Gerente da Petrobras nega irregularidades em patrocínios
Wilson Santarosa, gerente executivo de Comunicação Institucional da Petrobras, negou a existência de irregularidades e de ingerência política nos patrocínios feitos pela empresa. Durante reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, nesta terça-feira (22), ele afirmou que a empresa de economia mista "não utiliza critérios políticos para aprovar ou deixar de aprovar patrocínios; os critérios são técnicos".
Mas os senadores de oposição reiteraram as suspeitas de irregularidades, principalmente em parcerias que envolvem a intermediação de empresas ou organizações não-governamentais (ONGs). Alvaro Dias (PSDB-PR), por exemplo, afirmou que "algumas ONGs são aparelhos instituídos para obter recursos públicos e desviá-los".
Sérgio Guerra (PSDB-PE) lembrou que uma ONG fundada por Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT, acusado de envolvimento com o escândalo do mensalão) recebeu recursos da Petrobras e, posteriormente, não conseguiu comprovar os respectivos gastos - que teriam como objetivo o treinamento de agricultores familiares. Já Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) ressaltou que várias ONGs sob suspeita são vinculadas ao PT.
Alvaro Dias destacou ainda o aumento nos gastos da Petrobras com patrocínios. Segundo o parlamentar, essas despesas somaram R$ 422 milhões entre 2000 e 2002; R$ 895 milhões entre 2003 e 2005; e R$ 1,34 bilhão entre 2006 e 2008.
Wilson Santarosa respondeu que os problemas apontados nos patrocínios estão relacionados às instituições patrocinadas, e não aos procedimentos da Petrobras.
- Não executamos os projetos que patrocinamos - declarou ele, que negou conhecer algumas das empresas sob suspeita, citadas pelos senadores, que foram patrocinadas pela estatal.
Em sua defesa, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) afirmou que o gerente de Comunicação Institucional "não tem obrigação de conhecer todas as entidades patrocinadas pela Petrobras".
Também participaram da reunião Eliane Sarmento Costa, gerente da Área de Patrocínios, e Luis Fernando Maia Nery, gerente da Área de Responsabilidade Social.
Críticas à CPI
No início da reunião, Alvaro Dias voltou a criticar a forma como a CPI vem sendo conduzida. Ele disse que "esse modelo inviabiliza o aprofundamento das investigações e interessa a quem não quer apurar nada".
Além de protestar contra os horários em que as reuniões vêm ocorrendo - sempre à tarde - por coincidirem com os horários das votações em Plenário e das reuniões de outras comissões, ele criticou o modo como os requerimentos têm sido examinados: em bloco.
- Dessa forma, não se permite ao autor do requerimento justificar seu pedido nem ouvir do relator [Romero Jucá] as razões da eventual rejeição - argumentou ele, acrescentando que "só se vota em bloco quando há consenso sobre os requerimentos".
22/09/2009
Agência Senado
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