Grampo é inaceitável e caminho para descobrir responsáveis pode ser CPI, diz Heráclito
Matéria retificada às 16h56
Em entrevista à Agência Senado nesta terça-feira (2), o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) afirmou que, caso o governo não apresente explicações ou realize uma apuração rigorosa sobre o episódio do grampo telefônico envolvendo parlamentares, "não restará outro caminho a não ser uma comissão parlamentar de inquérito (CPI)".
O senador fez essas declarações no Panamá, onde se encontra em visita juntamente com outros senadores da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).
Heráclito considera o grampo "inadmissível", seja contra o presidente de um Poder ou mesmo contra um cidadão comum. Ele se referiu especificamente ao presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes. Segundo a revista Veja desta semana, teria sido grampeada uma conversa entre o presidente do Supremo e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
- É uma agressão a Constituição, uma tentativa clara de instalar um estado policialesco no Brasil - acredita o senador.
Heráclito lembrou ainda que marcou reunião da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional, a qual preside, na próxima terça-feira (9), para discutir com os outros parlamentares os procedimentos a serem tomados pela comissão em relação ao assunto.
- O Congresso Nacional não pode assistir a uma brutalidade dessa natureza sem uma reação. É inadmissível que o Brasil seja palco de ações destrambelhadas como essa - afirmou.
Para Heráclito, o simples afastamento de dirigentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não esclarece os fatos. O senador acredita ser necessário apurar a serviço de quem estão os grampos.
- A quem os grampos servem? A uma antecipação do processo sucessório do presidente da República? Servem para ter em mãos segredos de parlamentares? Ou é para montar um banco de dados com fins inconfessáveis? - questionou.
Heráclito retorna a Brasília na manhã do dia 9.
02/09/2008
Agência Senado
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