Gravação insinua ligações entre PT e contravenção





Gravação insinua ligações entre PT e contravenção
Na sexta-feira passada, a CPI da Segurança Pública apresentou gravação de uma conversa entre Diógenes de Oliveira - encarregado das finanças de campanha do PT - e o então chefe de polícia do Estado, Luiz Fernando Tubino em que o primeiro pede a flexibilização no controle da contravenção, alegando tratar-se de uma solicitação do governador Olívio Dutra.

Oliveira diz haver uma relação estreita “com o pessoal do Carnaval e do jogo do bicho” e faz vinculações com as candidaturas de Olívio e de Tarso Genro. Também declara que o custo da campanha ao Governo do Estado, em 1998, chegou a R$ 6 milhões e não os R$ 2 milhões declarados à Justiça Eleitoral.
Na seqüência da denúncia, ainda no início da noite de sexta-feira, o governador Olívio convocou a imprensa às pressas para afirmar que “coloca as duas mãos no fogo pelo partido, seus integrantes, sua direção e por sua conduta”.

No sábado, em novas entrevistas Diógenes assume ter falado em seu próprio nome, sem autorização do governador ou do PT, e admite ter feito o pedido a Tubino em nome de “apontadores” com quem se relacionava, que reclamavam de extorsão por parte de policiais. Ato contínuo, o chefe da Casa Civil, Flávio Koutzii, reconhece o desgaste do Governo com o episódio e ressalta que não há ligações com a contravenção.
Iniciada a semana, o clima é de cautela no PT e no Piratini, que aguardam o depoimento de Diógenes à CPI, marcado para o dia 5, para tomar posição sobre o caso.


PT admite desgaste com denúncia na CPI
Lideranças governistas na Assembléia Legislativa admitem o desgaste do Partido dos Trabalhadores (PT) em função da denúncia sobre suposto envolvimento do partido com o jogo do bicho. Sustentam, porém, que a viabilidade eleitoral do governador Olívio Dutra não foi abalada pelo episódio. “A conjuntura pós-fita, a campanha e o programa do PT asseguram a figura de Olívio à reeleição”, diz o líder da bancada petista, deputado Elvino Bohn Gass.

Junto com o líder do Governo, Ivar Pavan, e o deputado Ronaldo Zülke, ele garante que a crise será superada com o avanço das investigações sobre a ligação entre policiais e contravenção. Todos cobram resultados da Comissão Parlamentar de Inquérito da Segurança Pública. “A CPI faz corpo mole para investigar a ‘banda podre’, apesar de haver depoimentos denunciando o envolvimento de policiais e bicheiros”, critica Zülke.

Os parlamentares não reconhecem Diógenes de Oliveira - encarregado das finanças do PT em várias campanhas - como integrante da atual administração. “Ele não é dirigente do partido e nem ocupa cargo importante, pois se fosse o braço direito do governador, como acusam, estaria no Executivo”, aponta Pavan.
As lideranças reconhecem que há elementos para submeter Diógenes à Comissão de Ética do PT, no entanto, declaram que não há como o partido falar em expulsão antes do depoimento dele, marcado para o dia 5.

Apesar de os parlamentares negarem a existência de uma crise institucional, a entrevista coletiva concedida pelo próprio governador na sexta-feira passada e os apedidos publicados ontem nas primeiras páginas dos jornais locais sinalizaram a dimensão que as declarações de Diógenes tiveram no Palácio Piratini. As implicações da conversa entre Diógenes e o ex-chefe de polícia do Estado, Luiz Fernando Tubino, fizeram a executiva nacional do PT reunir-se ontem, e também serão discutidas hoje pelo comando regional.

No Legislativo, oposicionistas se dividem sobre a repercussão da denúncia nas relações parlamentares. Para o líder do PPB, Vilson Covatti, “se o Parlamento não tomar posição será, no mínimo, conivente com a crise que era política e agora passou a ser institucional”.
O líder da bancada do PMDB, José Ivo Sartori, prevê mudança apenas na postura do Executivo. “As relações intra-poderes tendem a continuar difíceis, mas o fato deverá servir de apendizado para o Executivo não impor decisões ou projetos de forma unilateral”, afirma.


Empresas mudam estratégia no RS após atentados terroristas
Mais de 60% de grandes empresas com atuação no Rio Grande do Sul nos setores financeiro, turismo, consultoria fiscal e tributária e telecomunicações já promoveram, de alguma maneira, mudanças em suas estratégias de ação em conseqüência dos atentados terroristas nos Estados Unidos. Os dados resultam de pesquisa da empresa de assessoria ontheFrontier, apresentada ontem a noite, em Porto Alegre, a um grupo de empresários desses setores, na sede gaúcha da Fundação Getúlio Vargas.

“Isso prova que o empresário gaúcho que trabalha com o comércio exterior é pró-ativo, que não fica parado, esperando pelas conseqüências de turbulências na economia mundial. Com essa pró-atividade, ele se antecipa a essas conseqüências, com alterações estratégicas de seu negócio”, observou o diretor de marketing da ontheFrontier no Brasil, Juan Solé.

Sentir as novas necessidades de clientes inseridos em economias em crise, pesquisar suas novas necessidades, investir nesse cliente como parceiro e gastar um bom tempo em conversas com ele são algumas dicas dessas alterações estratégicas que os novos
tempos impõe.

“Esses clientes não podem ser considerados como inimigos por estarem inseridos em novas circunstâncias de suas economias. Eles devem ser entendidos e participar dessas novas estratégias de ação. Além disso, esses momentos de crise podem representar uma tensão positiva, forçando as empresas a se mexerem de alguma maneira para amenizar essas crises. É preciso buscar novos clientes, alterar até mesmo o mix de produtos para exportação. Enfim, é preciso interagir, é preciso a pró-atividade”, disse Solé.

A ontheFrontier, do especialista em estratégia e competitividade das empresas Michael Fairbanks, atua no País há 10 anos, principalmente junto a empresas da região Sul e Sudeste do Brasil. No mundo a empresa trabalha em 25 países emergentes, analisando mais de 200 setores da economia.


Estudo mostra que preço elevado inibe consumo de vinho
A necessidade de uma presença mais efetiva dos produtores de vinho junto aos canais de distribuição do produto, como supermercados, lojas e restaurantes, foi uma das indicações da pesquisa sobre o mercado de vinhos e espumantes realizada recentemente pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração (Cepa), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), a pedido do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).

Conforme o presidente-executivo do Ibravin, João Seibel, uma das principais dificuldades enfrentadas pelo setor é a fixação de preço final muito alto para os vinhos nos restaurantes, o que acaba afastando os consumidores. “É preciso realizar campanhas e intensificar o contato com os proprietários de restaurantes, a fim de disseminar o entendimento de que a venda de maior número de garrafas é positiva para ambos os lados”, destacou Seibel.

O executivo destacou que um dado que chamou a atenção na pesquisa foi o bom conceito que os vinhos brasileiros têm no mercado. “Até o vinho comum, o qual chamamos vinho de mesa, é considerado pelos consumidores como uma bebida de qualidade”. Quanto aos espumantes, a avaliação é ainda mais positiva, superando até mesmo à atribuída aos importados.

Da produção total de vinhos no País, que soma 300 milhões de litros anuais, 90% vem do Rio Grande do Sul, sendo que 81,2% do total é composto por vinhos de mesa, 16,6% de vinhos finos e apenas 2,2% de espumantes.
Para Seibel, a melhor aceitação do produto nacional está ligada à fidelização do consumidor e à curiosidade maior sobre o universo dos vinhos que vem sendo verificada nos últimos anos, haja visto a expansão dos cursos de degustação.

Contudo, mesmo diante destas perspectivas positivas, metade dos vinhos consumidos no Brasil ainda é importada. “Os outros países têm registrado excedente na produção, o que permite a colocação do produto aqui a preços mais competitivos”, diz Seibel.
Para o presidente do Ibravin, informações como estas auxiliarão os produtores a definirem investimentos e metas internas, bem como contribuirão para a determinação de políticas comuns para o setor. O estudo sobre o mercado de vinhos, apresentado recentemente a empresários e técnicos em um encontro no município de Farroupilha, faz parte de um projeto maior do Ibravin, que tem como objetivo oferecer subsídios para que os produtores possam fazer seu planejamento estratégico melhor embasados.

Integram este projetos outros estudos que estão em fase de desenvolvimento, como o zoneamento agroclimático, que indicará áreas de produção próprias para o cultivo das diferentes uvas, bem como o programa para formação de produtores de uva, que visa à capacitação para ampliar a qualidade da matéria-prima empregada.


Entidades dizem que fundos não carecem de aumento de impostos
A Federação das Indústrias (Fiergs) e a Federação das Associações Empresariais do Estado (Federasul) sustentam que o Rio Grande do Sul não tem necessidade de aumentar impostos para arrecadar no próximo ano os R$ 120 milhões a mais que o Governo pretende para cobrir os fundos de incentivos setorias que se propõe a criar em 2002. Os recursos viriam do combate à sonegação nos setores de bebidas e de cigarros e como resultado do aumento da tarifa de energia elétrica e dos combustíveis.

Análise entregue ontem pelo presidente da Federasul, Humberto Ruga, ao secretário da Fazenda, Arno Augustin, demonstra que se for intensificada a fiscalização no comércio de bebidas e de cigarros o Estado elevará sua receita em R$ 67 milhões. A entidade também se dispõe a mapear as alternativas de financiamento externo para desenvolvimento da Metade Sul e para segmentos estratégicos da economia.

“Sugerimos alterações na proposta do Programa de Incentivo ao Crescimento (PIC) para que não venha a onerar ainda mais a sociedade gaúcha”, diz Ruga. Cópia do estudo foi repassada ao presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sérgio Zambiasi (PTB). A idéia da Fazenda é reajustar em um ponto percentual a alíquota de ICMS de cigarros, bebidas alcóolicas, refrigerantes e sobre o consumo residencial de eletricidade superior a 300 quilowatts e em até dois pontos percentuais as telecomunicações. Os combustíveis ficariam excluídos da proposta.

Na avaliação da Fiergs, mesmo se o Executivo não adote qualquer providência, ingressarão em torno de R$ 96 milhões a mais nos cofres públicos no próximo ano. O coordenador da assessoria econômica da federação, Nuno de Figueiredo Pinto, explica que a energia responderá por R$ 60,9 milhões em receita extra, somados os reajustes concedidos às distribuidoras do Estado este ano. Com o aumento de 4% no litro da gasolina e do álcool, serão adicionados R$ 35,1 milhão. “Com o fim do benefício do Fundopem à empresa Vonpar neste ano, o Estado deverá arrecadar R$ 40 milhões a mais em ICMS em 2002”, disse o técnico. O presidente da Fiergs, Renan Proença, já indicou outras alternativas à Fazenda, que implicam redução das despesas do Executivo.

Outro dado da Federasul revela que o Governo contará com aumento de R$ 293,9 milhões na arrecadação dos setores elétrico e de telecomunicações em 2002. O assessor econômico Paulo Barcellos esclarece que “esse número considera a majoração dos preços da energia elétrica e o crescimento natural dos serviços de eletricidade e telefônico”.


Colunistas

NOMES & NOTAS

Clientes da Soletur
A Proconsumer alerta os clientes da Soletur que seus bilhetes de viagem ainda não emitidos dão o direito de exigir o cumprimento do serviço contratado junto às empresas aéreas e hotéis que mantinham contato com a Soletur. Conforme o vice-presidente do órgão, Fernando Scalzilli, estas empresas encontram-se inseridas na cadeia de consumo, obtendo vantagens, recebendo parte do dinheiro pago pelo consumidor à agência de viagens, sendo considerados portanto fornecedores dentro do âmbito do pacote de viagens adquirido. Em caso de descumprimento o consumidor tem direito a indenização pelos custos da viagem mais os danos morais pela frustração das expectativas.

Turismo
Os promotores do 13O Festival do Turismo de Gramado e do 9º Salão de Negócios Turísticos do Mercosul acreditam que os atentados terroristas e a falência da Soletur devem valorizar os debates desses encontros que ocorrerão em novembro em Gramado. O salão objetiva promover o contato entre agentes turísticos nacional e internacional para troca de informações sobre políticas, tarifas, roteiros turísticos, hotéis ou tarifas especiais para grupos, serviços de hotéis e fechamento de convênios operacionais. O congresso debaterá o tema Começa a Era do Turismo Espacial e dos Negócios Turísticos do Futuro.

Missão à China
O Ministério da Ciência e Tecnologia está organizando uma missão comercial para a China que deverá viajar de 10 a 16 de dezembro próximo. Essa missão é fruto de entendimentos mantidos entre representantes dos governos brasileiro e chinês durante a visita da missão chinesa ao Brasil em agosto passado. Uma das atividades da missão será estimular o desenvolvimento de ações na área da Tecnologia da Informação.

Rio dos Sinos
O município de Parobé está promovendo a 8º edição do Mutirão do Rio do Sinos que reúne quatro mil estudantes de 1º e 2º graus de municípios da bacia do Sinos. Seu propósito é melhorar a qualidade de vida da população da bacia, assim como sensibilizar os estudantes sobre a relação do uso com a qualidade da água desde as nascentes até a foz dos cursos d’água.

Comércio do software
O consultor jurídico de empresas de software Tarcisio Queiroz Cerqueira estará em Porto Alegre no próximo dia 8 para esclarecer os aspectos conflitantes dos contratos e do comércio de software no Brasil.

Campeão de CAD
Como representante do Senai de São Leopoldo, Fábio Ricardo Oliveira colocou-se em quinto lugar, na categoria Planejamento em CAD no Campeonato Mundial de Conhecimento em AutoCAD, realizado em Seul, Coréia do Sul, em setembro. Ele cursa Engenharia Mecânica na Unisinos e ultrapassou diversas etapas até obter esta posição de destaque em nível mundial, tendo conquistado torneios congêneres estadual e nacional. Sua trajetória foi monitorada pela SKA Automação de Engenharias, do Pólo de Informática de São Leopoldo.

Contrato de trabalho
A 2ª Vara Federal decidiu não ser obrigatório o recolhimento do adicional de 10% sobre o valor da multa rescisória de contratos trabalhistas que entraram em vigor no dia 28 de setembro passado. O argumento da decisão é que o adicional não é uma contribuição, mas um imposto, o que é inconstitucional.

Fundo futebolístico
O Banrisul está dando efetividade à parceria que fez com o Internacional e o Grêmio lançando três novas modalidades de investimentos: CDB, Poupança, e Fundo Grenal. Além do rendimento, esses papéis dão direito ao investidor de participar de concurso mensal com sorteio de 359 prêmios.

Mini lavradores
Cerca de 80 crianças de um a oito anos da Escola Amigos do Verde no próximo dia 9 vão colher 30 variedades de hortaliças e flores num total de 40 caixas. Os produtos serão comercializados no dia seguinte numa feira realizada na própria escola. Os recursos obtidos na feira serão utilizados na construção de um espaço cultural na escola.

No dia-a-dia
Já está sendo comercializada nos estados da Região Sul a linha de produtos alimentíc ios da Free for life Cristiana Oliveira. A Banco de Marcas e Idéias lançará uma linha de produtos para fitness, como vestuário para ginástica e lazer, e cosméticos.

O Conselho Regional de Contabilidade do Estado inaugurará no próximo dia 1º o Centro de Cultura Contador Olívio Koliver. Sua finalidade é dar suporte ao desenvolvimento do programa de educação continuada da entidade.

Amanhã será lançada a revista Ser e Estar Estilo, da loja de decoração Ser e Estar. A revista traz matérias sobre o ser e o estar de pessoas conhecidas e tradicionais de nosso Estado, no sentido de retratar como são e como vivem.

A Florense participará da Mostrarte - Mostra de Arquitetura e Interiores e Decoração da Serra Gaúcha, em parceria com as arquitetas Lucena Dossin e Catia Giachelim.

Sem levar em conta os problemas recentes do setor de turismo, a Ouro e Prata Turismo está procurando oferecer produtos com um máximo de garantia aos seus clientes.

Depois da samambaia-preta e do palmito, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente está estudando agora a situação da araucária no Estado.

A Abimaq e a Sociedade Internacional para Medição e Controle do Rio Grande do Sul, com o apoio da Petrobras, realizam em novembro em Porto Alegre o 2º Encontro Nacional de Tecnologia de Válvulas, Controles Industriais e Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas.

A Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES) e a Business Software Alliance lançará uma campanha contra a pirataria de programas de softwares dos segmentos elétrico e de comunicação.

O presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo/Campo Bom, Flávio Fischer, será homenageado hoje na Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo.


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10/30/2001


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