Gilvam quer ação nacional contra violência
Na opinião de Gilvam, o problema é grave mas há soluções. "Do contrário, estaríamos sacramentando nossa falência como sociedade organizada" - afirmou. Para o senador, o primeiro passo deve ser identificar as diversas formas pelas quais a violência está se manifestando. Em seguida, deve ser feito um mapa geral do quadro de violência. O próximo passo seria propor ações que possibilitem a reversão do fenômeno.
Gilvam Borges expressou seu entendimento de que a causa motriz da violência generalizada em todo o planeta está no sistema econômico dominante, que foi capaz de muitas vitórias mas utilizou-se de mecanismos cujos resultados, sob o ponto de vista humano, foram desastrosos. Na opinião do senador, o sistema exacerbou o individualismo, impulsionado por uma máquina publicitária que elegeu a competição como meio de vida.
- Valores essenciais à vida coletiva, como o respeito ao outro e às normas e o conhecimento de direitos e deveres, foram sendo substituídos pelo objetivo de vencer a qualquer preço, levando vantagem em tudo - disse.
O senador citou um estudo feito pelo Ministério da Saúde, informando que os óbitos por causas externas - homicídios, acidentes de trânsito, afogamento e suicídio - aumentaram no Brasil nos últimos 20 anos. Em 1977, 8% da população morreu por causa externa. Em 1997, esse número pulou para 13,22%. De acordo com a pesquisa, o que mais mata no Brasil são as doenças cardíacas, com 27,6 % das causas de morte, seguida pela violência, responsável por 13,22% dos óbitos e, em seguida, o câncer, causando 11,8% dos falecimentos. O risco de morrer assassinado no Brasil é três vezes maior que nos EUA e 40 vezes maior que no Japão. Só é menor que na Rússia e na Colômbia. No Brasil, a violência é a principal causa de morte entre os homens de 15 a 19 anos.
Gilvam Borges destacou a importância da educação na solução do problema. "A educação é a alavanca que transforma, modifica e prepara o homem para uma vida com dignidade e ética", disse. Ele lembrou a importância de universalizar também o ensino médio, não só o fundamental no Brasil. "A escola precisa oferecer aos alunos ensino de qualidade e um saber voltado para a realidade. Precisa preparar os jovens para o pleno exercício da cidadania imbuído de valores universais", disse. O senador defendeu ainda a idéia de que cada município tenha sua Casa de Cultura. Ao encerrar o discurso, Gilvam homenageou as mulheres pela passagem do Dia Internacional da Mulher, comemorado no último dia 8. Ele referiu-se especialmente à funcionária do Senado Márcia Azevedo, que acabou de lançar o livro Prática do Processo Legislativo.
16/03/2001
Agência Senado
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