Geovani Borges pede que famílias voluntárias à adoção não discriminem crianças
No Dia Nacional da Adoção, comemorado nesta quarta-feira (25), o senador Geovani Borges (PMDB/AP) destacou a necessidade de as famílias voluntárias à adoção aceitarem crianças maiores de três anos, negras, portadoras de necessidades especiais ou que tenham irmãos. O parlamentar citou no Plenário do Senado, dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) segundo os quais 80 mil crianças e adolescentes vivem em abrigos no Brasil, sendo que apenas 10% têm chances de ser adotadas.
- Nessa peneira humana, infelizmente, a discriminação ainda prepondera; crianças brancas, recém-nascidas e saudáveis ainda são maioria no ranking de adoção no país, ou seja, crianças de raça negra ou que apresentem problemas de saúde, deficiência física ou intelectual ainda são deixadas de lado - lamentou.
O parlamentar acrescentou que a Justiça também enfrenta dificuldade para a colocação em lares adotivos de crianças com idade acima dos três anos, do sexo masculino e que têm irmãos. Ele pediu à sociedade que leve em conta a importância da adoção de crianças e adolescentes excluídos dos perfis idealizados pela maior parte das famílias que pretende adotar.
- Normalmente, ainda se pensa em encontrar uma criança que se adapte ao filho imaginado pelos pais candidatos à adoção, e essas crianças idealizadas são o inverso da realidade dos abrigos - lamentou.
Geovani Borges reconheceu que o processo de adoção no Brasil já foi muito mais difícil e sofrido, e que hoje há meios de acelerar a tramitação. Mesmo assim, há uma grande demanda de crianças e adolescentes à espera de uma família. Ele lembrou experiências bem-sucedidas de adoção de crianças maiores, com irmãos ou que apresentam necessidades especiais, como as que participaram do lançamento da campanha "Adoção: família para todos", ocorrido na terça-feira (24) no Palácio do Planalto.
25/05/2011
Agência Senado
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