Grampos telefônicos serão investigados por comissão do Congresso Nacional



A Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional enviou convites ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Armando Félix, e ao diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), delegado Paulo Lacerda - que está temporariamente afastado do cargo - para prestarem esclarecimentos perante o colegiado sobre o episódio das escutas telefônicas (grampos) que atingiram até o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes. A reunião está marcada para a próxima terça-feira (9), a partir da 14h, na sala 7 da Ala Senador Alexandre Costa.

A determinação partiu do próprio presidente da comissão mista, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), que se encontra em viagem oficial a países da América Central e do Caribe. A secretaria do colegiado informou que entregou os convites ao general e ao delegado na tarde da terça-feira (2), mas que até a manhã desta quarta-feira (3) ainda não tinha recebido qualquer confirmação de presença. É bem provável que a comissão vote, também na reunião da próxima terça-feira, requerimento convidando para depor o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa.

O episódio dos grampos veio à tona após a revista Veja publicar matéria de capa atribuindo à Abin o "grampeamento" de conversa telefônica entre o ministro Gilmar Mendes e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Segundo a revista, também foram grampeados o presidente do Senado, Garibaldi Alves, e a ministra da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Rousseff.

Em entrevista concedida à Agência Senado, Heráclito Fortes considerou as denúncias "gravíssimas" e, avaliou que, caso o governo não apresentasse explicações e realizasse rigorosa apuração dos fatos, "não restaria outro caminho a não ser a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI)".



03/09/2008

Agência Senado


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