Hartung defende "agenda mínima" de reformas políticas



Criticando o ritmo lento do programa de reformas e a falta de rumo do governo Fernando Henrique, o senador Paulo Hartung (PSB-ES) defendeu nesta segunda-feira (10) que o Congresso Nacional contribua para mudar o "comportamento errático da política nacional no ano que vem", estruturando uma agenda mínima de reformas compatível com um ano de eleições.

- Um acordo que garanta o que será encaminhado, sem que isso signifique qualquer compromisso ou concordância política prévia quanto às deliberações. O próximo ano, entretanto, poderá lançar as bases efetivas da retomada de uma agenda estratégica pelo próximo governo, sem que isso signifique adiar decisões importantes até 2003 - afirmou.

Segundo Hartung, o próximo governo terá que necessariamente fazer a reforma tributária. Para ele, também não há razão para adiar temas como a legislação do ICMS sobre combustíveis e lubrificantes, uma nova política de saneamento básico, o aperfeiçoamento da Lei das Sociedades Anônimas e um entendimento mínimo sobre as posições brasileiras nas negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), da Organização Mundial do Comércio (OMC) e do Mercosul.

Em aparte, o senador Tião Viana (PT-AC) disse existir uma grande distância entre o governo, o parlamento e as necessidades da sociedade brasileira. Afirmou que as agências reguladoras, criadas recentemente, estão inoperantes. Já o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) citou pesquisa que aponta uma rentabilidade média de 4,5% ao ano para 363 empresas, enquanto a rentabilidade de 23 bancos foi de 22% a 37%. Afirmou que, enquanto o capital produtivo está sendo penalizado, o capital especulativo está sendo premiado.

Por sua vez, o senador Lindberg Cury (PFL-DF) defendeu a reforma tributária e convidou a todos para o lançamento da campanha pelo Imposto Único Federal, às 12h30 desta terça-feira (11), no espaço cultural da Câmara dos Deputados. Já o líder do governo, senador Artur da Távola (PSDB-RJ), elogiou Paulo Hartung, que para ele faz oposição substituindo xingamentos por argumentos. Segundo ele, hoje se investe na área social como nunca se investiu na história, "consolidando fundamentos da economia e garantindo o futuro".

10/12/2001

Agência Senado


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