Suassuna recomenda mais ação do Estado contra a violência
Vítima de um assalto em que foi ferido e viu sua mulher ser morta a seu lado, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) voltou a pregar uma ação mais enérgica do Estado no combate à criminalidade, alegando que ela atingiu níveis inconcebíveis. Ele mencionou pesquisas revelando que a insegurança está no topo das preocupações dos brasileiros, superando o desemprego.
- Chegamos a uma situação kafkiana, de inversão dos parâmetros da normalidade. Ao invés de a polícia perseguindo os bandidos, o que temos são os bandidos acuando as forças de segurança pública. O povo não tolera mais viver acuado e revolta-se com a inércia do Estado, que tarda em tomar providências, que procrastina a adoção de medidas enérgicas para frear a escalada da violência.
De acordo com o parlamentar, cada vez que ocorre um crime de maior repercussão, a indignação se agiganta e a revolta da sociedade encontra ressonância nas instâncias de decisão política da nação. Discursos veementes são pronunciados e promessas de ação concreta são renovadas, no entanto, o ímpeto de agir decisivamente sobre as causas do problema logo reflui.
- A rotina dos problemas administrativos, as demandas do gerenciamento macroeconômico do país logo absorvem a atenção das autoridades do Poder Executivo, enquanto nós, parlamentares, mergulhamos no dia-a-dia das articulações políticas e da tramitação das proposições legislativas.
No entender de Suassuna, quando chega o momento de tomar as decisões que realmente podem fazer a diferença, como definir na Lei Orçamentária Anual a destinação dos recursos públicos, os investimentos em segurança acabam sempre relegados ao final da lista de prioridades.
Ele disse que nunca é dada a prioridade devida à melhoria do sistema carcerário, à construção de presídios e centros de reeducação, ao aparelhamento das forças policiais e à remuneração condigna de seus integrantes. E, na avaliação do senador, a violência não será reduzida só com palavras.
- Não podemos permitir que nossos discursos indignados, nos momentos de luto e de dor, caiam no vazio. É preciso dar conseqüência prática à nossa revolta. E isso só pode ser feito mediante a destinação de recursos orçamentários para a área de segurança pública e mediante a aprovação de diplomas legais que contribuam efetivamente para trazer paz às famílias brasileiras.
Para Suassuna, a sociedade civil tem feito sua parte, o que não acontece com o Estado. Ele disse que o poder público não pode eximir-se de suas responsabilidades, nem demitir-se de seus deveres, esperando que as iniciativas da sociedade civil substituam a atuação que lhe é própria.
- É preciso que os agentes políticos assumam sua parcela de responsabilidade para que consigamos pôr termo à escalada de criminalidade que tanto sofrimento tem trazido às famílias do Brasil - observou.
29/12/2003
Agência Senado
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