General diz que Brasil "marca posição" com distribuição de comida no Haiti



O general brasileiro Floriano Peixoto, chefe das tropas da missão de paz das Nações Unidas no Haiti (Minustah), afirmou que uma grande operação de distribuição de alimentos realizada nesta sexta-feira em Porto Príncipe foi uma forma de o Brasil “marcar posição” no país caribenho.

“Não podemos perder essa oportunidade para mostrar a importância do Brasil, lamentavelmente, nessa tragédia”, disse o general durante a operação, que atraiu uma multidão de haitianos para a frente do palácio presidencial, que foi destruído pelo tremor do último dia 12.

A logística para a distribuição de alimentos nesta sexta-feira foi a maior já organizada no país desde o terremoto.

Um comboio com seis caminhões e onze carros blindados foi estacionado em frente à sede presidencial, formando uma espécie de corredor para a fila de haitianos que iam buscar comida.

“Esse evento é uma forma de marcar posição”, disse o general, que, durante a operação, pedia a jornalistas que registrassem a ação com fotos.

As declarações do general foram feitas em um momento em que alguns setores brasileiros veem com desconfiança a maior interferência americana nas operações no país caribenho.

Conselho de Segurança

Peixoto disse ainda que o Brasil tem “um peso enorme” na intermediação de conflitos e que a participação brasileira no Haiti “contribui bastante” para a campanha do país por um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A mensagem do militar contraria as declarações do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que afirmou, na quinta-feira, que não há “rivalidade” entre Brasil e Estados Unidos na recuperação do país.

Os EUA já têm o maior contingente militar no Haiti. Estima-se que, desde o terremoto, 10 mil americanos já tenham desembarcado no país do Caribe.

Já o Brasil tem 1.266 militares servindo no país. Este número, no entanto, pode ser aumentado, com a autorização do Congresso Nacional.



24/01/2010 22:00


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