GERALDO MELO DEFENDE REVISÃO DA REFORMA PREVIDENCIÁRIA



Defendendo a necessidade de uma revisão na reforma do sistema previdenciário, com a finalidade de aprofundá-la, o senador Geraldo Melo (PSDB-RN) sugeriu inovações, como o estabelecimento da cobrança previdenciária tendo como base o faturamento das empresas. No sistema atual, essa contribuição incide sobre o número de empregados. Para o senador, as modificações introduzidas no funcionamento da Previdência até agora "foram pequenas e, algumas, bastante penosas, como a instituição de cobrança sobre inativos". No entanto, continua Melo, "essas alterações não mexeram na concepção do sistema".A reforma previdenciária já aprovada "garante a sobrevivência do sistema atual, mas temos que criar uma alternativa que funcione", sustentou. Ele disse, ainda, que, hoje, "a Previdência não atende ao cidadão porque não garante uma aposentaria digna, com tranqüilidade, e, ainda, oferece um atendimento no dia-a-dia que chega a ser trágico".O senador defendeu a adoção de soluções modernas e criativas que possam possibilitar ao cidadão "que paga a sua contribuição à Previdência a vida inteira ser tratado com mais dignidade e não como alguém à disposição do governo", disse. Geraldo Melo declarou que "não se concebe a existência de uma situação em que o contribuinte, após tantos anos em dia com suas obrigações, tenha ainda que requerer sua aposentadoria ao Estado, pela qual já pagou adiantado, quando este é que deveria vir ao cidadão, comunicando-lhe que já pode deixar de trabalhar".- Se o Estado é incapaz de organizar-se, exige do cidadão que passe a vida guardando papel para provar que pagou as suas contribuições ao longo de dezenas de anos. Se não guardou os papéis, pode descobrir, na hora da sua aposentadoria, que perdeu o dinheiro que entregou ao governo para um dia se aposentar - lamentou. Outra modificação benéfica, na opinião de Geraldo Melo, seria introduzir a possibilidade de que os cidadãos pudessem contribuir sem intermediação das empresas e, após um determinado tempo, sacar integralmente seus benefícios. O senador sustentou, ainda, que essa revisão teria que ser feita em conjunto com a aprovação de uma "bem elaborada reforma fiscal". Esses dois itens são considerados essenciais pelo senador para que o país supere a atual crise econômica em que se encontra.Reconduzido à vice-presidência da Casa por mais uma legislatura, Geraldo Melo declara-se "gratificado pela reeleição e ciente da responsabilidade do cargo". Senador eleito em 1994, Melo concluirá seu mandato em 2003. Sua atuação parlamentar sempre esteve ligada à defesa do cidadão contra o que classifica de estruturas estatais "autoritárias".

04/02/1999

Agência Senado


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