GOVERNO FARÁ REFORMA AGRÁRIA MAIS DEMOCRÁTICA, DIZ ALCÂNTARA
Alcântara analisou, em discurso, o que chamou de "velha e secular injustiça social derivada do monopólio da terra" no país, e disse que esse conflito esgotou as relações sociais, políticas e econômicas que sempre predominaram no meio rural. A reforma agrária de hoje, acrescentou, precisa ser mais democrática e deve vir acompanhada de ação exemplar da justiça, com punição dos crimes que são cometidos contra trabalhadores rurais.
- As causas reais da violência existente no campo são decorrentes do conjunto dos enormes problemas sociais e institucionais que temos, da vergonhosa impunidade nacional que protege pecuaristas, grileiros e madeireiras em suas atividades ilícitas e da própria fraqueza do Estado, que ainda não tem capacidade suficiente para coordenar a vida social da Nação em sua totalidade - disse.
O senador citou o conflito em Eldorado dos Carajás, envolvendo policiais militares e sem-terra, o assassinato do Padre Josimo Morais, vigário de São Sebastião do Tocantins, e do líder rural Chico Mendes, então presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri (AC), entre outros.
- Apesar das manchas de sangue que marcam profundamente a luta pela justiça social no campo e que envergonham ainda mais a imagem do Brasil no exterior, devemos reconhecer que o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso assentará mais gente no meio rural do que todos os governos que o antecederam nesses últimos trinta anos - concluiu.
27/03/2000
Agência Senado
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