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O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) afirmou nesta segunda-feira que o governo precisa estruturar políticas públicas para tratar da entrada em massa de haitianos no Brasil. Ferraço, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), esteve no Acre na última segunda-feira (2) para analisar a situação dos municípios que recebem o maior número de imigrantes.

- Precisamos nos estruturar para que essa imigração possa se dar de forma compatível. Não se trata de um fenômeno circunstancial, se trata de um problema estrutural – argumentou.

Ferraço foi ao Acre na última segunda-feira acompanhado pelos senadores Jorge Viana (PT-AC), Sérgio Petecão (PSD-AC) e Anibal Diniz (PT-AC). Eles se reuniram com autoridades do estado e visitaram os municípios de Brasiléia e Epitaciolândia, muito atingidos pela imigração haitiana. Segundo o senador, a situação dos imigrantes é precária.

Segundo o senador, dez mil imigrantes, a maioria haitianos, entraram no Brasil pelo Acre em 2013. O grande número de pessoas que entram no país gera problemas à população e torna mais difícil o acesso a serviços públicos nas cidades atingidas. Apesar de reconhecer o esforço do governo federal, o senador diz considerar que o Acre não tem como arcar com esse peso.

- O fato objetivo é que todos os esforços ainda são insuficientes na direção de construirmos uma política pública permanente de atendimento a esse fenômeno estrutural em nosso país – lamentou Ferraço.

Para ele, no curto prazo, o governo deve criar uma estrutura compatível com o grande número de pessoas que chegam ao Acre. Em médio e longo prazo, o senador sugere que se combata a rota ilegal de imigração e as quadrilhas de “coiotes” que surgem na região. Isso dependeria de uma articulação do Brasil com outros países, como Panamá, Peru e Bolívia e com o Equador, que não exige visto para a entrada de imigrantes, o que agrava o quadro.

Sentimento

Em aparte, Anibal Diniz ressaltou a hospitalidade com que a população recebeu os primeiros haitianos e alertou para o risco de que esse sentimento se transforme em intolerância, tendo em vista as dificuldades que estão sendo geradas.

Sérgio Petecão elogiou a sensibilidade do presidente da CRE de atender ao pedido dos senadores acrIanos para que a comissão visitasse o estado em vez de discutir o problema em Brasília.

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