GILBERTO MESTRINHO DESMENTE QUE TENHA HAVIDO EXTERMÍNIO DE ÍNDIOS NO BRASIL
Ao comentar as festividades pelos 500 anos de descobrimento do Brasil, o senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) criticou as manifestações contrárias à comemoração, sobretudo as afirmações de que teria havido um extermínio de índios no país. Ele argumentou que ao contrário de extintos, os índios miscigenaram-se com os portugueses e hoje têm seu sangue miscigenado em aproximadamente 45 milhões de caboclos.- É comum se dizer uma coisa e através da repetição ela passa a ser verdade. Uns dizem que na época do descobrimento havia 5 milhões de índios, outros calculam 6 milhões e outros 3 milhões e meio. Quem contou os índios para dizer que naquela época havia tantos índios no Brasil? - indagou Gilberto Mestrinho.Mesmo reconhecendo que o Brasil é um país de grande desigualdade social, onde parte da população enfrenta dificuldades, Gilberto Mestrinho ressaltou que este fato é comum em uma nação de grandes proporções territoriais. Ele citou o exemplo da China, que apesar de ter 5 mil anos de existência apenas 2% do grupo dominante detém praticamente toda a economia e o povo "tem problemas maiores que os nossos".Comparando com os demais países descobertos na mesma época, Gilberto Mestrinho concluiu que com exceção dos Estados Unidos e do Canadá, o Brasil foi o mais bem sucedido e é a mais pujante nação da América do Sul, além de ostentar a posição de nona economia do mundo. O senador também isentou o presidente Fernando Henrique Cardoso, "que ocupa o poder há apenas cinco anos", pelos problemas estruturais do país. Sobre demarcação de terras indígenas, Mestrinho disse ser favorável, mas com a delimitação de terras de acordo com a real necessidade e com o desejo dos índios. Ele criticou a interferência de organizações não-governamentais sobre o assunto.Em aparte, a senadora Marina Silva (PT-AC) concordou que a miscigenação entre índios e portugueses gerou mais de 40 milhões de caboclos, mas insistiu que as populações indígenas foram massacradas, passando de mais de 5 milhões na época do descobrimento para cerca de 350 mil atualmente. "Em 300 anos desapareceram 3 milhões de índios, e isso não pode ser chamado de incorporação, mas de massacre", comentou. Por sua vez, Ernandes Amorim (PPB-RO) observou que existem demarcações de terras feitas de forma aleatória e irresponsável. "Essa fabricação de reservas tem que ser coibida", defendeu.
03/05/2000
Agência Senado
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