% do faturamento e foram as grandes responsáveis pelo desempenho ao elevarem-se em 63%, uma vez que as vendas ao mercado interno cresceram apenas 1,2%. As exportações dos primeiros nove meses totalizaram 2885 ônibus e já estão quase iguais as de todo o ano passado, de 2927 ônibus.
Grãos e contêineres puxam o movimento dos portos no Sul
A safra agrícola brasileira deste ano foi maior responsável pelo expressivo crescimento da movimentação de cargas nos portos da Região Sul do País. Em Paranaguá, no Paraná, principal ponto de exportação de grãos brasileiros, a movimentação geral de cargas acumulada até outubro bate nas 24,35 milhões de toneladas, 33,8% superior à movimentação em igual período do ano passado.
No porto gaúcho de Rio Grande, o crescimento da movimentação de cargas no complexo portuário (cerca de 30%) também deve-se, principalmente, à exportação agrícola nos terminais privados, responsáveis por 90% das mais de 13 milhões de toneladas que já passaram pelo porto.
Já nos portos catarinenses, as exportações de suínos, frango e manufaturados de madeira mereceram destaque especial na movimentação de cargas, num volume bem superior ao registrado no ano passado.
Os terminais marítimos conteineiros dos três Estados também tiveram desempenho positivo nos primeiros 10 meses do ano. Em Rio Grande, o terminal privado, administrado pela Tecon Rio Grande S/A, já registrou movimento de mais de 289 mil TEUs e a meta, até o final do ano, é alcançar a marca dos 320 mil TEUs. Os investimentos, desde a privatização do terminal, em 1997, já superam os US$ 54 milhões e o nível de equipamentos que operam no terminal tem contribuído para que grandes armadores internacionais comecem a atracar em Rio Grande.
O terminal conteineiro de Paranaguá prevê a movimentação de 280 mil TEUs até o fim do ano, num crescimento de 15% em relação ao ano passado. E ainda projeta investimentos de R$ 188 milhões nos próximos dois anos.
Em Itajaí, Santa Catarina, o terminal de conteineres é responsável por 85% da movimentação portuária já manuseou 132 mil TEUs. No próximo mês, o terminal deve passar à administração privada da Teconvi S/A.
Comerciantes de SC ameaçam deixar de trabalhar com cartão
Pelo segundo ano consecutivo, às vésperas da temporada de verão, surge a polêmica entre a Secretaria da Fazenda de Santa Catarina e o comércio varejista sobre a instalação da Transferência Eletrônica de Fundos (TEF). A lei estadual que obriga a implantação do sistema está em vigor desde 1999, mas foi cumprida por poucos empresários.
Os comerciantes prometem, mais uma vez, parar de trabalhar com os cartões de crédito e a Fazenda estadual já começou a multá-los. Já foram aplicadas pelo menos 50 multas, no valor de R$ 23 mil. “Entre p agar uma multa deste valor e parar de aceitar cartão, é mais rentável a segunda opção”, diz o vice-presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL), Itamar José da Silva.
A TEF é acoplada ao Emissor de Cupom Fiscal (ECF) e substitui as Point Office Sale (POS), em funcionamento hoje. A TEF, no momento em que o lojista passa o cartão de crédito, emite a nota fiscal. O gerente de fiscalização da secretaria da Fazenda, Flávio Galluf Pederneiras, diz que não se tem idéia de quanto imposto é sonegado nas venda com cartão de crédito sem a TEF. “Solicitamos às administradoras de cartões a movimentação econômica no Estado, mas elas nos responderam que esta informação é sigilosa”, diz. Segundo ele, o faturamento com a venda através de cartões de crédito é “o caixa dois das empresas”.
Pederneiras acredita que muito dinheiro esteja em jogo. Ele conta que a fiscalização acompanhou as vendas de um pequeno restaurante em Florianópolis durante a última temporada e registrou movimento de R$ 40 mil em um dia. “Esta mesma empresa apresentou à Fazenda vendas de R$ 2 mil no mesmo dia, afirma.
Itamar José da Silva diz que a implantação da TEF só é viável para grandes redes. “Os sistemas adotados são caros, custam R$ 8 mil em média para quem não tem computador e ECF”, diz. Segundo ele, os pequenos e micros empresários não têm capital para investir. Silva estima que 40% a 50% das vendas hoje são feitas através de cartão de crédito e diz que as administradoras têm que auxiliar na solução do problema, contribuindo com parte do investimento. Na Associação Brasileira das Administradoras de Cartões de Crédito (Abecs) ninguém foi localizado para falar sobre o assunto.
Pederneiras salienta que as empresas com faturamento inferior a R$ 120 mil/mês estão excluídas da legislação até 2002. O gerente afirma que o investimento necessário para a implantação da TEF é de R$ 1,8 mil, incluindo o transmissor eletrônico de fundos e Pin Pad (leitor do cartão) que faz a conexão com a administradora, programa de integração entre o aplicativo da loja e a administradora, custo de manutenção e assistência técnica por 12 meses.
“Qualquer pequeno comerciante hoje tem computador em seu estabelecimento e quase a totalidade (25 mil estabelecimentos catarinenses) já implantou o ECF”, afirma. O gerente diz que a Fazenda já estudou o caso e concluiu que o investimento é viável. “Em 15 meses o empresário terá o retorno, considerando que ele paga R$ 60 às administradoras pelo aluguel dos POS. Com a TEF, o custo cai para R$ 20, para a manutenção”, diz.
Colunistas
NOMES & NOTAS
Renda mínima
O Programa de Renda Mínima para a Citricultura será lançado hoje, em Pinhalzinho (SC), durante o 14º Encontro Catarinense de Citricultura. Direcionado a produtores rurais que tenham renda inferior a três salários mínimos, o programa, a ser operacionalizado pelo Fundo Estadual de Desenvolvimento Rural, prevê o repasse de R$ 4,3 mil a cada família, em 24 parcelas bimestrais. Os participantes terão que comprovar o plantio de pelo menos dois hectares de pomar, num prazo de dois anos. O pagamento do empréstimo será feito pela eqüivalência em produto.
Mercado de trabalho
Uma pesquisa realizada pelo Ministério do Trabalho confirma o bom desempenho do mercado de trabalho do Paraná. O estudo revela que o sistema público de intermediação de emprego do Estado foi, em todo o Brasil, o que apresentou o maior número de encaminhamentos no período de janeiro a agosto. Segundo a pesquisa, que tem como base dados coletados pelo Sistema Nacional de Empregos (Sine), foram 74.349 trabalhadores colocados no período, o maior número em todo o País. A rede paranaense do sistema público de emprego é formada por 107 Agências do Trabalhador e por 84 postos de atendimento espalhadas por todo Estado. Só em agosto, as agências e postos paranaenses colocaram no mercado 7.521 trabalhadores.
IPC de Florianópolis
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Florianópolis teve uma variação positiva, de 0,99%, em outubro. O levantamento é feito pelo Instituto Técnico de Administração e Gerência e reflete a variação de preços incidentes sobre os orçamentos de famílias florianopolitanas com rendimento de um a 20 salários mínimos. Foram comparados os preços de 319 itens entre os dias 1º e 27 do mês passado. Os grupos que apresentaram as maiores altas foram alimentação (1,1%) e produtos não alimentares (1,52%). Nos últimos 12 meses, o IPC subiu 8,24% na capital catarinense.
Cheques especiais
As reclamações contra juros dos cheques especiais cresceram 44,2% no terceiro trimestre de 2001 contra os 27,1% do trimestre anterior, de acordo com a Associação dos Direitos Financeiros do Consumidor (Proconsumer). Um dos motivos são os juros cobrados pelos bancos, justificados com o aumento da taxa Selic.
Logística
O Centro Logístico Eichenberg &Transeich estabeleceu uma estratégia própria para distribuir os produtos da AGCO para suas 200 revendas no País. A parceria prevê o controle de saída de peças de reposição e garantia, transporte e follow up de entrega. A Eichenberg & Transeich transporta 350 toneladas de peças por mês com caminhões equipados com rastreadores no trajeto do Rio Grande do Sul a São Paulo.
Ocupação hoteleira O índice de ocupação da rede hoteleira em Porto Alegre ficou em 57,96% em outubro, com um aumento de 18,57% do verificado em setembro. De acordo com o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Porto Alegre, a ocupação média nos últimos 12 meses permanece estável, em torno de 52%.
Exportações
O Governo do Rio Grande do Sul lançou ontem o Projeto de Capacitação em Comércio Exterior, que permitirá a ampliação da competitividade das micro, pequenas e médias empresas, estimulando uma maior internacionalização de suas atividades. Esta etapa abrangerá 10 regiões do Estado e o Governo investirá R$ 140 mil no programa.
ICMS
A Frente Parlamentar da Pequena e Microempresa se reúne hoje em Porto Alegre para concluir a proposta dos empresários ao Governo no projeto de redefinição de ICMS com possibilidade de adoção do sistema Simples. Os empresários querem que o direito de opção ao novo Simples seja estendido à indústria. A proposta tem o apoio da Federasul, Fecomércio e Famurs. O Governo não aceita conceder o direito de opção porque dificultaria a operação e fiscalização.
Golpe na praça
O perito judicial Oto Henrique Rodrigues alerta para os novos golpes que vêm sendo aplicados na praça com a ajuda da informática, tintas reativas e produtos químicos, utilizados principalmente na lavagem de cheques.
No dia-a-dia
A Marprom Marketing e Promoções foi premiada três vezes no mês passado. Seus trabalhos para a Maxion, Colunistas, da Abracom e o Excelência em Marketing da ADVB.
A Fundação de Economia e Estatística completou 28 anos de existência nesta semana. Criada em 1973 para servir apoiar as atividades de planejamento do Governo gaúcho.
O Costão do Santinho Resort está completando dez anos de existência e tem hoje capacidade para atender 1.300 hóspedes e uma infra-estrutura completa para a promoção de eventos.
Estudantes de turismo e hotelaria de Santa Catarina e profissionais dessa área formados a partir de 1997 podem realizar estágios remunerados em hotéis ingleses a partir do próximo mês, graças a um convênio firmado entre a Universidade de Cambridge e a World Study Educação Intercultural, de Florianópolis.
O brasileiro Carlos Eduardo Moreira Ferreira e o alemão Hans Peter Stihl serão homenageados no próximo domingo em Curitiba com o Prêmio Personalidades do Ano, concedido pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.
A Global Telecom con quistou o 1° Prêmio Vilson Kleinübing de Conservação de Energia Elétrica na categoria Redução do Consumo de Energia.
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11/14/2001
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