Gilvam Borges defende adoção de medidas duras contra a criminalidade
Se a janela de uma fábrica ou escritório, ao ser quebrada, não for imediatamente consertada, as pessoas que por ali passarem concluirão que ninguém ali se importa com o fato e que naquela localidade não há autoridade responsável pela manutenção da ordem. Em pouco tempo, começarão a atirar pedras para atingir as janelas ainda intactas. Logo, todas estarão quebradas. Inicia assim a decadência daquele prédio, rua ou cidade. A teoria das janelas quebradas, que inspirou as autoridades de Nova York a adotarem o programa Tolerância Zero foi utilizada pelo senador Gilvam Borges (PMDB-AP), nesta terça-feira (17), para cobrar a adoção de medidas duras contra a criminalidade.
- Com a decadência daquela localidade, apenas os desocupados, os imprudentes ou as pessoas com tendências criminosas se sentiriam à vontade para ter algum negócio ou até mesmo para morar naquela rua cuja decadência se tornara evidente. O passo seguinte seria o abandono daquela localidade pelas pessoas de bem, deixando o bairro à mercê dos desordeiros. Pequenas desordens levariam a grandes desordens e, mais tarde, ao crime - prosseguiu Gilvam, no seu relato dos fundamentos da teoria das janelas quebradas.
O senador pelo Amapá lembrou que o Senado já poderá contribuir para a redução da violência a partir desta quarta-feira (18), quando a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) deverá apreciar um pacote de 17 proposições incluídas no chamado pacote antiviolência. Gilvam informou que uma dessas propostas é de sua autoria, o projeto (PLS 148/07) que permite isenção para as empresas que investirem na remuneração e na formação de mão-de-obra prisional.
Ao lembrar que, por ainda não haver um mínimo acordo, a votação da redução da maioridade penal somente será realizada no próximo dia 25, Gilvam Borges posicionou-se favoravelmente à adoção de duas medidas também consideradas polêmicas: a legalização do jogo do bicho e do aborto. Ele opinou que, por hipocrisia e pela pressão exercida por entidades religiosas, os dois temas ainda não foram votados.
Em aparte, o senador Augusto Botelho (PT-RR) concordou que a questão da segurança pública deve ser tratada com seriedade e firmeza. Ele disse que em várias áreas do Rio de Janeiro se vive um clima de guerra civil. Já o senador Mão Santa (PMDB-PI) acrescentou que a população não está sofrendo apenas com o crescimento da violência, mas também com a deterioração das estradas de todo o país.17/04/2007
Agência Senado
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