HARTUNG APELA AO STF POR PRESERVAÇÃO DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL



Por considerar que gastança e execução orçamentária sem controle são sinônimo de inflação, o senador Paulo Hartung (PPS-ES) apelou nesta terça-feira (dia 10) aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) pela preservação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) nos termos em que ela foi aprovada pelo Congresso. PT, PSB e PC do B apresentaram ao STF uma ação argüindo a constitucionalidade da lei.

- Creio que não é o momento de rever a lei. É preciso que haja prazo para sua execução - afirmou.

A Lei de Responsabilidade Fiscal foi aprovada depois das duas leis conhecidas como Lei Camata e reforça o mesmo princípio constitucional de limitação das despesas públicas com pessoal, segundo sublimites específicos a cada um dos poderes. Assim, os gastos com pessoal do Legislativo federal foram limitados a 2,5% da receita corrente federal; os dos estaduais, em 3%, e os dos municipais em 6%. Limites que, segundo Hartung, foram resultado "da pressão das autoridades estaduais e municipais sobre o Legislativo federal".

Em favor da Lei de Responsabilidade Fiscal e do controle das discrepâncias de gastos vigentes, Hartung mencionou dados extraídos da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), referentes a 1988. Segundo esses dados, São Paulo, Bahia e Ceará, por exemplo, gastaram R$ 3 por habitante com seus legislativos estaduais, enquanto no Pará, Roraima, Sergipe, Minas Gerais e Rio de Janeiro essas despesas atingiram R$ 10 por habitante. Distorções semelhantes foram encontradas entre os estados em relação às despesas com outro poder autônomo, o Judiciário, disse.

Hartung destacou que outra lei, além da de Responsabilidade Fiscal, coibirá excessos de gastos por parte do poder público: a emenda constitucional nº 25, que limitará os gastos municipais com as câmaras de vereadores e entrará em vigor no ano 2001.

10/10/2000

Agência Senado


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