Geraldo Melo defende José Serra



O líder do bloco PSDB/PPB, senador Geraldo Melo (PSDB-RN), fez nesta terça-feira (7) em Plenário defesa do senador José Serra (PSDB-SP), por causa da denúncia contra seu tesoureiro de campanha, o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira.

Segundo reportagem publicada pela revista Veja , Ricardo Sérgio teria pedido ao empresário Benjamim Steinbruch uma propina de R$ 15 milhões para ajudá-lo na formação do consórcio que acabou vencendo o leilão de privatização da Companhia Vale do Rio Doce. A revista procurou estabelecer conexão entre Serra e Ricardo Sérgio, com base no fato de que este último atuou arrecadando fundos para campanhas eleitorais do senador paulista. Além disso, Serra, de acordo com a revista, continuou mantendo estreito contato com Ricardo Sérgio.

Para Geraldo Melo, José Serra é parte da denúncia "tanto quanto todos os que aqui estão, pois ninguém aqui foi citado naquele episódio, nem ele". Para o representante potiguar, a única razão para o envolvimento do senador no episódio é política-eleitoral, já que Serra é pré-candidado, por seu partido, à Presidência da República.

- O fato de quererem ligá-lo a esse cidadão que um dia tenha tido a posição de colaborador em campanhas eleitorais não o torna responsável pelo comportamento dele. Esse cidadão pode ter sido tesoureiro, pode ter sido arrecadador, pode ser irmão, pode ser gêmeo, pode ser pai, pode ser filho, pode ser o que for do senador José Serra, mas José Serra é responsável pelo que José Serra faz e não pelo que possam ter feito, ou que se possa insinuar que fizeram quaisquer pessoas que tenham tido, em algum momento, algum tipo de relação com o partido a que ele pertence - afirmou Geraldo Melo.

O parlamentar afirmou que o governo, em momento algum, se opôs à averiguação de qualquer tipo de denúncia ou ao esclarecimento de qualquer tipo de assunto. Lembrou que o Ministério Público, "apesar de alguns exageros", tem prestado um grande serviço à moralização dos costumes, tanto na administração pública como na atividade política. Citou também a Justiça e a polícia, que funcionam com todas as garantias constitucionais.

- E se há alguém que tenha cometido algum tipo de deslize, mais ou menos grave; se há alguém que tenha saído por aí pedindo bola, pedindo comissão, pedindo propina, por esse ou por aquele motivo; se isso foi pago ou não; se alguém entende que isso envolve interesse público, que seja apurado. E se alguém for encontrado em culpa, que seja punido.

Geraldo Melo destacou os 40 anos de vida pública de José Serra, ressaltando que "a única coisa que se disse contra ele foi que ele é antipático". O parlamentar disse que não pode admitir que o Brasil seja "um país que não vale a pena então ser honrado".

- Então não vale a pena ter integridade? Então não vale a pena viver uma vida inteira de seriedade, de austeridade? Por que qualquer irresponsável pode jogar na cara de um homem de bem suspeitas infundadas? - perguntou o senador, pedindo que, "se houver alguém para punir, neste caso ou em qualquer outro, que se puna".

O líder do bloco destacou ainda que o episódio agora abordado pela revista não ocorreu em ano eleitoral, não havendo, portanto, tesoureiro de José Serra na ocasião.

- Tudo que peço a esta Casa e ao Brasil é que, se tiverem que apurar, que apurem, mas que respeitem a honra de quem soube ser honrado a vida inteira - finalizou.



07/05/2002

Agência Senado


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