SIMON CRITICA IMPORTAÇÃO DE ARROZ PELO BRASIL



Solidário com os arrozeiros que, a uma semana do início do plantio, ainda enfrentam dificuldades para conseguir crédito agrícola, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) considerou um absurdo que o Brasil continue importando arroz, quando o Rio Grande do Sul produz um grão de tão boa qualidade.- Hoje, o Brasil é o maior importador de arroz do mundo! Estamos importando a metade daquilo que o Rio Grande do Sul tem condições de produzir e o nosso arroz é o de melhor qualidade. Tecnicamente, a lavoura de arroz do Rio Grande do Sul é uma das mais modernas do mundo e estamos importando!, reclamou o parlamentar.Conforme Simon, enquanto o Brasil importa arroz subsidiado e de má qualidade, a situação dos produtores do seu Estado é de insolvência. "Essa gente está aí numa angústia permanente. Eles não têm condições de obter crédito agrícola porque ainda não conseguiram pagar o anterior. É um absurdo!", afirmou.O senador disse que, para os produtores agrícolas, as seqüelas do plano Collor ainda não foram sanadas, e o governo precisa empenhar-se em resolver as tremendas injustiças existentes quanto à renovação desses créditos. Também declarou que causa lágrimas aos gaúchos ver o Brasil importando arroz com uma série de isenções e vantagens.- Enquanto isso, estamos com milhares e milhares de hectares impedidos de produzir. O homem que, há 30 anos, está produzindo arroz, que criou a tecnologia mais moderna do mundo para essa lavoura, não pode produzir porque o governo lhe nega esse direito. No entender de Simon, um país como o Brasil não pode importar produtos tradicionais de sua alimentação, como arroz e feijão, porque são imensas as condições de esses alimentos serem produzidos aqui. Simon é autor de projeto de lei que assegura crédito subsidiado para a agricultura familiar. O senador está convencido de que sua iniciativa servirá para impedir que milhões de pequenos produtores rurais abandonem a agricultura para ir enfrentar o desemprego nas grandes cidades. Ele disse que, de 1985 a 1995, mais de 5 milhões de pequenos produtores abandonaram suas terras, transformando-se em muitos dos sem-terra da cidade. - O meu projeto visa a dar estímulo à produção familiar, à pequena produção, a quem produz mais e a quem produz alimentos básicos. Vejam que meu projeto tem como fundamento dar estímulo a quem produz arroz, a quem produz feijão. Quem produzir alimentos básicos vai ter crédito mais subsidiado e mais vantagens do que quem produzir artigos supérfluos.

18/09/1998

Agência Senado


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