Gerson Camata homenageia memória de Dirceu Cardoso
Definindo-o como a chama que, por muitos anos, -iluminou e deu transparência aos alicerces da política brasileira-, o senador Gerson Camata (PMDB-ES) homenageou nesta terça-feira (11) o ex-senador Dirceu Cardoso, morto no último sábado, em Muqui (ES). Associaram-se à homenagem os senadores Roberto Saturnino (PT-RJ), Eduardo Suplicy (PT-SP) e o presidente da Casa, José Sarney.
Sarney disse que Dirceu Cardoso foi um dos melhores homens públicos que já passaram pelo Senado, deixando na instituição um exemplo de retidão, caráter e trabalho. -Ele honrou o Senado, e sua memória é por nós reverenciada por dever e por justiça-, disse o presidente.
Em seu discurso, Gerson Camata mencionou a cruzada que o homenageado iniciou no Senado contra os empréstimos externos contratados por estados e municípios. Dirceu Cardoso argumentava que, no futuro, essa prática acabaria por empobrecer as unidades da federação.
- Sabemos hoje que o raciocínio dele era absolutamente correto, mas lamentavelmente seus avisos acabaram se debruçando sobre ouvidos moucos, mesmo tendo ficado rouco na tentativa de obstruir as votações dos empréstimos - afirmou o senador.
Camata disse ainda que Dirceu Cardoso foi um polemista por formação e convicção, e que trocou a carreira de professor pela de parlamentar porque precisava de um instrumento para externar seu ideário político, o que não achava adequado fazer numa sala de aula.
Ele elogiou a coerência do homenageado e contou que, em 1961, Dirceu Cardoso transformou-se em personagem da história ao ler, da tribuna da Câmara, a célebre carta em que o presidente Jânio Quadros renunciava ao poder. De acordo com Camata, -Dirceu Cardoso levou para o túmulo a identidade da pessoa que lhe entregou a missiva, que não era para ser lida antes de Jânio desembarcar em São Paulo-.
11/03/2003
Agência Senado
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